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Flamengo Vira Jogo Inacreditável Contra Corinthians: Carrascal Brilha e Retoma a Ponta
Por Redação Flapress em 28/09/2025 22:56
O palco do futebol brasileiro testemunhou um dos confrontos mais surpreendentes e dinâmicos desta edição do Campeonato Brasileiro. A partida entre Corinthians e Flamengo desenrolou-se em dois atos distintos, revelando um domínio avassalador do Timão na etapa inicial, contrastado por um crescimento notável do Mais Querido no período complementar. A noite, que poderia ter sido marcada pela ineficácia de Yuri Alberto, transformou-se em um espetáculo de precisão cirúrgica de Carrascal, o arquiteto das assistências para os gols de Arrascaeta e Luiz Araújo. Um desfecho emocionante, digno da grandeza dos clubes envolvidos, que culminou em uma virada memorável.
Ainda que o alvinegro tivesse demonstrado maior capricho em suas finalizações, a vitória poderia ter sido encaminhada com tranquilidade no primeiro tempo. Durante quarenta minutos, a equipe carioca exibiu uma performance irreconhecível, sendo amplamente superada por um Corinthians voraz em seu ímpeto, mas deficiente na conversão de suas oportunidades. Contudo, ajustes táticos realizados ainda nos instantes finais da etapa inicial permitiram ao Flamengo reencontrar sua qualidade e transformar as chances criadas em gols decisivos.
Estratégias Iniciais e a Dominação Alvinegra
As formações iniciais apresentaram particularidades em ambos os lados. Dorival Junior, no comando do Corinthians, contou com os retornos de Raniele e Gui Negão, mas ainda lidava com as ausências de Memphis Depay, Carrillo e Garro. O treinador manteve o esquema com três zagueiros, com Raniele atuando na zaga e Gui Negão no meio, substituindo Vitinho, que foi para o banco.
Do lado rubro-negro, Filipe Luís optou por uma formação mista. Varela, Alex Sandro, Jorginho, Plata e Pedro iniciaram no banco de reservas, enquanto Emerson Royal, Viña, De la Cruz, Carrascal e Bruno Henrique foram escalados como titulares. Notavelmente, o colombiano Carrascal desempenhou uma função inédita desde sua chegada ao clube, partindo da direita para o centro do campo.
O primeiro tempo foi um testemunho da imprevisibilidade do futebol. Por quase quarenta minutos, uma equipe exerceu um predomínio avassalador sobre a outra, e ainda assim, o placar permanecia inalterado ao final da etapa. O Corinthians literalmente "amassou" o Flamengo , criando inúmeras chances para construir uma vantagem confortável e gerenciar o resultado. No entanto, a falta de contundência de seu principal artilheiro foi o fator determinante para a igualdade.
Yuri Alberto teve a chance de inaugurar o marcador logo aos 11 minutos, mas sua cobrança de pênalti, uma "cavadinha", foi facilmente defendida por Rossi, sentado no centro do gol. A ineficácia do atacante não se limitou a este lance: em outras três ocasiões, ele se viu cara a cara com o goleiro flamenguista, mas falhou em concluir as jogadas com sucesso. A capacidade de explorar os espaços nas costas da defesa adversária era evidente, mas a contundência para colocar o Timão em vantagem esteve ausente.
A Reação Rubro-Negra e o Ponto de Virada
As posturas das equipes eram diametralmente opostas. De um lado, um Corinthians que jogava "a vida", intenso em cada disputa, ágil na circulação da bola, inteligente para atrair e ferir o adversário, e organizado tanto na pressão ofensiva quanto na saída de bola. Do outro, um Flamengo letárgico, operando em uma rotação muito abaixo do ideal, espaçado, sem o "timing" de pressão adequado e defensivamente desajustado.
O Timão movimentava a bola com rapidez em seu trio de zaga. Carrascal, Bruno Henrique e Arrascaeta não conseguiam combater a tempo, concedendo espaços para passes às costas de Saúl e De la Cruz , ou para inversões diagonais que encontravam a progressão dos alas. Matheus Bidu e Matheuzinho desfrutaram de liberdade e foram influentes na criação corintiana, com Breno Bidon também produzindo bastante. Além das chances desperdiçadas por Yuri Alberto, Matheuzinho e Gustavo Henrique finalizaram com perigo, mas Rossi reagiu bem.
O ritmo frenético dos donos da casa teve uma queda natural por volta dos 40 minutos, momento em que o Flamengo , enfim, conseguiu entrar na partida. Filipe Luís chamou Saúl à beira do campo e realizou um ajuste na pressão que os cariocas tentavam exercer na saída de bola paulista. A partir daí, o equilíbrio começou a se estabelecer. Em poucos minutos de maior presença no campo de ataque, o Flamengo chegou com perigo em duas ocasiões. João Pedro impediu um gol certo de Samuel Lino em uma delas, enquanto Arrascaeta , pouco antes, mandou de canhota por cima da meta. Adicionalmente, Carrascal e Saúl passaram a ter mais contato com a bola perto da área, Emerson Royal conseguiu apoiar, e Léo Ortiz distribuiu bons passes.
O Grito de Gol e a Maestria de Carrascal
Para o segundo tempo, Filipe Luís promoveu as entradas de Danilo e Alex Sandro , substituindo Léo Pereira e Viña. O Flamengo parecia mais organizado para atacar e pressionar, mas a conta chegou logo no primeiro minuto após o intervalo. Yuri Alberto recebeu de Gui Negão em um contragolpe pela esquerda, superou Léo Ortiz e bateu de canhota para abrir o placar. Um gol que, ironicamente, pareceu mais difícil do que todas as oportunidades perdidas na etapa inicial.
A melhora rubro-negra, no entanto, se confirmou pouco depois. Com maior lucidez para avançar, a equipe construiu o empate de forma natural em uma jogada iniciada por Samuel Lino pela esquerda. Ele encontrou Carrascal dentro da área, que rolou para Arrascaeta finalizar de canhota e igualar o marcador. A virada esteve muito próxima quatro minutos depois, quando Arrascaeta escorou uma cobrança de falta de De la Cruz e Carrascal chutou com grande perigo, rente à trave de Hugo Souza.
Dorival, buscando reajustar sua equipe, sacou Gui Negão e José Martinez para as entradas de Talles Magno e Angileri. No Flamengo , Plata substituiu Bruno Henrique , que pouco antes de sair, havia desperdiçado uma grande chance de virar o jogo ao tentar um passe para Arrascaeta em vez de finalizar, mesmo com liberdade pelo centro da área. O encaixe da marcação corintiana já não era o mesmo. Raniele foi deslocado para o meio-campo e Angileri entrou como zagueiro pela esquerda, mas a questão defensiva não foi solucionada. Era nítida a falta de energia para manter o plano original, e lacunas entre os setores começaram a surgir. Jorginho substituiu De la Cruz pouco antes dos 30 minutos, em uma tentativa de dar novo fôlego ao meio-campo rubro-negro.
Dorival seguiu tentando reajustar a parte defensiva dos anfitriões, promovendo as entradas de Cacá e Ryan nos lugares de João Pedro e Maycon, além de Vitinho na vaga de Breno Bidon, um dos destaques do Corinthians. No rubro-negro, a última cartada de Filipe Luís foi a entrada de Luiz Araújo na vaga de Samuel Lino. Uma substituição que se mostraria fundamental para a concretização da vitória.
A Consagração da Virada e o Impacto na Tabela
Após uma bem-sucedida saída de pressão desde o campo de defesa, com a bola sendo trocada de pé em pé, Plata executou um lateral rápido pela direita. Carrascal conduziu a jogada com maestria até servir Luiz Araújo dentro da área, que finalizou com precisão, de chapa, no canto esquerdo, selando a virada e a vitória rubro-negra. Este triunfo, somado aos tropeços de Palmeiras e Cruzeiro na rodada, permitiu ao Flamengo reassumir o melhor aproveitamento de pontos do campeonato, consolidando sua posição e reforçando as ambições na competição.
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