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Reformulação do Estatuto do Flamengo: Uma Nova Era na Gávea
Por Redação Flapress em 19/12/2024 05:40
Mudanças Estruturais na Administração do Flamengo
O Clube de Regatas do Flamengo, além de focar na construção de um novo estádio e em suas finanças, se prepara para um debate crucial: a reforma de seu estatuto. Este tema, que vem ganhando força nos bastidores da Gávea, tem como um de seus principais entusiastas Ricardo Lomba, recentemente eleito presidente do Conselho Deliberativo. Lomba defende uma revisão abrangente do estatuto, visando modernizar e otimizar a gestão do clube.
Uma das propostas em discussão é a reestruturação das vice-presidências. Atualmente, o estatuto do Flamengo prevê 19 cadeiras de vice-presidentes, um número considerado excessivo pela nova cúpula. A intenção é extinguir as vices específicas, adotando um modelo de administração mais enxuto e eficiente. Essa mudança alinha-se com a visão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que planeja anunciar uma diretoria mais compacta nos próximos dias, buscando tornar esse novo formato uma prática permanente no clube.
"O estatuto do Flamengo precisa de uma reforma bastante ampla" , afirmou Ricardo Lomba, evidenciando a urgência e a necessidade de uma revisão profunda nas normas internas do clube. A reformulação do estatuto visa não apenas a modernização, mas também a garantia de processos mais transparentes e democráticos.
Reforma Eleitoral e Voto a Distância
Outro ponto crucial na pauta é a reforma eleitoral. Um dos temas em destaque é a possibilidade de implementação do voto a distância. Embora essa ideia já tenha sido debatida em outras ocasiões, nunca chegou a ser concretizada. Lomba argumenta que a tecnologia atual permite a votação remota, citando como exemplo as sessões remotas do Conselho durante a pandemia. Ele questiona: "Por que a gente não tem votação a distância? É uma coisa que já temos conhecimento de soluções tecnológicas há algum tempo."
A proposta visa ampliar a participação dos sócios, especialmente aqueles que residem fora do Rio de Janeiro. "Da mesma forma, a própria eleição poderia ser assim. Por que não pode ter uma eleição para o sócio que mora fora do Rio votar no presidente?", indaga Lomba, defendendo a inclusão de todos os associados no processo eleitoral, independentemente de sua localização geográfica.
Além do voto a distância, há uma preocupação com o uso da máquina administrativa do clube durante os processos eleitorais. Acusações de uso eleitoreiro da estrutura do clube marcaram a última eleição, com incidentes como apoiadores de campanha em eventos oficiais. Lomba critica veementemente essa prática, afirmando: "Sou absolutamente contra o uso indiscriminado da máquina." Ele ressalta que, embora o apoio a candidatos seja natural, o uso de instalações do clube, da FlaTV e de atletas em campanha cria um desequilíbrio no processo eleitoral.
A Busca por Eleições Mais Justas e Transparentes
Para evitar esses desequilíbrios, Lomba defende a criação de um código eleitoral e de uma comissão permanente eleitoral independente, com mandato mais longo. "O processo eleitoral, como um todo, precisa ser revisto, também para que coisas que vimos nessa eleição não voltem a acontecer", explica. Ele reconhece que a chapa da situação possui uma vantagem natural, mas acredita que é necessário equilibrar o jogo para garantir eleições mais justas e transparentes.
Lomba também enfatiza a importância de proteger os conselheiros e associados de ataques pessoais e perseguições. "A gente tem visto casos absurdos de ataques pessoais, de perseguições a conselheiros, e associados. Fica dentro de um ambiente controlado muitas vezes por quem está perseguindo", denuncia, ressaltando a necessidade de um ambiente mais seguro e respeitoso dentro do clube.
O Futuro da Vice-Presidência de Futebol
Outra mudança relevante é a possível reformulação da vice-presidência de futebol. Bap, embora precise nomear um vice de futebol por exigência do estatuto, não pretende que essa figura seja o comandante da pasta. Lomba, que já ocupou essa posição na gestão de Eduardo Bandeira de Mello, concorda com a ideia de que há outras formas de administrar o futebol. Ele acredita que o vice deve atuar como um elo entre o futebol e a presidência, respeitando a autonomia dos profissionais da área.
"Na minha primeira conversa com o Rodrigo Caetano, eu falei isso. 'Olha, eventualmente eu vou fazer um monte de provocação aqui com você e a gente vai discutir. Mas lembre-se que entre a minha opinião e a sua, sempre vai prevalecer a sua'. Ele é o profissional da área. Não ficaria nem um pouco surpreso se o vice de futebol deixasse de existir. O que precisamos é de um grupo ou de uma pessoa que faça uma interlocução do futebol com a presidência", conclui Lomba, reforçando a necessidade de valorizar o conhecimento técnico e a autonomia dos profissionais do futebol.
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