Estádio do Flamengo: Bap Condiciona Prazo de 2029 à Virada Para SAF

O futuro estádio do Flamengo, um sonho acalentado pela Nação Rubro-Negra, enfrenta uma realidade complexa, conforme revelado pelo presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap. Recentemente, em um encontro com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o clube reafirmou seu empenho em erguer a arena no promissor terreno do Gasômetro, localizado no coração do Porto Maravilha. Contudo, a meta original de inaugurar o empreendimento em 2029 foi revista, com Bap indicando uma condição surpreendente para a manutenção desse prazo: a conversão do Flamengo em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

"Havia uma série de condicionantes para que a gente pudesse avançar, impostas no edital. À medida que fomos avaliando as pré-condições apresentadas como premissas no projeto inicial, nos deparamos com diversas dificuldades. As coisas não eram tão simples, rápidas ou fáceis de serem executadas. Não seria possível o Flamengo construir esse estádio para inaugurá-lo em 2029"

A declaração de Bap, feita à FlamengoTV, desmistifica as expectativas iniciais. Ele aprofundou as razões para a revisão do cronograma, apontando para desafios significativos na fase de avaliação. Segundo o dirigente, as premissas estabelecidas no projeto inicial revelaram-se mais intrincadas e demoradas do que o previsto, inviabilizando a conclusão da obra no prazo ambicioso de 2029.

O Dilema Econômico: SAF ou Performance Esportiva?

A análise de viabilidade econômica foi o ponto crucial para a mudança de perspectiva. Bap explicitou que, diante da atual conjuntura da taxa de juros no Brasil, manter o cronograma de construção para 2029 implicaria em um sacrifício inaceitável para a performance esportiva do clube. A alternativa, segundo ele, seria uma transformação estrutural:

"Quando passamos pela parte da viabilidade econômica, com a realidade da taxa de juros no Brasil, ficou claro que, para construir o estádio no prazo pré-acordado, teríamos que abrir mão da performance esportiva. Provavelmente, seria necessário transformar o Flamengo em SAF. Fizemos uma proposta para a Prefeitura e entendemos que o sonho continua de pé. O Flamengo terá seu estádio, mas não tão rapidamente quanto se imaginava"

Assim, a diretoria apresentou uma nova proposta à Prefeitura, buscando um caminho que preserve tanto o projeto do estádio quanto a competitividade esportiva. A mensagem é clara: o Flamengo terá sua casa própria, mas o percurso será mais gradual do que o inicialmente imaginado pela gestão anterior.

A Rigorosa Fase de Estudos e Planejamento

O clube prossegue com afinco nos estudos de viabilidade e no desenvolvimento detalhado do projeto da nova arena. Esta etapa é considerada indispensável para assegurar a concretização da iniciativa. É um contraste com o anúncio feito no ano anterior pela administração de Rodolfo Landim, que projetava a conclusão da obra para 2029. Agora, sob a liderança de Bap, a postura é de cautela e aprofundamento nas investigações sobre o terreno antes de qualquer avanço concreto na edificação da tão almejada arena.

Entre os exames cruciais em andamento, destaca-se a análise da contaminação do solo, sob a responsabilidade da empresa Aecom. Este processo abrange a investigação ambiental, a atualização da avaliação de riscos e a formulação de uma estratégia de descontaminação. O objetivo primordial é estimar os custos e os prazos necessários para a execução dessa complexa fase de remediação.

Detalhes Técnicos: Fundações e Impacto Ambiental

Adicionalmente, estão sendo realizados levantamentos de dados geotécnicos, que servirão de base para os cálculos estruturais, a definição da tipologia e o refinamento dos custos das fundações do futuro estádio. O Flamengo busca um detalhamento minucioso das características planialtimétricas e das interferências existentes no local. Paralelamente, avalia-se o impacto sobre a vegetação, com a identificação de eventuais medidas de remediação e compensação ambiental, garantindo a sustentabilidade e a conformidade com as regulamentações.