Juninho no Flamengo: 9 Meses de Investimento e Poucas Oportunidades – Uma Análise Profunda

Nove meses se passaram desde a chegada de Juninho ao Flamengo, e a realidade do atacante está longe do status que se esperava para uma contratação que custou 5 milhões de euros, aproximadamente R$ 31 milhões. Anunciado como o primeiro reforço da gestão Bap e Boto, o jogador, que veio do Qarabag, do Azerbaijão, representou um investimento significativo que, até o momento, não se traduziu em um papel relevante dentro do elenco.

A aquisição de Juninho foi inclusive citada como um modelo a ser seguido. O diretor Boto, em entrevista concedida ao ge durante a pré-temporada nos Estados Unidos, expressou um desejo claro: "Aquilo que quero implementar é o que o departamento de scouting nos dê mais Juninhos". Contudo, o próprio diretor esclareceu que a vinda de Juninho não foi fruto direto do trabalho de scout, mas sim do conhecimento compartilhado entre ele e Filipe Luís.

Filipe Luís , já familiarizado com o desempenho de Juninho , havia sugerido o nome do atleta no final de 2024. Com a chegada de Boto em 2025, que também acompanhava a carreira do jogador, o atacante se tornou um dos primeiros alvos de discussão. Juninho estava prestes a assinar com o Sevilla, na Espanha, quando um telefonema de Filipe Luís alterou completamente o destino de sua carreira, direcionando-o para o clube carioca.

O Contraste entre Investimento e Utilização em Campo

Desde sua chegada em janeiro, Juninho participou de apenas 27 jogos, sendo titular em meras sete ocasiões. O atacante registrou três gols, dois deles em momentos cruciais: um na final do Campeonato Carioca e outro que garantiu a vitória sobre o Deportivo Táchira, na Venezuela, pela fase de grupos da Libertadores. Apesar desses momentos de destaque, sua utilização tem sido consistentemente limitada.

Sua melhor sequência como titular foi em abril, com dois jogos consecutivos contra o Vitória, pelo Brasileirão, e o Central Córdoba, pela Libertadores. A partir daí, Juninho entrou em um período de incerteza, transformando-se em uma peça raramente acionada no banco de reservas, permanecendo 15 partidas sem entrar em campo. Em setembro, sequer foi relacionado para os confrontos, e sua última aparição em campo, por 14 minutos, foi há mais de dois meses, contra o Ceará. Embora tenha sido relacionado posteriormente contra Bahia e Botafogo, permaneceu sem ser utilizado.

A tabela abaixo ilustra a performance e o aproveitamento de Juninho no Flamengo até o momento:

Ofertas Recusadas e Promessas Não Cumpridas

Apesar do aproveitamento aquém do esperado, Juninho atraiu o interesse de clubes da Arábia Saudita. Propostas de empréstimo com compensação financeira chegaram do Al-Riyadh e do Najma SC. O Flamengo , no entanto, recusou as ofertas, sob a promessa de que o atacante teria mais minutos em campo, uma condição que, infelizmente, não foi cumprida. O próprio jogador manifestou o desejo de permanecer no Rio de Janeiro.

Com a chegada de Samuel Lino e Carrascal na última janela de transferências, Juninho viu seu espaço diminuir ainda mais. Após o término da Copa do Mundo de Clubes, o atacante acumulou apenas 62 minutos em campo, evidenciando uma marginalização no esquema tático da equipe. Além das duas propostas recusadas, o ge apurou que outros cinco clubes demonstraram interesse no atacante, mas o Flamengo manteve-se irredutível no mercado na última janela.

Fontes próximas ao clube revelaram que, para além do período da janela de transferências, Juninho e a diretoria já tiveram conversas sobre o seu aproveitamento ao longo da temporada. O jogador expressa um sentimento de desprestígio devido às poucas oportunidades, especialmente após a promessa de mais tempo de jogo que o levou a não ser liberado para o Mundo Árabe. A situação de Juninho levanta questionamentos sobre a gestão de talentos e o cumprimento de acordos dentro do Flamengo .