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Flamengo na Libertadores: Atuações, Rossi Herói e Saúl Destaque – Análise Detalhada
Por Redação Flapress em 26/09/2025 00:01
A jornada do Flamengo rumo às semifinais da Conmebol Libertadores 2025 foi marcada por um roteiro dramático, culminando em uma vitória nos pênaltis contra o Estudiantes. Se a classificação trouxe alívio, a performance em campo levantou sérios questionamentos sobre a consistência e a capacidade de decisão da equipe. A análise individual dos atletas revela um cenário de contrastes, onde a redenção de um goleiro e o brilho solitário de um meio-campista se destacam em meio a uma atuação coletiva que deixou a desejar.
O embate das quartas de final expôs vulnerabilidades preocupantes, especialmente na criação de jogadas e na solidez defensiva, mesmo com a habitual posse de bola. A falta de senso de urgência, notada até mesmo pelo comando técnico, é um ponto que exige reflexão profunda, dado o patamar da competição.
O Goleiro Que Falhou e Salvou: A Noite de Rossi
A figura central da classificação foi, sem dúvida, o goleiro Rossi. Sua noite foi uma montanha-russa de emoções, que começou com um momento de hesitação no gol adversário. No lance que resultou na igualdade do placar, Rossi falhou ao não conseguir conter um chute potente de Benedetti, uma finalização que, para muitos, era defensável.
Contudo, o futebol, por vezes, oferece um palco para a redenção imediata. Nos pênaltis, o goleiro argentino transformou-se no herói da classificação, defendendo duas cobranças cruciais e garantindo a vaga do Flamengo . Essa dualidade em sua performance simboliza a própria jornada da equipe na partida: momentos de fragilidade seguidos por um desfecho heroico.
Saúl: O Destaque Incansável no Meio-Campo
Enquanto muitos atletas flutuavam entre o discreto e o ineficaz, Saúl emergiu como o grande nome do Flamengo em campo. Sua atuação foi um oásis de consistência e combatividade. O meio-campista demonstrou excelência tanto na marcação, interceptando jogadas e recuperando a posse, quanto na construção ofensiva, ditando o ritmo e buscando a progressão.
Além de sua contribuição tática, Saúl foi o jogador que mais levou perigo ao gol do Estudiantes, com dois chutes que por pouco não alteraram o placar: um na trave e outro rente à meta adversária. Sua capacidade de aparecer em diversas zonas do campo e influenciar o jogo em múltiplos aspectos o consolidou como o melhor jogador rubro-negro na partida.
Defesa com Lacunas e Apoio Tímido nas Laterais
A linha defensiva do Flamengo apresentou falhas que quase custaram a classificação. Varela, na lateral, teve uma noite para esquecer, com um número excessivo de passes errados e uma participação pífia no apoio ao ataque. Sua falha em acompanhar Benedetti no lance do gol do Estudiantes é um indicativo de desatenção tática.
No miolo da zaga, Léo Ortiz também esteve envolvido no gol sofrido, em uma dividida com Carrillo que permitiu a bola chegar livre para Benedetti. Além disso, o zagueiro demonstrou dificuldades em outros duelos. Léo Pereira, por sua vez, exibiu lapsos de concentração defensiva, parecendo desligado em momentos cruciais, embora tenha compensado com uma cobrança de pênalti impecável. Em contraste, Alex Sandro foi um ponto positivo na defesa, sendo o jogador com maior acerto de passes e contribuindo significativamente na marcação e nas bolas aéreas defensivas.
A Inconsistência do Setor Ofensivo e Meio-Campo Criativo
O setor ofensivo do Flamengo teve uma noite apagada. Arrascaeta, peça fundamental na temporada, esteve aquém de seu potencial, com muitos passes errados e sem conseguir ser o fator desequilibrante esperado. Apesar de ensaiar uma melhora, ficou distante de sua melhor forma.
No ataque, Pedro perdeu uma chance clara no início do jogo, com o goleiro já batido, e teve pouquíssima participação, sendo substituído cedo. Plata e Luiz Araújo também não conseguiram imprimir seu ritmo, com o primeiro quase nulo em campo e o segundo tomando decisões ruins nas finalizações. Bruno Henrique, ao entrar, pouco tocou na bola. Samuel Lino, por outro lado, tentou criar, com passes importantes para Pedro e Saúl, mas a falta de confiança nos dribles minou seu potencial. Jorginho, no meio, melhorou a saída de bola, mas não esteve inspirado, com mais erros que o habitual, embora tenha cobrado bem seu pênalti. Carrascal, entrando no segundo tempo, teve pouco tempo para influenciar o jogo, mas converteu sua penalidade com precisão.
Tabela de Desempenho Individual: Flamengo vs. Estudiantes
| Jogador | Posição | Nota GE | Nota Público | Observações |
|---|---|---|---|---|
| Rossi | GOL | 7.0 | 7.0 | Falhou no gol, mas redimiu-se com duas defesas nos pênaltis. |
| Varela | LAT | 4.0 | 4.0 | Errou muitos passes, pouco apoio e falha no gol. |
| Léo Ortiz | ZAG | 5.0 | 5.0 | Erro no gol e abaixo em divididas, mas ajudou na construção. |
| Léo Pereira | ZAG | 6.0 | 6.0 | Bobeiras defensivas e desligado, mas pênalti convertido. |
| Alex Sandro | LAT | 7.0 | 7.0 | Mais acerto de passes, bom na marcação e bola aérea. |
| Jorginho | MEI | 6.5 | 6.5 | Melhorou saída de bola, mas não inspirado; pênalti bem batido. |
| Saúl | MEI | 8.0 | 8.0 | Melhor em campo: marcação, construção e perigo em chutes. |
| Arrascaeta | MEI | 4.5 | 4.5 | Muitos passes errados, longe de ser decisivo. |
| Carrascal | MEI | 6.0 | 6.0 | Entrou tarde, pouco pegou na bola, mas cobrou bem o pênalti. |
| Plata | ATA | 4.0 | 4.0 | Pouca participação e falta de ajuda defensiva. |
| Luiz Araújo | ATA | 6.0 | 6.0 | Não participou muito, escolheu mal finalizações; pênalti bem batido. |
| Pedro | ATA | 4.0 | 4.0 | Perdeu chance clara, pouca participação e saiu cedo. |
| Bruno Henrique | ATA | 5.0 | 5.0 | Pouco pegou na bola. |
| Samuel Lino | ATA | 5.0 | 5.0 | Criou duas boas jogadas, apareceu na frente, mas sem confiança nos dribles. |
| Filipe Luís | TEC | 4.5 | 4.5 | Time com posse, mas sem criar chances claras e sem urgência. |
Apesar da classificação, a avaliação do desempenho do Flamengo contra o Estudiantes é um alerta para a comissão técnica de Filipe Luís. O time manteve a posse de bola, como é de seu feitio, mas não conseguiu traduzir esse domínio em chances claras de gol, e a urgência característica de uma partida de quartas de final da Libertadores foi notadamente ausente. A equipe avançou, mas a forma como o fez sugere que há muito trabalho pela frente para garantir uma campanha vitoriosa na competição.
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