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Flamengo avança na Libertadores: Rossi herói, mas atuação preocupa
Por Redação Flapress em 26/09/2025 04:10
No universo do futebol, é um axioma que confrontos de grande magnitude devem ser definidos pela vitória. O Flamengo, embora superado por 1 a 0 no tempo regulamentar pelo Estudiantes, garantiu seu lugar na semifinal da Libertadores através da disputa de pênaltis. Foi, sem dúvida, o triunfo obtido no Maracanã que forneceu a margem necessária para uma segunda chance decisiva em La Plata.
Na tensa decisão por pênaltis, a equipe rubro-negra demonstrou precisão cirúrgica, convertendo todas as quatro cobranças. Contudo, o nome que se destacou como pilar da classificação foi Rossi. O goleiro vivenciou uma reviravolta digna de nota, transformando um momento de adversidade em um capítulo de resiliência a ser recordado em sua trajetória pelo clube.
Apesar da inegável necessidade de celebrar e valorizar o avanço, é imperativo que esta classificação sirva como um ponto de reflexão imediata. A análise crítica é fundamental para mitigar potenciais falhas no percurso até a grande final da Libertadores. O resultado, mais uma vez, confere ao Flamengo a oportunidade de corresponder às expectativas que recaem sobre ele na competição continental.
O Avanço Doloroso: Semifinal Alcançada com Ressalvas
Vitórias conquistadas sob tamanha dificuldade carregam o peso de um "triunfo de campeão", pois a equipe valida uma das máximas do futebol: por vezes, a simples classificação é o que importa. Nesses instantes, a forma como ela é alcançada torna-se secundária diante do objetivo maior.
A realidade em campo revelou um Estudiantes que explorou todas as suas possibilidades, deixando sua estratégia evidente desde o apito inicial. A pressão exercida fora das quatro linhas transformou o estádio em um verdadeiro caldeirão, enquanto a equipe argentina igualava forças no gramado, apostando na imposição física e tática.
O Flamengo iniciou a partida de forma notavelmente retraída, demonstrando uma preocupação excessiva em conter a pressão do adversário, que era impulsionado incessantemente por sua apaixonada torcida. A escalação inicial, com Filipe Luís, poderia ser considerada a ideal em outras circunstâncias, mas não funcionou conforme o esperado em La Plata. Claramente, não era uma noite favorável ao Rubro-Negro.

A Noite Rubro-Negra Apagada: Dificuldades Coletivas e Individuais
As movimentações coletivas da equipe não se encaixaram, e as atuações individuais pouco chamaram a atenção. Arrascaeta teve uma noite discreta, Pedro passou quase despercebido, exceto por uma oportunidade desperdiçada, e Jorginho, embora tentando articular saídas, cometeu mais erros do que o habitual, parecendo isolado em suas tentativas.
Mansur analisa a marcação do Estudiantes sobre o Flamengo
A melhor oportunidade do Flamengo no primeiro tempo surgiu com Pedro , logo aos 11 minutos. Em um dos raros lances bem construídos coletivamente, Arrascaeta deixou a bola passar, Samuel Lino a recuperou e serviu o camisa 9, cujo chute foi bloqueado pela defesa adversária. Aos 32, Saúl acertou o pé da trave e, dez minutos depois, o espanhol novamente tirou tinta da baliza, indicando a dificuldade de concretização.
O Estudiantes, por sua vez, teve sua chance mais clara aos 31 minutos, quando Rossi defendeu em dois tempos um chute de Arzamendia. O confronto caminhava para o intervalo sem gols, mas os argentinos conseguiram inaugurar o placar, alterando a atmosfera para a segunda etapa.
Estudiantes Imponente: Pressão, Gol e a Beira do Abismo
Benedetti aproveitou um lançamento preciso de Nuñez e desferiu um potente chute cruzado dentro da área, pegando Rossi de surpresa. O goleiro do Flamengo deixou o gramado visivelmente desolado, pois considerava a bola defensável ? e de fato era. Lamentou a cada passo em direção ao vestiário, chegando a ser confortado por Matheus Cunha.
O Flamengo retornou para o segundo tempo exibindo o mesmo padrão de desempenho da primeira etapa: ineficaz em construir jogadas pelos flancos e em criar chances de gol. Pode-se afirmar que a equipe de Filipe Luís chegou a ser dominada pelos argentinos em diversos momentos do jogo.
As substituições não tardaram a ocorrer: Luiz Araújo entrou no lugar de Plata e Bruno Henrique substituiu Pedro . Enquanto isso, o Estudiantes gradualmente cedia mais espaço e posse de bola ao Flamengo . Contudo, o Rubro-Negro enfrentou imensa dificuldade para impor seu estilo de jogo. Apesar de uma noite apagada de suas referências, é preciso reconhecer o mérito das escolhas defensivas dos argentinos, que se mostraram muito eficientes.
Estudiantes 1 (2) x (4) 0 Flamengo | Melhores momentos | Quartas de final | Liberertadores
O Estudiantes manteve uma pressão intensa, impulsionado por sua torcida que se mantinha confiante. Em uma falha defensiva do Flamengo , os argentinos chegaram ao segundo gol aos 27 minutos da segunda etapa. Benedetti aproveitou um desvio de Carrillo, avançou em direção ao gol e encobriu Rossi para marcar. Contudo, o gol foi anulado por impedimento.
O susto levou Filipe Luís a realizar mais uma alteração: Carrascal entrou no lugar de Arrascaeta . A tentativa surtiu um leve efeito, pois o colombiano conseguiu movimentar um pouco o ataque e arriscou algumas jogadas com Bruno Henrique e Samuel Lino. O problema residia na incapacidade do Flamengo de ser efetivo nas raras ocasiões em que chegava ao terço final do campo.
A Virada da Fortuna: O Heroísmo de Rossi nos Pênaltis
Dois lances nos minutos finais da partida ilustraram o desempenho do Flamengo em La Plata: a furada de Bruno Henrique , mesmo livre de marcação dentro da área, e o tropeço de Samuel Lino ao tentar uma finalização. Entre esses momentos, o Estudiantes quase marcou em um chute perigoso de Cetré.
Nos últimos minutos, ambas as equipes pareciam resignadas com a definição da vaga na semifinal através da disputa de pênaltis. E assim aconteceu.
Se houve um único instante em que o Flamengo pôde ser reconhecido como o Flamengo em La Plata, foi na decisão por pênaltis. Jorginho executou a primeira cobrança com perfeição, concedendo ao Rubro-Negro a chance de administrar a vantagem.
Sosa igualou para o Estudiantes antes de Luiz Araújo cobrar e converter o segundo pênalti para o Flamengo . Na sequência, a estrela de Rossi brilhou pela primeira vez: o goleiro defendeu a cobrança de Benedetti, o autor do gol no tempo normal.
Carrascal cobrou bem, mantendo o Flamengo em vantagem. Cetré diminuiu para a equipe argentina em uma cobrança indefensável, assim como o pênalti convertido por Léo Pereira.
A estrela de Rossi voltou a brilhar pela segunda vez com a defesa da cobrança de Ascacíbar. O salto e o grito de desabafo na comemoração do goleiro traduzem a reviravolta que somente o futebol é capaz de proporcionar.
O Caminho para a Final: Mais Perguntas que Certezas
A verdade inquestionável é que o Flamengo está na semifinal da Libertadores. Contudo, a equipe deixa La Plata com uma bagagem de mais perguntas do que respostas para a desafiadora jornada em busca de uma vaga na decisão.
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