Léo Ortiz: Sacrifício Extremo na Final da Libertadores pelo Flamengo

O palco da final da Copa Libertadores se aproxima, e com ele, a incerteza que paira sobre a condição física de Léo Ortiz, peça fundamental na defesa do Flamengo. A semana é crucial para o zagueiro, que se empenha em uma verdadeira maratona de recuperação, visando estar apto para o embate decisivo contra o Palmeiras. A jornada até aqui já cobrou um alto preço, e a expectativa é de um novo e talvez ainda maior sacrifício.

Há pouco mais de um mês, Ortiz mergulhou no que ele mesmo define como o maior desafio físico desde sua chegada ao clube. Uma complexa operação de "força-tarefa" foi montada, com sessões de tratamento intensivas e ininterruptas, todas com um único objetivo: garantir sua presença em Lima, onde a glória continental aguarda.

A origem dessa saga remonta ao dia 19 de outubro, quando um estiramento no tornozelo direito foi diagnosticado após o confronto com o Palmeiras. O prognóstico era alarmante, especialmente com a semifinal da Libertadores contra o Racing marcada para apenas três dias depois. Diante da urgência, Ortiz mobilizou uma verdadeira equipe de recuperação, submetendo-se a quatro sessões de tratamento em um período de 24 horas.

Os cuidados se estendiam do Ninho do Urubu à sua própria residência, onde mantém uma estrutura particular que opera em sintonia com a metodologia do clube. Apesar do empenho hercúleo, Ortiz permaneceu no banco de reservas durante o jogo de ida contra o Racing, no Maracanã, sem ser acionado. O foco, então, se voltou para a partida de volta na Argentina, agendada para 29 de outubro, apenas dez dias após a lesão inicial.

A Batalha para Enfrentar o Racing: Uma Vitória Pessoal

A recuperação intensa prosseguiu, com horas dedicadas a tratamentos tanto em casa quanto no Centro de Treinamento. Esse esforço incansável permitiu que Ortiz alcançasse seu objetivo: entrar em campo contra o Racing. Mesmo longe de sua condição ideal, o zagueiro se colocou à disposição da comissão técnica e, para suportar a carga do jogo, precisou de uma infiltração no tornozelo direito. Atuou por 90 minutos, apresentando uma performance segura, e desabou em lágrimas ao celebrar a classificação para a final.

? Logo que fiz o Raio-X, depois do jogo com o Palmeiras, e vi que não tinha nenhuma fratura, falei: preciso jogar um desses jogos da semifinal. Já tinha dito para minha família: não sei o que vou fazer, não sei o que vou tomar, o que vou tratar nesses dias, mas tenho que estar. Fiz uma força muito grande para estar no primeiro jogo, nem que fosse no banco para estar participando, vivendo esse momento. Mesmo que bem longe das minhas condições normais, e hoje eu falei também que não tinha jeito de eu ficar fora. O Filipe também falou para mim: "não tem chance de você estar fora desse jogo, você vai dar um jeito". Muito feliz por tudo isso ter valido a pena ?

Declarou o zagueiro, ainda sob a emoção da classificação na Argentina. Suas palavras revelam a profundidade de sua determinação e o peso daquele momento.

O Custo da Dedicação e a Nova Meta: Lima

Contudo, a euforia deu lugar à dura realidade nos dias que se seguiram. O esforço monumental para jogar contra o Racing cobrou seu preço, forçando o zagueiro a recuar em sua recuperação. A avaliação médica indicou um agravamento da lesão, colocando em xeque até mesmo sua participação na tão sonhada final da Libertadores. Foi nesse ponto que Ortiz iniciou a segunda fase de sua "força-tarefa", estabelecendo uma nova e ainda mais ambiciosa meta: estar em campo em Lima.

Nesta reta final da preparação, o zagueiro intensificou sua rotina de recuperação domiciliar, realizando sessões diárias de fisioterapia no conforto de sua casa, em complemento aos trabalhos no Ninho do Urubu. O tratamento é agora feito em três turnos. No CT, Léo Ortiz ainda não retornou aos gramados, concentrando-se em atividades internas na academia. A expectativa é que ele possa ir a campo nos próximos dias para iniciar a fase de transição, um passo crucial para sua reintegração.

A perspectiva do retorno ao campo foi comentada por Filipe Luís, que acompanha de perto a situação do companheiro:

? Sobre o Léo (Ortiz), a intenção é que ele volte a campo. Teve uma lesão complicada, fez um sacrifício muito grande para estar no jogo contra o Racing. Nossa intenção é que volte a campo nesta semana. Vamos ver se tem condições ou não -

Disse Filipe Luís , após a vitória sobre o Bragantino. A cautela nas palavras reflete a complexidade da recuperação.

O Dilema Final: Sacrifício e Consequências Futuras

No cenário mais otimista, Léo Ortiz teria apenas dois treinos antes do próximo compromisso, contra o Atlético-MG. Um período exíguo para sua plena recuperação, especialmente considerando o gramado sintético da Arena MRV. Internamente, o desejo era que o zagueiro pudesse ter alguns minutos em campo antes da final em Lima, mas essa possibilidade é cada vez mais remota. Tudo indica que Ortiz só será relacionado para o jogo decisivo na capital peruana.

Assim como na semifinal, o zagueiro confidenciou a pessoas próximas sua irredutível vontade de não ficar de fora de um evento histórico como a final da Libertadores. Ele está disposto a mais um sacrifício, custe o que custar, para estar à disposição de Filipe Luís . A possibilidade de uma nova infiltração é ponderada, mas a decisão final carregará o peso das consequências. Caso o Flamengo seja campeão, o Intercontinental aguarda, e a temporada de 2026 já se inicia em janeiro, exigindo um jogador em plenas condições.

A trajetória do Flamengo desde a lesão de Léo Ortiz ilustra a complexidade do momento: