Diretor do Flamengo Alerta: Arbitragem Preocupa e Prejudica no Brasileirão

A tensa jornada do Campeonato Brasileiro segue gerando debates acalorados, e a arbitragem, mais uma vez, emerge como protagonista indesejada. Após o empate em 1 a 1 entre Flamengo e Grêmio, neste último domingo (31), pela 22ª rodada, a voz do diretor José Boto ressoou com veemência, manifestando uma profunda inquietação com o cenário atual da condução dos jogos. Sua crítica, embora contextualizada pela partida, transcendeu o evento isolado para apontar um padrão preocupante.

O cerne da indignação do dirigente português não se concentrava sequer no pênalti assinalado a favor da equipe gaúcha, que culminou no gol de Tiago Volpi. A verdadeira controvérsia, segundo Boto, residia na quantidade e na natureza das infrações marcadas pelo árbitro Paulo César Zanovelli. A situação se agravou com a advertência a Léo Ortiz, que, ao receber o terceiro cartão amarelo, ficará ausente do próximo compromisso da equipe.

A análise de Boto é estatística e incisiva, confrontando a lógica do campo com a realidade da arbitragem. Ele questiona a disparidade de faltas em um cenário de domínio rubro-negro:

Estou preocupado com a arbitragem. Estou muito preocupado. Não é o pênalti, que até parece que é pênalti. Matematicamente é impossível uma equipe que tem 67% de posse de bola, que faz 26 finalizações contra 6, tem 3 escanteios contra 0, e o árbitro consegue marcar mais faltas para (do) Flamengo que para (do) o Grêmio.

A declaração sublinha uma percepção de desequilíbrio que vem minando o desempenho da equipe.

O Padrão Preocupante da Arbitragem Contra o Flamengo

Este descompasso não é um evento isolado, mas sim um "padrão" que, na visão de José Boto, tem se repetido em diversas ocasiões. A inconsistência na aplicação das regras, onde contatos idênticos resultam em decisões distintas, gera frustração e questionamentos sobre a imparcialidade.

Isso é um padrão que já se tem verificado em algumas partidas e isto é impossível. É impossível que os nossos jogadores, cada vez que toquem nos jogadores adversários é falta, e os adversários tocam da mesma maneira em nós e os árbitros não veem falta. É isso que me preocupa e é isso que peço alguma atenção, que o campeonato seja decidido dentro do campo.

desabafou o diretor, apelando por uma competição decidida exclusivamente pela performance em campo.

A advertência a Léo Ortiz foi classificada por Boto como uma "bizarrice", um termo que ele utiliza para descrever a sequência de eventos inexplicáveis que, segundo ele, têm prejudicado o Flamengo . Essa não é a primeira vez que o dirigente utiliza tal expressão para contextualizar decisões arbitrais que considera absurdas.

É mais uma, é mais uma das bizarrices que vêm passando, e não é primeira vez. Mas esta hoje foi demais. Estamos aqui falando porque queremos que as pessoas estejam atentas ao que está sendo passado, que não é a primeira vez que se passa e é um padrão. Não é o pênalti. É a quantidade de faltas excessivas que vão marcando, que travam nosso jogo ofensivo e depois a forma que marcam mais faltas pra nós que pro adversário. O central do Grêmio, o Kannemann, ficou só com um amarelo e não devia ser só um amarelo.

pontuou Boto, exemplificando a seletividade na aplicação dos cartões e o impacto direto no desenvolvimento do jogo ofensivo do time.

As Implicações nas Disputas do Brasileirão

As consequências dessas intervenções arbitrais são tangíveis na corrida pelo título do Campeonato Brasileiro. O Flamengo , com o empate diante do Grêmio, alcançou a marca de 47 pontos. Na cola, o Cruzeiro soma 44 pontos, enquanto o Palmeiras, com 42 pontos e dois jogos a menos, mantém-se na disputa acirrada.

A cada rodada, a margem para erros diminui, e a percepção de um tratamento desigual na arbitragem pode ter um peso significativo no desfecho da competição. As declarações de José Boto servem como um alerta para a necessidade de maior rigor e transparência na condução das partidas, assegurando que o mérito esportivo prevaleça sobre qualquer outra influência.