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Flamengo: A Batalha Pelos Direitos de TV e o Futuro da Liga Brasileira
Por Redação Flapress em 30/09/2025 11:50
A recente controvérsia envolvendo o Clube de Regatas do Flamengo e a distribuição das receitas de televisão tem gerado discussões acaloradas no cenário esportivo. A questão central é se a busca do Rubro-Negro por seus interesses representa uma ação legítima ou uma postura egoísta diante dos demais participantes da Libra.
Recentemente, uma decisão judicial no Rio de Janeiro determinou o bloqueio de um repasse de 77 milhões de reais em direitos de TV destinados aos clubes da Libra. Esta medida foi obtida pelo Flamengo , que contesta a metodologia de cálculo para a partilha de valores proposta pela liga, reacendendo o debate sobre a equidade na divisão.
A Polêmica da Divisão de Receitas na Libra
O colunista Danilo Lavieri manifesta uma perspectiva crítica sobre a abordagem flamenguista. Ele argumenta que o clube almeja se destacar financeiramente acima dos outros integrantes da Libra, sem considerar as consequências para o conjunto. Lavieri aponta que, embora o Flamengo receba atualmente um montante ligeiramente inferior ao de contratos anteriores, essa mudança reflete um movimento em direção a um modelo de liga brasileira com uma distribuição mais equitativa, similar ao que ocorre em ligas europeias como as da Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália.
O que hoje quer o Flamengo é ser um galho mais forte que todos os outros dentro dessa divisão de direitos, sem pensar no que vai acontecer com o resto da árvore. É uma atitude muito, muito egoísta. Sim, o Flamengo está recebendo um pouco menos de dinheiro do que recebia no contrato passado. Mas por quê? Porque há um movimento para que a Liga Brasileira, que não existe na prática, tenha uma divisão nos mesmos moldes do que acontece na Inglaterra, na Espanha, na Alemanha, na Itália, cada um com a sua particularidade. Mas o que têm todas elas em comum é você divide de uma maneira mais igualitária para que os clubes que têm menos torcida, para os clubes que têm menos receita de patrocínio consigam competir um pouco melhor e consigam dar condições melhores para a competição de uma forma geral.
Lavieri reitera que, mesmo sob os parâmetros atuais de divisão, o Flamengo ainda se posiciona como o clube com maior arrecadação em comparação aos seus pares. A aspiração do clube, contudo, seria por uma ampliação ainda maior dessa disparidade. Ele enfatiza que a luta da maioria dos clubes é para que o Brasil adote uma tendência internacional de divisão mais justa dos direitos televisivos, visando o benefício geral do campeonato.
O Impacto no Cenário Nacional do Futebol
Arnaldo Ribeiro, por sua vez, amplia a discussão para a ineficácia da formação de uma liga no Brasil, atribuindo-a ao individualismo predominante entre os clubes. Para ele, a preocupação excessiva com os aspectos financeiros individuais impede que os clubes se unam para um objetivo comum, como o bem-estar do futebol brasileiro e a qualidade do espetáculo.
Sobre essa questão da liga, são apenas os aspectos financeiros -- ninguém está preocupado com o bem-estar do futebol brasileiro, com o jogo. Quem esfrega as mãos sempre nessas situações é a CBF que amanhã vai divulgar seu calendário sem que os clubes tenham força alguma para argumentar para colocar suas posições porque estão preocupados com as suas próprias situações financeiras e jamais vão conseguir formar uma liga. Eu acho essa uma das coisas mais infrutíferas de todos os tempos e os clubes vão continuar dependendo da CBF para jogar um campeonato de futebol. Sempre vai ser assim porque aqui nesse país reina esse individualismo completo.
Ribeiro também destaca que os direitos de transmissão já não constituem a principal fonte de receita do Flamengo e que essa tendência pode se estender a outros clubes. Ele esclarece que a redução na receita de TV do Flamengo , e de alguns outros clubes, faz parte de um esforço para viabilizar a criação de uma liga com uma divisão de direitos mais equitária, similar ao modelo inglês. Mesmo nesse cenário de maior equilíbrio, clubes com maior torcida e visibilidade, como o Flamengo , ainda manteriam sua posição de maior arrecadação. A meta é reduzir a disparidade entre os extremos, permitindo que a liga se estabeleça e que as diferenças financeiras entre o primeiro e o último colocado não sejam tão profundas.
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