Análise da Renda dos Torcedores: Um Panorama das Maiores Torcidas Brasileiras

Distribuição de Renda na Torcida do Fluminense: Um Estudo de Caso

Em contraste com a realidade de outras equipes, o Fluminense se destaca por apresentar um perfil de torcedor com maior poder aquisitivo, segundo pesquisa Datafolha. O clube carioca exibe o maior percentual de torcedores na faixa salarial acima de cinco salários mínimos (R$ 7.060 mensais), com 30% do total. Dentro deste grupo, um quarto (25%) ganha entre 10 salários mínimos (R$ 14.120). Por outro lado, a parcela de torcedores que recebem até um salário mínimo é mínima, representando apenas 4% da base de fãs, o menor índice entre os clubes analisados. Considerando aqueles que ganham até dois salários mínimos, a porcentagem sobe para 20%, ainda assim um número significativamente baixo em comparação com outros times.

Essa concentração de torcedores com renda elevada no Fluminense contrasta fortemente com a realidade de clubes como o Flamengo, por exemplo, onde a maior parte da torcida se encontra nas faixas de menor renda.

A discrepância entre esses clubes demonstra a complexa relação entre o futebol, a sua base de fãs e as diferentes realidades socioeconômicas do país. A análise comparativa entre os times permite compreender melhor o perfil de cada torcida e as implicações dessa variação na dinâmica do mercado esportivo.

Comparativo entre os Clubes: Flamengo x Corinthians x Outros

O Flamengo , detentor da maior torcida nacional, apresenta um cenário distinto. De acordo com o Datafolha, mais da metade da "Nação" (59%) ganha até dois salários mínimos. Um terço (32%) recebe até um salário mínimo (R$ 1.412), o maior índice entre os oito níveis de renda analisados na pesquisa. Outros 27% recebem entre um e dois salários mínimos. Esta concentração em faixas de menor renda é uma característica marcante da torcida rubro-negra.

Já o Corinthians, com a segunda maior torcida, mostra números bem diferentes. Apenas 46% dos seus torcedores declarados ganham até dois salários mínimos, com 18% recebendo até R$ 1.412. Curiosamente, o time paulista apresenta 10% de sua torcida na faixa de cinco ou mais salários mínimos (R$ 7.060), enquanto o Flamengo registra apenas 6% nesse grupo.

Esta disparidade demonstra a heterogeneidade socioeconômica das torcidas brasileiras e a influência de diversos fatores, como localização geográfica, história do clube e estratégias de marketing, na composição de sua base de fãs.

Panorama Geral da Pesquisa Datafolha: Maiores Concentrações de Renda

Entre os quinze clubes analisados pela pesquisa Datafolha, o Sport Recife detém o maior percentual de torcedores recebendo até um salário mínimo (42%), com 25% na faixa de até dois salários mínimos. Vasco da Gama e Bahia também demonstram alta concentração de fãs nas faixas de renda mais baixas, com percentuais significativos em ambas as faixas salariais.

No outro extremo, além do Fluminense, o Santos também apresenta um percentual considerável de torcedores com renda acima de cinco salários mínimos (23%), com 11% ganhando mais de R$ 14.120 mensais. Uma peculiaridade interessante é observada no Sport, que, apesar de ter 42% de sua torcida na faixa de menor renda, também abriga 5% dos que recebem acima de 50 salários mínimos (R$ 70.600), o maior percentual na amostragem.

A pesquisa revela, portanto, um mosaico de realidades socioeconômicas entre as torcidas, refletindo a complexa estrutura social brasileira e a diversidade de seus clubes de futebol.

Detalhes da Distribuição de Renda por Clube

A seguir, apresentamos um detalhamento da distribuição de renda para alguns dos principais clubes brasileiros, conforme os dados levantados pela pesquisa Datafolha:

Flamengo : Até 1 salário mínimo: 32%; De 1 a 2 salários mínimos: 27%; De 2 a 3 salários mínimos: 19%; De 3 a 5 salários mínimos: 12%; De 5 a 10 salários mínimos: 4%; De 10 a 20 salários mínimos: 2%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 1%; Não sabe: 4%.

Corinthians: Até 1 salário mínimo: 18%; De 1 a 2 salários mínimos: 28%; De 2 a 3 salários mínimos: 21%; De 3 a 5 salários mínimos: 20%; De 5 a 10 salários mínimos: 5%; De 10 a 20 salários mínimos: 3%; De 20 a 50 salários mínimos: 1%; Acima de 50 salários mínimos: 1%; Não quis responder: 1%; Não sabe: 2%.

Palmeiras: Até 1 salário mínimo: 26%; De 1 a 2 salários mínimos: 22%; De 2 a 3 salários mínimos: 23%; De 3 a 5 salários mínimos: 14%; De 5 a 10 salários mínimos: 10%; De 10 a 20 salários mínimos: 3%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 2%; Não sabe: 0%.

São Paulo: Até 1 salário mínimo: 17%; De 1 a 2 salários mínimos: 23%; De 2 a 3 salários mínimos: 20%; De 3 a 5 salários mínimos: 27%; De 5 a 10 salários mínimos: 8%; De 10 a 20 salários mínimos: 3%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 1%; Não quis responder: 1%; Não sabe: 1%.

Vasco: Até 1 salário mínimo: 32%; De 1 a 2 salários mínimos: 28%; De 2 a 3 salários mínimos: 18%; De 3 a 5 salários mínimos: 12%; De 5 a 10 salários mínimos: 3%; De 10 a 20 salários mínimos: 4%; De 20 a 50 salários mínimos: 1%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 0%; Não sabe: 2%.

Grêmio: Até 1 salário mínimo: 12%; De 1 a 2 salários mínimos: 29%; De 2 a 3 salários mínimos: 28%; De 3 a 5 salários mínimos: 24%; De 5 a 10 salários mínimos: 4%; De 10 a 20 salários mínimos: 2%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 0%; Não sabe: 1%.

Cruzeiro: Até 1 salário mínimo: 23%; De 1 a 2 salários mínimos: 18%; De 2 a 3 salários mínimos: 25%; De 3 a 5 salários mínimos: 18%; De 5 a 10 salários mínimos: 13%; De 10 a 20 salários mínimos: 0%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 0%; Não sabe: 3%.

Internacional: Até 1 salário mínimo: 22%; De 1 a 2 salários mínimos: 27%; De 2 a 3 salários mínimos: 18%; De 3 a 5 salários mínimos: 18%; De 5 a 10 salários mínimos: 10%; De 10 a 20 salários mínimos: 0%; De 20 a 50 salários mínimos: 2%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 1%; Não sabe: 2%.

Santos: Até 1 salário mínimo: 20%; De 1 a 2 salários mínimos: 13%; De 2 a 3 salários mínimos: 21%; De 3 a 5 salários mínimos: 15%; De 5 a 10 salários mínimos: 12%; De 10 a 20 salários mínimos: 7%; De 20 a 50 salários mínimos: 4%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 3%; Não sabe: 6%.

Atlético-MG: Até 1 salário mínimo: 12%; De 1 a 2 salários mínimos: 18%; De 2 a 3 salários mínimos: 20%; De 3 a 5 salários mínimos: 27%; De 5 a 10 salários mínimos: 11%; De 10 a 20 salários mínimos: 7%; De 20 a 50 salários mínimos: 3%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 2%; Não sabe: 0%.

Bahia: Até 1 salário mínimo: 31%; De 1 a 2 salários mínimos: 25%; De 2 a 3 salários mínimos: 16%; De 3 a 5 salários mínimos: 12%; De 5 a 10 salários mínimos: 5%; De 10 a 20 salários mínimos: 0%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 0%; Não sabe: 10%.

Botafogo: Até 1 salário mínimo: 27%; De 1 a 2 salários mínimos: 18%; De 2 a 3 salários mínimos: 11%; De 3 a 5 salários mínimos: 24%; De 5 a 10 salários mínimos: 16%; De 10 a 20 salários mínimos: 0%; De 20 a 50 salários mínimos: 2%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 3%; Não sabe: 0%.

Fortaleza: Até 1 salário mínimo: 28%; De 1 a 2 salários mínimos: 22%; De 2 a 3 salários mínimos: 32%; De 3 a 5 salários mínimos: 9%; De 5 a 10 salários mínimos: 16%; De 10 a 20 salários mínimos: 0%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 0%; Não quis responder: 0%; Não sabe: 9%.

Sport: Até 1 salário mínimo: 42%; De 1 a 2 salários mínimos: 25%; De 2 a 3 salários mínimos: 14%; De 3 a 5 salários mínimos: 5%; De 5 a 10 salários mínimos: 0%; De 10 a 20 salários mínimos: 0%; De 20 a 50 salários mínimos: 0%; Acima de 50 salários mínimos: 5%; Não quis responder: 0%; Não sabe: 9%.