Libertadores: Torcida do Flamengo em Avellaneda Pela Vaga na Final

A atmosfera em Avellaneda já se transforma, antecipando o confronto decisivo pela Copa Libertadores. Nos arredores do estádio Presidente Perón, epicentro da batalha entre Flamengo e Racing (ARG) nesta quarta-feira, a paixão rubro-negra começa a se manifestar. Em meio à crescente movimentação, a reportagem encontrou três amigos de Brasília ? Rony, Gabriel e Edmundo ? que já sentem o pulsar da iminente disputa pela vaga na final do torneio continental.

A Chama Rubro-Negra em Terras Argentinas

A presença destes torcedores em solo argentino é um testemunho da dedicação inabalável que move a Nação. Gabriel e Edmundo, por exemplo, chegaram na noite de terça-feira, marcando presença, mesmo que breve, no evento organizado pela Fla Buenos Aires, o consulado oficial do clube na capital. "Fomos lá ontem (terça), sim. Mas estava muito cheio e a gente queria comer, então fomos para um bar próximo", relatou Gabriel, evidenciando a busca por um momento de descanso antes da adrenalina do jogo.

A jornada, contudo, é repleta de particularidades e sacrifícios. Rony, que desembarcou apenas nesta quarta-feira, já tem retorno programado para as 7h de quinta-feira, em um verdadeiro "bate-volta". O cansaço, no entanto, é uma trivialidade diante da magnitude do evento. "É bate-volta, estou virado. Eu cheguei hoje. Voltar amanhã cedo, mas é isso, tudo pelo Flamengo ", concluiu Rony, personificando o espírito abnegado dos que vivem o clube intensamente.

Edmundo e a Curiosa Coincidência de Nome

Entre os viajantes, Edmundo se destaca não apenas pela paixão, mas por uma curiosa coincidência nominal que frequentemente gera questionamentos. Homônimo de um ídolo histórico do arquirrival Vasco, o torcedor rubro-negro encara a situação com bom humor. "É uma homenagem ao meu tio. Toda vez era uma pergunta: 'É o animal?' (risos)", referiu-se ao conhecido apelido do ex-jogador, revelando a recorrência da brincadeira.

Apesar da associação inevitável, sua lealdade ao Mengão é inquestionável. "Sempre me perguntam se eu sou o animal, ou se eu torço para o Vasco. Mas, graças a Deus, eu fui bem criado", afirmou Edmundo, com um tom de orgulho pela sua escolha clubística. Ele ainda relembrou a breve passagem do "Animal" pelo Flamengo em 1995, minimizando seu impacto. "Quando ele foi jogar no Flamengo (1995), não vou dizer que fiquei feliz, mas foi tão insignificante a presença dele lá, passou tão rápido, acabou que ele não jogou bem", detalhou, reforçando a distância entre o ídolo vascaíno e sua própria identidade flamenguista.

A Saga Rubro-Negra Pelo Continente

Para o trio de amigos, esta é a primeira vez que acompanham o Flamengo em solo argentino. No entanto, a trajetória de apoio ao clube em competições internacionais não é recente. "Já seguimos o Flamengo há um tempo, desde 2019. Esse ano de 2019 foi o que mais vimos jogos. Já passamos muito perrengue. Já sofremos demais, antes. Especialmente em 2004, na final da Copa do Brasil contra o Santo André", compartilhou Edmundo, ilustrando a longa estrada percorrida em nome do time.

Apesar da novidade de pisar na Argentina para ver o clube, o mapa de suas viagens inclui outros destinos emblemáticos. "Para ver o Flamengo , é a primeira vez (que estão na Argentina). Mas já fomos para Guayaquil (Equador), Lima (Peru)? ", exemplificou o torcedor, pontuando a experiência acumulada em diversas frentes da América do Sul, sempre em busca da glória rubro-negra.

O Caminho para a Grande Final: Expectativas e Cenários

O palco está montado no Cilindro de Avellaneda para o embate que definirá um finalista da Libertadores. A bola começará a rolar a partir das 21h30 (horário de Brasília). Com a vantagem de 1 a 0 conquistada no jogo de ida, o Flamengo detém a prerrogativa de jogar por um empate para assegurar sua quinta participação em uma final de Libertadores, um feito que ecoaria a rica história do clube no cenário continental. A expectativa é de um confronto tenso e estratégico, onde cada lance será crucial para a concretização do sonho rubro-negro.