Flamengo quer Top 15 mundial e reforma no futebol brasileiro

O Flamengo atingiu um patamar financeiro sem precedentes na história do esporte nacional ao registrar um faturamento superior a R$ 2 bilhões. Diante deste cenário de bonança, a diretoria rubro-negra, liderada pelo presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, já articula os próximos passos institucionais. O planejamento estratégico, desenhado para os próximos anos, visa consolidar o clube não apenas como uma potência sul-americana, mas como um protagonista no escalão de elite do futebol mundial.

A folha de rota estabelecida pela atual gestão compreende seis pilares fundamentais com metas estendidas até o ano de 2030. Embora o mandato atual se encerre em 2027, a visão de longo prazo pressupõe uma continuidade administrativa, considerando a possibilidade de reeleição que manteria o atual grupo no comando por mais três temporadas após o primeiro ciclo. Entre as prioridades, destaca-se a influência direta na modernização do ecossistema do futebol brasileiro em conjunto com as entidades reguladoras.

O Rubro-Negro pretende atuar como um vetor de pressão e apoio à CBF para a implementação de padrões internacionais de gestão. As exigências englobam temas sensíveis como a integridade das competições, a qualidade da arbitragem, o licenciamento rigoroso de clubes e a padronização de gramados. Além disso, a defesa de um Fair Play Financeiro robusto é vista como essencial para garantir a sustentabilidade do mercado nacional, combatendo gestões que operam com déficits irresponsáveis.

Flamengo quer liderar reforma técnica no futebol nacional

Durante explanações recentes aos associados, a postura do mandatário foi incisiva ao criticar modelos de negócio que priorizam o endividamento em busca de resultados imediatos. Bap também manifestou desaprovação explícita ao uso de superfícies sintéticas, defendendo a grama natural como padrão de excelência. Mesmo sem ter sido um aliado político de Samir Xaud na eleição da CBF, o presidente flamenguista reconheceu e elogiou os esforços da entidade para elevar o nível técnico e organizacional do esporte no país.

No âmbito financeiro, a meta é audaciosa: colocar o Flamengo entre os 15 maiores faturamentos do planeta, considerando exclusivamente as receitas recorrentes e excluindo a comercialização de atletas. Atualmente, o clube ocupa a 25ª posição global, com uma arrecadação de aproximadamente 226 milhões de euros (R$ 1,47 bilhão), superando agremiações tradicionais da Europa, como o Benfica, de Portugal.

A evolução patrimonial e de marca é o motor para essa ascensão no ranking da consultoria internacional. Sobre essa escalada nos indicadores financeiros, Luiz Eduardo Baptista demonstrou otimismo moderado, mas com metas claras de expansão para os próximos exercícios fiscais.

"Há um ano, nós éramos provavelmente o 27º faturamento no mundo. Acredito que agora sejamos o 16º. Acho que temos que mirar no top 10, se der errado fica lá no top 15 dos maiores (risos)"

Consolidação financeira e blindagem estatutária rubro-negra

Outro eixo central da estratégia é a perenidade da profissionalização administrativa. O objetivo é tornar o modelo de gestão atual um caminho sem volta, protegendo o clube de eventuais aventuras políticas no futuro. Para isso, o Flamengo estuda modernizar ainda mais seu estatuto, reforçando os mecanismos de controle e a política de austeridade que foi iniciada em 2013 e que permitiu a saúde financeira atual.

A intenção é que o rigor fiscal e a responsabilidade administrativa sejam pilares inegociáveis, independentemente de quem esteja na cadeira da presidência. Com a construção do estádio próprio e a solidificação das receitas, o clube entende que a manutenção dessa disciplina é o que garantirá a competitividade necessária para encarar de igual para igual os gigantes do Velho Continente nas próximas décadas.