Gramado da Fonte Nova: Condições para Flamengo x Bahia e a Polêmica com o Palmeiras

A Casa de Apostas Arena Fonte Nova, palco do próximo confronto entre Bahia e Flamengo neste domingo, viu seu gramado se tornar o centro das atenções novamente. Após uma partida recente contra o Palmeiras, que culminou em vitória mandante por 1 a 0, o estado do campo foi alvo de severas críticas, gerando um debate acalorado. Agora, com a chegada do Mais Querido, a administração do estádio se manifesta, buscando assegurar a qualidade do piso.

No embate anterior, entre Bahia e Palmeiras, a súmula do árbitro Anderson Daronco já apontava que o gramado não se encontrava em condições ideais, registrando o uso de tinta verde para mascarar imperfeições. Contudo, Milena Andrade, gerente de operações da Arena Fonte Nova, vem a público para garantir que o campo estará plenamente apto para o duelo decisivo deste fim de semana.

Arena Fonte Nova Garante Qualidade do Gramado para o Confronto do Flamengo

Apesar das observações visuais e das críticas anteriores, a gerente de operações da Arena Fonte Nova assegura a conformidade técnica do campo. "O gramado vai estar apto para o jogo do Flamengo, principalmente respeitando todos os parâmetros técnicos, como atração, umidade, altura de corte e compactação", afirmou Milena Andrade em entrevista ao Globo Esporte, buscando dissipar as preocupações.

Milena detalha que a alteração na coloração do gramado é resultado de um processo de manutenção planejado e que, por si só, não compromete os atributos essenciais de um campo de futebol de alto nível. "A gente tem um calendário, um cronograma de atividades planejadas para o gramado respeitando a janela entre os jogos. Nesse momento, o gramado não tem um verde habitual. Mas o que a gente consegue assegurar é que, para o gramado, não se observa, se afere, pela questão estética. A gente afere por parâmetros técnicos, que são a atração, umidade, compactação e resistência do gramado", explicou.

Parâmetros Técnicos Prevalecem sobre a Estética Visual

A administração da Fonte Nova enfatiza que a avaliação da qualidade do gramado deve transcender o aspecto visual. "A qualidade do gramado, tecnicamente, permanece inalterada. Todos os parâmetros estão sendo respeitados. Visualmente, a gente não tem o verde usual, mas logo em breve vamos ter esse verde novamente", reiterou Milena Andrade, sublinhando que a funcionalidade e segurança para os atletas permanecem íntegras.

A expectativa da gerente é que a coloração verde habitual do gramado seja restabelecida ao longo do mês de outubro, impulsionada pela paralisação dos jogos devido à Data Fifa. "O corante esportivo é apropriado e recomendado para usar em gramados esportivos se necessário. Tanto que, em jogos nacionais e internacionais, o corante é utilizado. Se necessário, a gente vai estar utilizando. Como é um organismo vivo, a gente precisa de tempo. Em outubro, a gente vai ter uma janela favorável. Nesse intervalo, a gente vai conseguir fazer o trabalho intensivo de manutenção para resgatar e acelerar esse verde", concluiu.

A Polêmica Anterior: Abel Ferreira vs. Rogério Ceni sobre o Gramado

A controvérsia em torno do gramado da Fonte Nova ganhou contornos mais agudos no último domingo, antes mesmo de a bola rolar para Bahia x Palmeiras, quando a cor incomum do campo já chamava a atenção. Durante a partida, o Palmeiras perdeu Lucas Evangelista e Piquerez por lesão ainda no primeiro tempo, e o técnico Abel Ferreira não hesitou em atribuir a responsabilidade ao estado do piso.

"É difícil, você não está preparado para este tipo de situação, não está preparado para jogar num campo com um gramado.... Estamos falando de futebol de alto nível, futebol profissional, isto devia ser inadmissível. As lesões surgem pelas condições do gramado porque o pé fica preso, infelizmente", desabafou Abel.

Em contrapartida, o técnico Rogério Ceni, do Bahia, embora reconhecesse que o gramado não estava em sua melhor forma, criticou veementemente a declaração de Abel Ferreira, especialmente ao vincular as lesões e a derrota do Palmeiras à condição do campo. Ceni chegou a sugerir que, para o estilo de jogo do Palmeiras, um gramado menos ideal seria até benéfico.

"Acho que a cor estava muito feia. Para o Palmeiras, é melhor gramado ruim porque só fazem ligação direta, quase. A característica de jogo deles é Weverton-Flaco-Vitor Roque. A gente prejudica mais porque joga desde trás do chão. Também gostaríamos que o gramado tivesse em melhor condição, mas acho que atrapalhou mais para nós. Sobre lesão, me desculpa, mas para quem joga em gramado sintético reclamar de lesão em gramado natural, aí fica feio", rebateu Ceni.

A declaração de Rogério Ceni gerou um novo desdobramento, desta vez com uma intervenção de Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, que classificou a fala de Ceni como uma "questão ética complicada".

"Os títulos que o clube conquistou sob o comando da comissão técnica do Abel demonstram a excelência do trabalho desenvolvido. A declaração do senhor Rogério Ceni entra em uma questão ética complicada e eu acho que ele deveria repensá-la", pontuou Barros.