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Eleições Flamengo: Um Debate Azedo e Propostas Conflitantes
Por Redação Flapress em 18/11/2024 22:20
Acusações e Contra-Acusações: Um Debate Tenso
O pleito para a presidência do Flamengo proporcionou um debate na ESPN, palco de embates acirrados entre os postulantes ao cargo máximo do clube. Luiz Eduardo Baptista (Bap), Maurício Gomes de Mattos (MGM) e Rodrigo Dunshee protagonizaram um encontro marcado por ataques diretos, ofensas pessoais e pouca discussão sobre as reais propostas para o futuro da instituição.
Por duas horas, o que se observou foi uma sucessão de confrontos, com acusações mútuas e pouca construção de um diálogo produtivo. A falta de respeito entre os candidatos ofuscou a discussão de temas relevantes para o futuro do clube, comprometendo o nível do debate e a imagem da instituição.
A ausência de propostas concretas e o foco excessivo em ataques pessoais demonstram uma falha na preparação dos candidatos. A prioridade deveria ser apresentar um plano de gestão claro e convincente, em vez de se envolver em disputas pessoais que pouco contribuem para a resolução dos problemas do Flamengo .
SAF, Novo Estádio e Gestão Esportiva: Os Pontos de Contenda
As divergências sobre a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o novo estádio e a gestão esportiva foram os principais pontos de atrito entre os candidatos. Dunshee acusou Bap e MGM de oposição à construção da nova arena e de terem contribuído para o fracasso de votações anteriores relacionadas ao terreno.
A relação com a atual gestão de Rodolfo Landim também gerou atritos. Dunshee e Bap se acusaram mutuamente de buscar o apoio do presidente, enquanto MGM criticou a falta de espaço para o debate de propostas na gestão atual. A questão da SAF também foi palco de fortes embates, com Bap classificando o candidato da situação como mentiroso e afirmando que Landim havia sugerido a venda do clube em diversas ocasiões. Em contraponto, Dunshee alegou que quem defendia essa venda era um antigo aliado. "Você falava de SAF o tempo inteiro", afirmou Dunshee.
Um episódio curioso envolveu a publicação, nas redes sociais de Dunshee, da proposta oficial enviada por Claudio Pracownik (da chapa de Bap). Pracownik respondeu: "o próprio título do contrato explica tudo: CONTRATO DE ASSESSORIA! Pena que o Rodrigo Dunshee mesmo sendo advogado não saiba ler ou entender sua natureza! Estaria assessorando a quem? Ao Flamengo ! Porque? Porque eles me pediram essa proposta e essa era a razão de ser da minha empresa".
Profissionalização do Futebol e a Gestão do Flamengo
As visões sobre a profissionalização do futebol também divergiram. Dunshee argumentou que a profissionalização não é a solução para todos os problemas, citando Rodrigo Caetano como exemplo de má gestão, e prometeu um novo diretor com perfil de bom diálogo com jogadores e comissão técnica. Ele também afirmou que "a tradição do Flamengo é trocar de treinador" e destacou a importância do novo estádio para o ganho esportivo, alegando que "O Flamengo joga no Maracanã que é um campo neutro. Todo mundo que vem pro Maracanã fica muito tranquilo". Ele também salientou os seis anos vitoriosos recentes do clube.
Bap, por sua vez, defendeu a profissionalização, mas alegou que mudanças no colégio eleitoral foram impedidas: "A tecnologia permite, quem é sócio e mora fora deveria votar. Sobre segunda-feira, pelo que ouvi, a escolha se deu porque historicamente a presença é maior segunda do que no fim de semana". Ele também prometeu buscar novas estratégias de negócio para oferecer produtos de "segunda linha" a preços mais acessíveis, focando em torcedores de baixa renda.
MGM criticou a falta de profissionalismo na conduta com Gabigol, acusando Dunshee de não defender um futebol profissional e classificando a situação como ruim, afirmando, porém: "ninguém está acima do Flamengo ". Ele preferiu focar na estrutura do departamento de futebol, em vez de se ater a grandes contratações para o Mundial de Clubes.
Ataques Pessoais e Acusações Recíprocas: O Tom do Debate
Dunshee e Bap protagonizaram os embates mais acalorados. Dunshee negou estar usando "colinha" e classificou como "ridículo" as acusações de mentira. Ele também rebateu uma acusação de Bap, afirmando: "Filipe Luís que você deveria pedir desculpas porque se referiu a técnico como cachorro". A resposta de Dunshee foi contundente: "Não responde absolutamente nada porque não entende. Não tem planejamento, falta processo, preferência por amigos, formação de base caindo. Declínio evidente nos últimos dois anos. Ninguém chamou o Filipe Luís de cachorro. Você mente um dia sim e o outro também. Não tem conteúdo, estrutura e nem estofo para ser presidente".
Dunshee também atacou MGM por sua aliança com a antiga gestão de Bandeira de Mello, que, segundo ele, não obteve êxito. MGM respondeu acusando Dunshee de confundir sua gestão com a de Landim. "O apoio de Eduardo Bandeira de Mello e Marcio Braga muito me honra. Não seja ingrato. A torcida sabe o que essa gestão fez pelo Flamengo , lamentável a sua pergunta". Dunshee retrucou: "Esportivamente foi muito mal, ele falhou. Qual a lógica de uma gestão que não venceu dizer que amadora é a gestão que venceu?".
A questão da residência de Bap em São Paulo também foi alvo de críticas. MGM questionou sua capacidade de gerir o Flamengo remotamente, ao que Bap respondeu que se mudaria para o Rio de Janeiro caso eleito.
Conclusão: A Necessidade de um Debate Mais Substancioso
A eleição do Flamengo está marcada para 9 de dezembro. O debate, no entanto, deixou muito a desejar. A falta de respeito e a preponderância de ataques pessoais sobre propostas concretas prejudicaram a avaliação dos candidatos pelos sócios. A prioridade deveria ter sido a apresentação de planos de gestão claros e detalhados, com foco nos desafios e oportunidades do clube, em vez de um espetáculo de acusações e ofensas.
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