Pyramids FC: O Legado de Investimento Que Agora Desafia o Flamengo no Mundial

A Ascensão Meteórica de um Gigante Egípcio

O Flamengo se prepara para um confronto inédito em sua trajetória, encarando o Pyramids, do Egito, no próximo sábado, dia 13. A disputa, válida pela semifinal da Copa Intercontinental, ocorrerá no Estádio Ahmad Bin Ali, e o vencedor garantirá a chance de enfrentar o Paris Saint-Germain na grande final. Este embate não apenas marca um novo capítulo na história rubro-negra, mas também coloca em evidência um adversário com uma história recente de profunda influência no cenário sul-americano.

Embora sua participação em um torneio internacional de tal envergadura seja uma novidade, o clube sediado no Cairo já deixou sua marca, notadamente por ter representado um desafio significativo para diversas equipes brasileiras em um período não tão distante. Apenas durante a janela de transferências do meio de 2018, a agremiação egípcia surpreendeu o mercado ao assegurar a contratação de cinco jogadores de destaque do futebol nacional.

Essa série de aquisições incluiu nomes de peso, como Rodriguinho, figura central na conquista do Campeonato Brasileiro pelo Corinthians em 2017, e Keno, um atleta fundamental para o Palmeiras, que se sagraria campeão nacional no final daquele mesmo ano.

A Estratégia de Contratações e a Breve Era Valentim

Além da dupla proveniente dos rivais paulistas, o Pyramids também atraiu Carlos Eduardo, Ribamar e Arthur Caíke, que defendiam, respectivamente, Goiás, Athletico-PR e Chapecoense. Contudo, Arthur Caíke sequer pôde entrar em campo, em virtude das limitações impostas pelo regulamento quanto ao número de atletas estrangeiros.

Para liderar esse projeto ambicioso, a escolha recaiu sobre o técnico brasileiro Alberto Valentim. Sua permanência à frente da equipe, no entanto, foi efêmera. Em um período de apenas três partidas, Valentim foi destituído do cargo, supostamente por não acatar as diretrizes do então presidente do clube, Turki al-Sheikh, ao optar pela escalação de Ribamar.

O Impulso Financeiro e a Transição de Proprietários

Foi precisamente a influência do dirigente Turki al-Sheikh que impulsionou a transformação financeira do Pyramids em 2018. Fundado em 2008 e conhecido anteriormente como Al Assiouty Sport, o clube foi adquirido por Al-Sheikh, que na época desempenhava funções como conselheiro da Corte Real do Reino da Arábia Saudita e Autoridade Geral de Entretenimento. Essa aquisição representou uma injeção substancial de capital, redefinindo as ambições da equipe.

Contudo, a "aventura" do empresário foi de curta duração. No ano subsequente, em 2019, a agremiação egípcia foi negociada com Salem Al-Shamsi, oriundo dos Emirados Árabes Unidos, que desde então mantém o controle administrativo do clube.

O Legado Brasileiro e a Visão do Atleta Ewerton

Após o período de expansão inicial e com a mudança de comando, o Pyramids redefiniu sua estratégia de mercado, diminuindo a procura por talentos brasileiros. Atualmente, o atacante amapaense Ewerton é o único representante do Brasil a vestir as cores dos atuais campeões da Champions League da África.

Em declaração, Ewerton compartilhou sua perspectiva sobre o confronto:

"Ser o único brasileiro do elenco me dá um sentimento especial nesse jogo. Eu conheço bem o futebol brasileiro e sei como o Flamengo gosta de jogar: é uma equipe intensa, de muita qualidade técnica e que pressiona o tempo todo. Mas também sabemos da nossa força e do quanto trabalhamos para chegar até aqui. Espero uma partida muito disputada, de alto nível, e estou preparado para ajudar o Pyramids a conquistar essa vaga para a final contra o PSG."

A Consolidação Esportiva e o Caminho até o Confronto

Mesmo sem a continuidade daquele volume massivo de investimentos, o Pyramids conseguiu sustentar seu projeto esportivo, com o firme propósito de se posicionar como um rival à altura dos tradicionais Al Ahly e Zamalek no futebol egípcio. O ápice de suas conquistas foi justamente o triunfo na Copa dos Campeões da África.

No cenário doméstico, o clube vivenciou seu momento de maior glória com a conquista da Copa do Egito em 2023. Além disso, registrou campanhas notáveis como vice-campeão do Campeonato Egípcio em três edições consecutivas.

Para assegurar sua presença na semifinal da Copa Intercontinental contra o Flamengo , o Pyramids superou desafios como o Auckland City, da Nova Zelândia, e o Al-Ahli, da Arábia Saudita. Por sua vez, a equipe brasileira garantiu sua vaga ao vencer o Cruz Azul, do México, preparando o palco para este embate decisivo.