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Flamengo x Inter: Bola Parada Decisiva na Libertadores - Análise Tática
Por Redação Flapress em 13/08/2025 23:50
Ainda que a margem no placar seja estreita, o resultado da primeira partida das oitavas de final da Copa Libertadores, entre rubro-negros e colorados, reflete com precisão a superioridade da equipe carioca. O Flamengo demonstrou domínio notável na etapa inicial, voltou a ameaçar nos minutos finais do segundo tempo e, mais uma vez, encontrou a contundência necessária através da bola parada aérea. Assim como já havia acontecido em confrontos anteriores contra Fluminense e Atlético-MG, o caminho para a vitória foi pavimentado por essa via.
A performance ofensiva do time da Gávea poderia ter se traduzido em um número maior de gols antes do intervalo, mas a equipe pecou na finalização das inúmeras boas jogadas criadas. Por outro lado, o Internacional apresentou uma melhora significativa no segundo tempo, chegando a controlar as ações por cerca de vinte minutos. Contudo, essa posse de bola e domínio territorial não foram convertidos em chances claras de gol, e a equipe gaúcha, inclusive, esteve perto de sofrer o segundo gol nos instantes derradeiros do confronto.
Configurações Táticas e Escalações Iniciais
O técnico Filipe Luís teve de lidar com a ausência de Arrascaeta, confirmando a entrada de Luiz Araújo. Plata atuou de forma mais centralizada, próximo a Bruno Henrique, enquanto Pedro permaneceu no banco de reservas. Na lateral-direita, Emerson Royal foi a escolha. Do lado colorado, Roger Machado manteve Ricardo Mathias na referência do ataque, com Tabata pela direita e Wesley pela esquerda. Alan Rodriguez desempenhou a função de segundo meio-campista, e a dupla de zaga foi formada por Juninho e Vitão.
Flamengo | Internacional |
---|---|
Filipe Luís (Técnico) | Roger Machado (Técnico) |
Luiz Araújo | Ricardo Mathias |
Plata | Bruno Tabata |
Bruno Henrique | Wesley |
Emerson Royal | Alan Rodriguez |
Allan | Juninho |
Jorginho | Vitão |
Alex Sandro | Rochet |
Samuel Lino | Aguirre |
Léo Ortiz | Bernabei |
Como era amplamente antecipado, o Flamengo assumiu a iniciativa, buscando a posse de bola e se estabelecendo no campo de ataque do Internacional. O Colorado, por sua vez, não demonstrou interesse em construir jogadas a partir da defesa com passes curtos, preferindo evitar a pressão rubro-negra. Também não efetuou movimentos de elevação do bloco defensivo, o que resultou em uma equipe pressionada e sem capacidade de ameaçar os anfitriões. Somente após já estar em desvantagem no placar, aos 30 minutos, o Inter conseguiu adentrar a área adversária com algum perigo.
A Contundência da Bola Parada e o Desenho Tático
A bola parada aérea, uma vez mais, foi a chave para desbloquear o marcador em favor do Mais Querido. Com o auxílio de Alex Sandro, Bruno Henrique conseguiu se desvencilhar da marcação de Bernabei, ficando livre para cabecear no canto esquerdo de Rochet após um escanteio bem executado por Luiz Araújo . Consequentemente, o gol facilitou a criação de espaços para o Flamengo , que, no entanto, já demonstrava um futebol envolvente mesmo com o placar inalterado.
A estratégia de Filipe Luís envolveu prender um dos volantes alinhado aos zagueiros. Allan desempenhou esse papel com mais frequência do que Jorginho, mas houve um revezamento entre eles. O outro volante tinha liberdade para avançar pelo centro do campo. Essa configuração permitiu que Emerson Royal e Alex Sandro se soltassem no campo adversário, com o primeiro sempre bem aberto pela direita e o segundo transitando entre Aguirre e Vitão, embora sem infiltrar tanto na área.
Samuel Lino começou a levar vantagem sobre Aguirre pelo lado esquerdo. O time carioca realizava a transição rápida da bola com seus zagueiros e volantes, e o ponta recebia a bola de frente para a área. Ele conduzia para o meio, buscava o drible para a linha de fundo ou conexões com Alex Sandro , Bruno Henrique e Plata. Apesar da fluidez rubro-negra, o Inter se defendia de forma compacta entre os setores, agressivo na pressão à bola e congestionando as imediações da área.
Pressão e Imprecisão: Os Detalhes do Confronto
Apesar da boa organização defensiva, o Inter não conseguia desarmar em regiões propícias ao contragolpe. É fundamental destacar as excelentes pressões pós-perda realizadas pelos anfitriões, que impediram quaisquer possibilidades de transições rápidas para os gaúchos. Pelo lado direito, Emerson Royal era bem marcado por Wesley , mas demonstrava agressividade nas tentativas de conexão com Luiz Araújo , Plata e Jorginho.
Luiz Araújo por pouco não balançou as redes ao receber um excelente passe do atento Allan na entrada da grande área, mas Rochet fez a defesa. Nos últimos quinze minutos do primeiro tempo, com algumas tentativas de avanço do Colorado, o Flamengo conseguiu aumentar o volume de jogadas finalizadas, mas a precisão no arremate ou a melhor decisão perto do gol foram falhas. Isso ficou evidente em duas oportunidades com Plata. Bruno Henrique também chutou torto após um belo giro sobre Juninho .
No lado visitante, o setor ofensivo não apresentou destaques. Nas raras vezes em que chegou à área em condições de finalizar, esbarrou na excelente proteção defensiva rubro-negra, principalmente com Léo Ortiz e Alex Sandro . As conexões fluentes foram poucas, e faltou regularidade para de fato incomodar o sistema defensivo carioca.
A Resposta do Internacional e as Alterações Estratégicas
Emerson Royal sofreu um pisão de Wesley na metade do primeiro tempo e não retornou para a etapa complementar, sendo substituído por Varela no intervalo. Mesmo com seu time sob domínio, Roger Machado optou por não promover mexidas no início do segundo tempo. A estratégia, no entanto, foi alterada: a equipe se adiantou para marcar no campo de defesa do Flamengo , o que naturalmente aumentou seu tempo de posse de bola.
O panorama do jogo mudou. O Rubro-Negro passou a ter a possibilidade do contragolpe, mas cometeu muitos erros na condução das transições e ainda enfrentava um adversário mais confiante, que também passou a realizar pressões pós-perda no campo de ataque. Plata e Samuel Lino pareciam desgastados para executar esse trabalho defensivo, e a imprecisão se tornou mais evidente.
Jogadores como Thiago Maia, Alan Rodriguez, Bruno Tabata e Wesley tocaram mais vezes na bola, mas esse volume não se traduziu em chances reais de gol. Alan Patrick teve pouca influência desta vez. Embora o volume e a presença ofensiva do Internacional tenham aumentado, a criatividade permaneceu em baixa. Não houve nenhuma jogada de perigo real para o time da casa neste período de maior posse colorada.
Final de Jogo: Retomada Rubro-Negra e Confronto Aberto
Filipe Luís promoveu a estreia de Carrascal na segunda metade do segundo tempo, com Everton Cebolinha também entrando em campo, substituindo Samuel Lino e Plata. Do lado gaúcho, Roger retirou Wesley para a entrada de Vitinho, e posteriormente substituiu Bruno Tabata e Ricardo Mathias por Richard e Borré. O Flamengo conseguiu novamente ganhar metros no gramado perto dos 30 minutos, voltando a reter a bola na intermediária adversária.
Pedro e Evertton Araújo foram as últimas apostas dos anfitriões, enquanto Bruno Henrique (do Inter) e Gustavo Prado entraram pelos visitantes. Carrascal teve boas participações perto da área e esteve envolvido na jogada que quase resultou no segundo gol de Luiz Araújo aos 43 minutos, mas o chute parou em Rochet. O Internacional respondeu com uma finalização de Vitinho da entrada da área e outra de Bernabei nos acréscimos, mas Rossi e Luiz Araújo neutralizaram os arremates sem maiores problemas. O confronto permanece totalmente aberto para a partida de volta.
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