Flamengo: De Líder Nacional a Gigante Global em Valor de Marca e Cenário de Patrocínios

No cenário global do futebol, a avaliação de marcas e ativos dos clubes é um indicativo crucial de sua força e relevância. Enquanto potências como o Real Madrid e o Barcelona lideram o ranking mundial de valor, com estimativas de US$ 2,1 bilhões e US$ 1,9 bilhão, respectivamente, uma ascensão notável se desenha no panorama sul-americano. O Clube de Regatas do Flamengo, consolidando sua posição de destaque, não apenas se estabeleceu como a agremiação mais valiosa do futebol brasileiro, mas também conquistou uma posição de relevo no ranking global da Brand Finance.

A recente pesquisa aponta que o valor do Flamengo alcançou a marca de US$ 121,2 milhões (equivalente a aproximadamente R$ 650 milhões), um crescimento expressivo de 21% em comparação com o ano anterior, 2023. Este salto posiciona o clube carioca na 44ª colocação mundial, evidenciando a solidez e a crescente valorização de sua marca em um mercado cada vez mais competitivo.

O Panorama Financeiro dos Clubes Brasileiros Pós-Mundial

A repercussão do Mundial de Clubes da FIFA reverberou positivamente em diversas equipes brasileiras, colocando-as sob o escrutínio de avaliações de mercado. O Cruzeiro, por exemplo, registrou um notável crescimento de 28%, catapultando o "Gigante da Pampulha" para o seleto grupo dos dez clubes mais valiosos do país, atingindo US$ 17,4 milhões, o que se aproxima de R$ 92 milhões.

Outros clubes também experimentaram significativas variações em seus valores de marca. O Botafogo presenciou um salto impressionante de 96%, elevando seu valor para US$ 24,5 milhões. O Fluminense, impulsionado por sua performance no campeonato, também viu sua avaliação subir para US$ 30,6 milhões. Em contrapartida, o Palmeiras registrou uma retração de 12%, com seu valor estimado em US$ 74,9 milhões. A tabela a seguir sintetiza as avaliações de alguns dos principais clubes brasileiros:

A Influência das Empresas de Apostas no Futebol Nacional

A pesquisa da Brand Finance também lançou luz sobre o papel crescente das casas de apostas na economia do futebol. Em 2024, o segmento injetou um volume expressivo de US$ 197 milhões em patrocínios, dos quais US$ 175 milhões foram destinados a contratos máster, aqueles que ocupam o espaço mais nobre na camisa dos times. Curiosamente, dentre os vinte clubes que compõem a Série A do Campeonato Brasileiro, apenas o Bragantino e o Mirassol mantêm-se alheios a essa tendência de patrocínio.

Essa injeção financeira teve um impacto direto na valorização das marcas de clubes de grande expressão. Flamengo e Corinthians, por exemplo, celebraram acordos recordes com empresas do setor, resultando em valorizações de 21% e 50% em suas respectivas marcas. No entanto, a expansão das parcerias com casas de apostas gera um debate polarizado entre os torcedores. Embora 61% dos fãs admitam já ter participado de apostas, uma parcela significativa, 59%, expressa a opinião de que os clubes não deveriam aceitar patrocínios provenientes deste setor, refletindo uma preocupação ética e social subjacente a essa nova fonte de receita.