Diniz Detalha Empate no Maracanã e Elogia Atacante Rayan: Onde o Flamengo Cedeu?

O embate no Maracanã pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro culminou em um placar de 1 a 1 entre Flamengo e Vasco, um resultado que, na visão do técnico adversário, Fernando Diniz, refletiu a justiça do confronto. Após a partida, o comandante vascaíno ofereceu uma perspectiva sobre o desempenho de sua equipe, que conseguiu igualar o placar com um gol de cabeça do atacante Rayan, originado de uma cobrança de escanteio.

Diniz, em sua avaliação pós-jogo, ponderou que, embora o Vasco pudesse ter capitalizado melhor as chances para virar o placar, o empate se mostrou um desfecho razoável, considerando as oportunidades criadas por ambas as partes. Ele reiterou uma percepção recorrente desde sua chegada ao clube, a de que a pontuação acumulada na competição não espelha a qualidade das atuações.

O treinador fez questão de comparar o clássico com outros duelos do campeonato, onde, segundo sua leitura, o desempenho superou a conversão em pontos. "A pontuação que a gente tem no Brasileiro não condiz com o que o time produziu. A gente deixou aí pelo menos uns oito pontos muito claros. A gente pode colocar aí o Ceará, o Grêmio, o próprio Inter, que a gente estava com os resultados na mão e a gente acabou cedendo", afirmou Diniz, sublinhando uma frustração com a perda de pontos considerados "garantidos".

A Visão de Diniz Sobre o Empate no Clássico

A análise de Diniz sobre o empate vai além do placar, tocando na capacidade de sua equipe de competir contra um adversário de alto calibre. Ele descreveu o jogo como "emblemático" por se tratar do maior rival, uma equipe com "vários jogadores de Seleção" e um "time multimilionário". Para o técnico, a habilidade do Vasco em se impor em certos momentos e se defender com solidez em outros, mesmo diante de um elenco tão qualificado, reforça a convicção de que o time é capaz de disputar partidas de alto nível contra qualquer oponente, repetindo a performance observada contra o Botafogo.

Um dos pontos altos da coletiva de Diniz foi o efusivo elogio a Rayan , autor do gol vascaíno. O jovem atacante de 19 anos alcançou seu 11º gol como profissional, sendo oito deles sob a batuta de Diniz. O técnico revelou ter vetado a venda do jogador no meio do ano, prevendo que seu valor de mercado seria "o dobro ou triplo" no futuro. Após o clássico, ele reforçou essa projeção.

"Não sei quanto ele vale agora, mas ele deve valer hoje mais que o triplo do que ele estava para ser negociado naquela ocasião. O Rayan é um jogador que tem um poder de desequilíbrio gigantesco. Se não for o maior, ele está entre os maiores do país. Tem só 19 anos. Está aprendendo qual é o potencial dele. Tem muita estrada pela frente. O Rayan é um jogador raríssimo", declarou Diniz, destacando o potencial do atleta. O próprio Rayan celebrou o feito: "Estava esperando esse momento", disse o atacante, que também afirmou nunca ter corrido tanto em sua vida.

O Talento de Rayan: A Jóia que Marcou Contra o Flamengo

Além de Rayan , Diniz dedicou atenção a outros defensores que se destacaram no confronto. O zagueiro Cuesta recebeu elogios pela "partida não só segura, mas na minha opinião muito boa, uma partida muito ajustada", ressaltando que o jogador não cometeu falhas defensivas e contribuiu na construção, exibindo muita personalidade. Diniz classificou a contratação de Cuesta, junto a Robert Renan, como um acerto, especialmente considerando a pressão por reforços e o orçamento limitado do clube.

No entanto, a maior exaltação foi para Lucas Oliveira, um jogador que, segundo Diniz, estava há um tempo sem atuar e era alvo de questionamentos. "Eu vou falar de um jogador que vocês vão perguntar, vocês deviam perguntar, mas hoje a partida que tem que ser mais enaltecida para mim é a do Oliveira", iniciou o técnico. Ele frisou a atuação impecável do zagueiro na marcação de Bruno Henrique e Pedro, não perdendo um lance sequer, mesmo jogando o segundo tempo inteiro amarelado. Diniz defendeu o potencial de Oliveira, que ele conhecia dos tempos de Cruzeiro e tentou levar para o Fluminense.

Diniz Detalha Atuações Individuais e a Postura do Vasco

Diniz prosseguiu sua defesa de Lucas Oliveira, criticando a forma como jogadores são "massacrados" pela opinião pública, exigindo que não falhem em nenhum momento. "É um jogador que tem potencial. Quando ele foi contratado, questionado, pode ter errado em algum momento, mas não é um jogador ruim. Eu não botei ele no jogo hoje, porque foi uma orelhada, na sorte. Isso não quer dizer que ele não pode falhar", ponderou o treinador, comparando-o a Cuesta, que também teve falhas em jogos anteriores.

Por fim, Diniz mencionou Matheus Carvalho, que, apesar de poucos minutos em campo, mostrou uma postura diferente do jogo contra o Ceará, atuando com lucidez, passes precisos e conferindo mais tranquilidade à equipe. O Vasco, com o empate, alcançou 24 pontos e ocupa a 15ª colocação no Campeonato Brasileiro, preparando-se para o próximo desafio contra o Bahia em São Januário.