- Flapress
- Palmeiras e Abel Ferreira: Análise do Desempenho contra o G6 no Brasileirão | Estatísticas e Táticas
Palmeiras e Abel Ferreira: Análise do Desempenho contra o G6 no Brasileirão | Estatísticas e Táticas
Por Redação Flapress em 04/06/2025 05:41
A gestão de Abel Ferreira à frente do Palmeiras é, inegavelmente, um capítulo dourado na história recente do clube, coroada por dois títulos consecutivos do Campeonato Brasileiro em 2022 e 2023. Contudo, sob a superfície dessas conquistas, emerge um padrão que merece atenção crítica: a aparente fragilidade da equipe em confrontos diretos contra seus principais concorrentes na elite nacional. A derrota para o Botafogo no Allianz Parque, na temporada passada, que por pouco não custou o título, e os tropeços recentes, são indícios claros de uma lacuna tática que exige reflexão.
Em toda a "era Abel", o desempenho do Alviverde em embates contra os times do G6 do Brasileirão se aproxima perigosamente do aproveitamento de uma equipe na zona de rebaixamento. Em um total de 44 partidas, incluindo os dados da edição em curso, o Palmeiras acumula apenas 10 vitórias, 15 empates e 19 derrotas, resultando em um aproveitamento de 34,1%. Um número que, por si só, já é um alerta.
Para contextualizar a gravidade dessa estatística, basta compará-la com o desempenho de clubes que foram rebaixados na última temporada. O Cuiabá, por exemplo, que encerrou o Brasileirão na lanterna, registrou um aproveitamento de 44,7% (34 pontos). A diferença é notável e sublinha a inconsistência do Palmeiras em duelos de alta voltagem.
A Exceção de 2022 e a Realidade dos Confrontos Diretos
O ano de 2022, de fato, representa um ponto fora da curva na trajetória do Palmeiras sob o comando de Abel Ferreira. Naquela temporada, o Alviverde encerrou o Campeonato Brasileiro com um feito histórico: o menor número de derrotas (apenas três) na era dos pontos corridos, além de ostentar uma impressionante sequência de 22 jogos de invencibilidade. Tratou-se, inquestionavelmente, da melhor campanha da história do clube, um testemunho da regularidade e dominância.
Curiosamente, para o Palmeiras, a performance em confrontos diretos contra o G6 nem sempre se mostrou um fator determinante para o sucesso final. O time encerrou as temporadas de 2022 (com 74% de aproveitamento) e 2023 (com 64,84%) com o melhor índice geral entre todos os participantes da Série A, evidenciando que a consistência ao longo do campeonato, e não apenas em duelos específicos, é a chave para a conquista do Brasileirão. Em 2023, por exemplo, mesmo com um desempenho aquém do esperado contra os rivais diretos ? conquistando apenas 9 dos 30 pontos possíveis e apresentando o pior aproveitamento entre os próprios times do G6 ? o Alviverde conseguiu se sagrar campeão. Isso sugere que a capacidade de somar pontos contra equipes de menor calibre compensou as dificuldades nos grandes embates.
O Cenário Atual e a Visão do Treinador
Na atual edição do Campeonato Brasileiro, o cenário em confrontos diretos contra o G6 é ainda mais preocupante. O time registrou até o momento um mísero aproveitamento de 25%, com apenas uma vitória (2 a 1 sobre o RB Bragantino) e derrotas para Bahia (1 a 0), Flamengo (2 a 0) e Cruzeiro (2 a 1). O Fluminense é o único adversário do topo da tabela que o Palmeiras ainda não enfrentou nesta sequência. Esta performance recente se alinha a um padrão mais amplo observado nos últimos dez confrontos contra equipes de elite, onde o Palmeiras obteve apenas uma vitória, ao lado de cinco empates e quatro derrotas, totalizando um aproveitamento de 26,6%. A incapacidade de superar o Botafogo em ambas as partidas na temporada passada, quando o time carioca se sagrou campeão, serve como um lembrete vívido dessa dificuldade.
Apesar dessas dificuldades em duelos específicos, é imperativo reconhecer a notável consistência do Palmeiras em campanhas gerais de Brasileirão sob a liderança de Abel Ferreira. O clube conquistou o terceiro lugar em 2021, sagrou-se bicampeão em 2022 e 2023, e manteve-se consistentemente nas primeiras posições, demonstrando uma capacidade ímpar de acumular pontos ao longo das longas jornadas.
A própria comissão técnica, ciente dessa realidade, tem demonstrado reconhecimento da urgência em aprimorar o desempenho da equipe nesses confrontos de alta relevância. Abel Ferreira, visivelmente insatisfeito com a postura do time na recente derrota para o Cruzeiro, expressou publicamente seu desejo por uma equipe mais focada e intensa. Após a partida, o treinador português não hesitou em apontar a necessidade de ajustes em diversos aspectos do jogo.
Sua frustração foi traduzida em palavras diretas:
É difícil falar de estratégia quando se leva dois gols em cinco minutos. É difícil pegar a prancheta com isso. Como levar um gol com jogadores altos no primeiro gol. Para ter gols tem que ter erros. Temos que melhorar em algumas coisas, como a bola parada.
A citação, que ressalta a importância de evitar falhas primárias e aprimorar a atenção em lances cruciais como a bola parada, ecoa a percepção de que, apesar das glórias, há um trabalho contínuo a ser feito para que o Palmeiras atinja um patamar de excelência inquestionável em todos os tipos de confrontos.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros