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Flamengo define novos critérios para reforços e foca na Europa
Por Redação Flapress em 26/12/2025 05:40
O Flamengo atravessa um momento de reformulação profunda em sua filosofia de contratações sob a gestão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap. A nova diretoria, que assumiu o comando em dezembro do ano passado, estabeleceu diretrizes rígidas que priorizam não apenas o talento técnico, mas uma mentalidade específica vinda do exterior. O objetivo central é elevar o nível de profissionalismo interno, importando o que o diretor de futebol, José Boto, classifica como um padrão de comportamento de elite.
Um dos nomes que exemplifica o desejo rubro-negro para o setor ofensivo é o argentino Taty Castellanos, atualmente vinculado à Lazio. O atacante é uma indicação direta do técnico Filipe Luís e já vinha sendo monitorado pela cúpula de futebol. No entanto, a viabilização do negócio esbarra na postura do clube italiano, que detém os direitos do atleta e não demonstra disposição para liberá-lo, uma vez que o considera peça fundamental e carece de substitutos imediatos no elenco.
A busca por nomes como Castellanos reflete a nova política de rejuvenescimento do grupo. Bap determinou que o Flamengo evitará o investimento em atletas com idade superior a 26 anos. A lógica por trás dessa decisão é financeira e estratégica: o clube deseja jogadores que entreguem desempenho esportivo imediato, mas que ainda possuam potencial de revenda para o mercado internacional, garantindo o retorno do capital investido.
O critério da mentalidade e o treino invisível
A escolha por atletas que atuam na Europa não é mera coincidência geográfica. José Boto explicou que a intenção é incutir no cotidiano da Gávea uma postura mais profissional em relação à carreira. "Há uma ideia também de trazer uma cultura mais europeia para dentro do clube. Quando falo dentro do clube, falo do futebol, que tem a ver também com aquilo que é o treino invisível, com o tempo que eles se dedicam a cuidar deles próprios", detalhou o dirigente em entrevista recente.
Para o diretor, a presença de veteranos que já absorveram esse estilo de vida serve como um espelho para os demais atletas do plantel. Boto destacou a importância de figuras como Danilo, Jorginho e Alex Sandro nesse processo de aculturação. Segundo ele, esses profissionais elevam o sarrafo da competitividade e do comprometimento diário.
"Tendo essa referência como temos hoje o Danilo , Jorginho, Alex Sandro , são jogadores que são referência na forma como encaram a profissão e isso acaba por influenciar todos os outros. Essa é uma das ideias que tivemos e que fez parte do padrão de contratações. Não eram só jogadores que precisávamos em termos técnico, táticos, mas também em nível de mentalidade, que trouxessem um plus ao clube", afirmou Boto.
A pressão do Maracanã e as limitações do mercado vizinho
Outro ponto crucial na análise da diretoria é a capacidade psicológica do reforço em suportar a exigência da torcida rubro-negra. O clube entende que o cenário sul-americano atual oferece poucas opções que unam juventude e maturidade emocional para vestir a camisa do Flamengo sem oscilações drásticas. A prioridade é buscar quem já esteja lapidado pelas exigências do alto rendimento europeu.
José Boto é enfático ao avaliar as carências do mercado continental diante das necessidades do Mais Querido. "O mercado sul-americano é, neste momento, pequeno para aquilo que é a realidade do Flamengo e para aquilo que é cultura do Flamengo . Isso não quer dizer que não haja jogadores com muito potencial, mas no Flamengo tens de trazer jogadores prontos logo, prontos para jogar, para a pressão que é, porque isso é outra coisa que influencia muito. Se você não lida bem com a pressão de um Maracanã cheio vai ter dificuldade", pontuou o diretor.
Essa visão justifica a movimentação agressiva do clube em direção ao Velho Continente nas últimas janelas. A diretoria busca acirrar a disputa interna por posições, garantindo que nenhum atleta se sinta acomodado na titularidade. Confira abaixo os jogadores que foram repatriados ou trazidos da Europa para compor o atual projeto esportivo:
| Jogador | Origem / Clube Anterior |
|---|---|
| Danilo | Europa |
| Jorginho | Europa |
| Saúl | Europa |
| Samuel Lino | Europa |
| Emerson Royal | Europa |
| Carrascal | Europa |
| Juninho | Qarabag (Azerbaijão) |
A estratégia desenhada por Bap e executada por Boto deixa claro que o Flamengo não quer apenas bons jogadores, mas sim atletas que compreendam a dimensão institucional do clube. A exigência por competitividade máxima em todos os setores é o pilar que sustenta o planejamento para as próximas temporadas, visando manter o Rubro-Negro no topo do futebol continental com uma estrutura de trabalho que emule as maiores potências mundiais.
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