Flamengo será único sem SAF até 2029? Bap faz alerta grave

O cenário do futebol brasileiro pode caminhar para uma hegemonia quase completa das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), com apenas uma exceção no topo da pirâmide: o Flamengo. Essa é a visão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que utilizou um encontro oficial na Gávea para traçar um prognóstico contundente sobre o futuro institucional dos grandes clubes do país. Segundo o dirigente, o Rubro-Negro deve se manter como o último bastião do modelo associativo entre os gigantes nacionais em um futuro próximo.

Durante a prestação de contas realizada no salão nobre do clube, Bap não poupou críticas à forma como as gestões adversárias estão sendo conduzidas. Para ele, existe um movimento deliberado de enfraquecimento administrativo para justificar a venda do controle do futebol a investidores externos. O mandatário sugeriu que muitos dirigentes optam por uma postura permissiva para forçar a transição para o modelo empresarial.

"Acredito que em 2029 o único que não seja uma SAF seja o Flamengo. Vejo muitos dirigentes tocando o clube de maneira leniente, para piorar o resultado e dizer: "Olha para o Flamengo, como vou competir com esses filhos da p...? Só se virar SAF. Tenho um investidor, e para deleite de vocês estou aqui para ser o CEO da SAF". Isso está acontecendo em vários clubes do Brasil"

A estratégia das SAFs e o alerta sobre investidores estrangeiros

A análise crítica de Bap se estendeu a exemplos práticos do mercado nacional, citando nominalmente a situação do Atlético-MG. O dirigente descreveu o que considera um ciclo perigoso, onde figuras que inicialmente surgem como apoiadores financeiros acabam se tornando proprietários das instituições por meio da conversão de dívidas em participações acionárias. O alerta serve como um lembrete sobre a soberania rubro-negra diante de propostas externas.

"Olha o Atlético-MG: assume o clube como mecenas, endivida o clube e ele é a garantia. Chega uma hora e diz: "Quero receber. Ah, não tem dinheiro? Me paga com ações. Pronto, virei dono do clube". Hoje há aventureiros vindo para cá. E se vier um fundo soberano da Arábia Saudita? Será que o Flamengo está preparado para concorrer com quem tem bilhões para investir? Isso é para se pensar, o dinheiro hoje não tem origem, não tem pátria. A gente tem que tomar cuidado com aventureiros e falso messias"

A preocupação central do dirigente reside na origem do capital que tem entrado no Brasil. Ao questionar a preparação do Flamengo para enfrentar concorrentes amparados por fundos soberanos bilionários, como os da Arábia Saudita, Bap reforça a necessidade de uma gestão profissional e blindada contra promessas que podem comprometer a identidade secular do clube.

Domínio esportivo e saúde financeira recorde na Gávea

Apesar das advertências sobre o futuro do mercado, o presente do Flamengo foi apresentado com números que justificam a confiança no modelo atual. O balanço do primeiro ano da gestão destacou uma arrecadação histórica, consolidando o clube como uma potência financeira inalcançável no território sul-americano, superando a marca de R$ 2 bilhões em faturamento no exercício de 2025.

O sucesso nas finanças foi acompanhado por uma galeria de troféus repleta, reafirmando que a sustentabilidade econômica é o pilar para as glórias dentro de campo. Abaixo, os dados consolidados apresentados aos sócios durante a reunião:

A apresentação serviu para consolidar a narrativa de que o Flamengo não precisa abdicar de sua natureza associativa para competir em alto nível. Pelo contrário, a diretoria defende que a autonomia institucional é o que permite ao clube ditar o ritmo do futebol brasileiro, enquanto rivais buscam na venda de suas ações uma saída para crises administrativas e endividamentos crescentes.