Flamengo na Final: A Revanche Rubro-Negra contra o Palmeiras na Libertadores

Nas vibrações do AeroFla e nos corredores de Lima, uma máxima se solidificou no imaginário coletivo da torcida do Flamengo, estampada em estandartes e cartazes: "Ninguém morre nos devendo". É com essa proclamação que a legião rubro-negra se insufla para o embate decisivo da Libertadores, agendado para hoje, às 18h (horário de Brasília), diante do Palmeiras, no icônico Estádio Monumental, no Peru.

Esta frase de efeito encapsula o profundo anseio por um desfecho diferente, uma verdadeira revanche que pulsa no coração do torcedor flamenguista. Recordamos que, no ano de 2021, as mesmas equipes protagonizaram a final do certame continental, em Montevidéu, Uruguai, ocasião em que o Palmeiras saiu vitorioso com um placar de 2 a 1.

A expressão, que se tornou um brado de guerra, emergiu espontaneamente nas plataformas digitais tão logo a confirmação do Alviverde como oponente na final de Lima foi anunciada. Para a massa de torcedores, o doloroso revés anterior exige uma reparação histórica.

A intensidade desse sentimento foi eloquentemente expressa por Rafael Silveira, um fervoroso rubro-negro que exibia uma faixa com a inscrição: "Esse lema está nos carregando desde que a final foi decidida. Chegou a hora de darmos o troco neles".

O Pragmatismo do Campo Versus a Paixão da Torcida

Em contraste com o fervor popular, o técnico Filipe Luís, que outrora atuou como lateral-esquerdo na fatídica decisão pelo Flamengo , optou por desassociar o presente do passado. Em sua análise, o contexto atual difere significativamente daquele de 2021.

São finais diferentes, momentos diferentes. Claro que está gravado na cabeça do torcedor aquela derrota. Quando dois entram no campo em uma final, só um sai vencedor. Daquele grupo são muitos jogadores novos, o treinador é outro no Flamengo. Os jogadores do Palmeiras também muitos são novos. Como eu falei, são momentos diferentes. É desfrutar porque estar em mais uma final de Libertadores é especial.

Filipe Luís , com a sobriedade de quem já viveu a tensão dessas disputas, ressalta a singularidade de cada confronto.

Os Remanescentes da Batalha de Montevidéu

Do elenco que se enfrentou na final de Montevidéu, um total de doze figuras persistem. Seis delas vestem a camisa rubro-negra, cinco representam o Alviverde, e há ainda um "coringa", cuja trajetória se tornou peculiar.

No lado alviverde, a espinha dorsal se mantém com Weverton, Gustavo Gómez, Piquerez, Raphael Veiga e o comandante Abel Ferreira. Desde a conquista do tricampeonato da América, esses nomes foram pilares em duas campanhas vitoriosas no Campeonato Brasileiro. Raphael Veiga, em particular, foi o responsável por inaugurar o placar para o Verdão na decisão uruguaia. Já Deyverson, o herói do gol do título, hoje defende as cores do Fortaleza e, curiosamente, participou de outra final, desta vez com o Atlético-MG, mas foi superado pelo Botafogo na temporada anterior.

Pelo lado rubro-negro, permanecem o técnico Filipe Luís e seu auxiliar Rodrigo Caio, que na ocasião da final de 2021 atuavam como lateral-esquerdo e zagueiro, respectivamente. O elenco de jogadores ainda conta com Arrascaeta, Bruno Henrique, Michael e Pedro. Contudo, Pedro , um dos nomes importantes, estará ausente do confronto de hoje devido a uma lesão.

A seguir, uma tabela detalhada dos remanescentes daquele confronto épico:

Histórias e Trajetórias Pós-Montevidéu

O gol que animou a torcida rubro-negra naquela final de 2021 foi obra de Gabigol, que, a partir do início de 2025, irá vestir a camisa do Cruzeiro. Seu feito o coloca em uma posição de destaque: ao lado de Zico, ele é o único atacante a balançar as redes pelo Flamengo em decisões da Libertadores.

A situação de Andreas Pereira é particularmente intrigante e merece um olhar atento. Ele atuou como titular e era, até certo ponto, um dos destaques do Flamengo naquela partida, até que uma falha sua resultou no gol do título para Deyverson, marcando-o como uma figura controversa. Agora, o meio-campista retorna a uma final da Libertadores, mas defendendo as cores do adversário, o mesmo clube que, de certa forma, "beneficiou" de seu erro. Em Lima, todos os olhos estarão sobre seu desempenho.

O confronto decisivo está marcado para este sábado, com início às 18h (horário de Brasília), no emblemático Monumental de Lima, palco que promete ser o cenário de mais um capítulo memorável na história da Libertadores.