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Presidente do Flamengo Bap é denunciado no STJD por machismo
Por Redação Flapress em 28/12/2025 13:20
Luiz Eduardo Baptista, atual mandatário do Flamengo, tornou-se alvo de uma representação oficial no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A iniciativa partiu da União Brasileira de Mulheres (UBM), que contesta formalmente o comportamento do dirigente frente a uma profissional de imprensa durante compromissos institucionais do clube.
O foco da denúncia reside no enquadramento do Artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), dispositivo que legisla sobre condutas discriminatórias no ambiente esportivo. Caso o tribunal acolha a acusação e confirme a infração, o presidente rubro-negro pode enfrentar sanções financeiras severas, evidenciando um cenário de desgaste para a imagem da instituição.
A Procuradoria do STJD agendou para o mês de janeiro a avaliação inicial do inquérito. Este procedimento determinará se haverá o prosseguimento da denúncia formal, colocando a alta cúpula do clube sob o escrutínio das autoridades desportivas logo no início da temporada.
Consequências jurídicas para Luiz Eduardo Baptista
A entidade autora da ação argumenta que as palavras de Bap extrapolaram a crítica profissional, atingindo diretamente a dignidade da jornalista Renata Mendonça, integrante do Grupo Globo. Para a UBM, houve uma tentativa deliberada de desqualificar a mulher através de termos pejorativos e referências físicas inadequadas, o que configura um retrocesso no tratamento dado às mulheres no esporte.
Conforme detalhado na peça jurídica protocolada, a atitude do dirigente foi classificada como discriminatória e vexatória. O texto ressalta que a profissional foi reduzida a características físicas com o intuito de ser diminuída em seu exercício laboral, o que motiva o pedido de punição exemplar dentro das normas desportivas vigentes.
| Base Legal | Motivação da Denúncia | Punição Máxima Prevista |
|---|---|---|
| Artigo 243-G do CBJD | Ato discriminatório e depreciativo | Multa de até R$ 100 mil |
O episódio que motivou a denúncia da UBM
O conflito teve origem durante uma reunião realizada na sede da Gávea, no dia 23 de dezembro. Na ocasião, a jornalista questionou a disparidade de investimentos entre as categorias masculina e feminina do Flamengo , o que gerou a reação controversa de Luiz Eduardo Baptista, que optou por uma linha de resposta pessoalizada.
Em sua manifestação, o presidente utilizou termos que agora são o centro da disputa legal e que geraram imediata repulsa em setores da sociedade civil:
"Tem lá a 'nariguda da Globo' que fica falando mal da gente e tudo mais, do futebol, que não estimula. Dá vontade de falar: 'Filha, convence a sua empresa a colocar R$ 20 milhões por ano em direito de transmissão que a coisa fica melhor. Mas pau que dá em João tem de bater em Maria também'"
A postura do mandatário reflete uma resistência ao debate sobre a equidade no esporte, preferindo o ataque individual à argumentação técnica sobre os investimentos do clube. A repercussão negativa das falas agora se transforma em uma batalha jurídica que a diretoria do Flamengo precisará administrar perante a justiça desportiva.
Análise da Procuradoria e próximos passos
Com o protocolo realizado pela União Brasileira de Mulheres, a expectativa recai sobre o parecer dos procuradores do STJD. A análise técnica verificará se as provas apresentadas, baseadas nas declarações públicas do dirigente, são suficientes para sustentar o julgamento em plenário.
Este caso levanta novamente o debate sobre o limite das manifestações de dirigentes esportivos e a responsabilidade social que ocupam. O desfecho, previsto para o primeiro trimestre, servirá como um importante precedente sobre como o tribunal lida com ofensas de gênero e discriminação física dentro do futebol brasileiro.
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