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Adriano se Despede dos Gramados em Partida Emocionante no Maracanã

Por Redação Flapress em 13/12/2024 20:20

A trajetória de Adriano, repleta de momentos de brilho e adversidades, alcança seu epílogo neste domingo, com o jogo de despedida no Maracanã, às 17h. O ex-atacante, que se autodenomina "Imperador", encara este momento como "a batalha final", um encerramento simbólico de uma carreira que transcendeu os campos, com lutas que se estenderam para além das quatro linhas.

O Legado de um Ídolo: Entre o Brilho e as Dificuldades

Adriano, ícone de clubes como Flamengo, Inter de Milão e da Seleção Brasileira, cativou o público com sua perna esquerda potente e suas atuações memoráveis. Contudo, sua jornada foi pontuada por recuos, reflexo de problemas que o afetavam mentalmente. Após passagens por diversos clubes, o jogador consolidou sua aposentadoria, tendo sua última atuação profissional pelo Miami United em 2016, embora os sinais de desgaste já fossem evidentes desde sua época no Corinthians, em 2011.

Em suas próprias palavras, Adriano expressa uma aceitação de seu percurso: "Eu fiz o que tinha que fazer. Não sinto falta. Acho que fiz até onde eu puder fazer... Se as coisas não estão dando certo, tem que ser homem para recuar, para se afastar do que não te faz mais bem". Ele reconhece que sua motivação e autoestima não eram mais as mesmas de quando iniciou sua carreira.

Após sua saída do Corinthians, em 2012, suas aparições em campo foram raras. Ele disputou quatro partidas pelo Athletico-PR em 2014, marcando um gol, e fez um jogo amistoso pelo time americano em 2016. Em sua trajetória, acumulou 427 partidas, 201 gols e 15 títulos.

Reflexões de um Imperador: Responsabilidade e Identidade

A alcunha de "Imperador", que o consagrou no futebol mundial, também trouxe desafios para Adriano. Aos 42 anos, ele reflete sobre o peso da fama e da responsabilidade: "A responsabilidade veio muito cedo e isso para um garoto que não tinha nada e do nada tem um monte de coisa, é chamado de Imperador, a cabeça fica pirada. A gente deixa subir para cabeça, o que é normal. Às vezes, tinha cinco carros na garagem, eu olhava e pensava: 'Por que que eu estou fazendo isso?'". Ele revela que, com o tempo, e com o apoio de sua mãe, percebeu que não precisava de tudo aquilo.

O Didico: Uma Identidade Inegociável

Adriano sempre se identificou com sua essência, o "Didico", um personagem que ele não abandona, seja em Milão ou no Maracanã. "Eu sempre falei que gosto de ir para a minha comunidade, fazer meu churrasquinho, e o pessoal também se identifica com isso. Eu jamais fiz isso para mostrar as pessoas algo que eu não sou. Não fiz para mostrar que sou humilde... Não, não, não. Isso é meu desde pequeno, criação de pai e de mãe. As pessoas vêm também que é puro, não é forçado. O carinho que eles têm por mim deve ser mais por isso."

A Decisão de Parar: Sem Arrependimentos

Em entrevista, Adriano detalhou o momento em que decidiu que não voltaria a jogar profissionalmente: "Ali, dinheiro para mim não importava. Era só para jogar e ter uma experiência, mas logo depois vi que não era mais para mim. Eu não estava mais preparado para aturar tudo de novo. Então, resolvi voltar para o Brasil e rescindir contrato". Ele enfatiza que não compartilhou sua decisão com muitas pessoas, pois sua família já percebia seu desânimo com o futebol.

O Corpo no Limite: Um Fator Decisivo

O desgaste físico também contribuiu para a decisão de Adriano de se afastar dos gramados. "Eu sou alto, sou muito grande. De repente, se eu fosse um pouco menor, não seria tão difícil até questão de peso, de tudo. Isso me atrapalhou muito. Você tem que se adaptar a jogar de uma maneira diferente da que está na cabeça. Você está mancando e não tem mais a agilidade de pegar e girar dentro de campo."

O gol contra o Corinthians, apesar de sua importância, marcou o início de um período de limitações físicas. "No primeiro treino no Corinthians, eu machuquei e fiquei fora dos jogos. Depois, foi muita luta. Me colocaram na concentração para treinar a parte, para recuperar mais rápido e comecei a melhorar, mas não era a mesma coisa. Um pouco de espaço que eu tinha perto do gol era aquilo. Pegar a bola e arrancar como era antes, não tinha como. Eu manco até hoje e não tinha força no pé."

Gratidão e Legado: O Carinho dos Companheiros

Adriano expressa gratidão por sua trajetória e pelo carinho de seus companheiros de profissão. "Sempre respeitei a todos os meus companheiros. Independentemente do que eu fiz fora de campo, eu sempre respeitei e amei a todos. Sempre fui o Didico, vamos falar assim. Brincalhão, que sacaneia, gosta de brincar, e isso fica gravado por eles. Eu sinto muita falta, falo com alguns até hoje para lembrar como era, e isso dá uma satisfação por realmente sentir o carinho desses jogadores que fizeram parte da minha vida. É um dever cumprido."

Um Talento Inigualável: O Reconhecimento do Mundo

Apesar de não ter conquistado o prêmio de melhor do mundo, Adriano reconhece que esteve perto: "Cheguei perto. Não é querer falar, não. Não é me gabar, mas cheguei perto porque mereci. Perdi para o Shevchenko na época e fiquei chateado. Não por ele, que é um craque também, mas eu ganhei mais títulos do que ele." Ele relembra sua passagem pelo Parma, onde aprendeu aprimorar sua técnica de finalização com o técnico Prandelli.

A Relação com os Torcedores: Uma Conexão Genuína

Adriano comenta sobre o carinho que recebe dos torcedores, mesmo após sua aposentadoria: "Mas até hoje eu não acredito no tanto de carinho que as pessoas têm por mim. Eles percebem que eu sou eu mesmo, falo das minhas polêmicas, da minha felicidade. Não sou de passar para as pessoas algo que não sou. Isso conta muito." Ele acredita que sua espontaneidade e humanidade são os fatores que o aproximaram dos torcedores.

Adriano enfatiza que sempre foi autêntico: "Eu sempre falei que gosto de ir para a minha comunidade, fazer meu churrasquinho, e o pessoal também se identifica com isso. Eu jamais fiz isso para mostrar as pessoas algo que eu não sou. Não fiz para mostrar que sou humilde... Não, não, não. Isso é meu desde pequeno, criação de pai e de mãe. As pessoas vêm também que é puro, não é forçado. O carinho que eles têm por mim deve ser mais por isso."

A Leveza Após a Aposentadoria: Uma Nova Fase

Adriano revela que a vida após o futebol se tornou mais leve, apesar da pressão inicial: "Mais ou menos, cara (risos). No começo, as pessoas ficam no seu pé. Mas com o passar do tempo você fica mais tranquilo, mais leve, sim, para poder viver. Eu parei de jogar, mas ainda faço as minhas coisas que eu tenho que me acostumar." Ele também aborda a pressão de ser jogador de futebol, algo que o afligia no início de sua carreira, mas que aprendeu a lidar com o tempo.

O Flamengo: A Base de Tudo

O ex-atacante destaca a importância do Flamengo em sua vida: "É tudo, cara. É criação, infância... Comecei muito cedo no Flamengo , com sete anos no futebol de salão, e foi a base para minha vida. Eu subi com 17 anos e com 18 já era convocado para a Seleção com a camisa do Flamengo ." Ele relembra o retorno ao clube em 2009 como um momento necessário para completar sua carreira, culminando com a conquista do Campeonato Brasileiro após 17 anos.

Sobre o título de 2009, Adriano afirma: "Ah, sim. Esse, a Copa América e a Copa das Confederações... Já ganhei muitos títulos pela Inter, mas esses são especiais."

A Relação com a Torcida do Flamengo: Uma Ligação Indestrutível

Adriano descreve o carinho da torcida do Flamengo como algo inexplicável: "Não tem explicação. É um carinho muito grande. Até hoje, quando eu vou na rua, eles me idolatram. Quando o Flamengo perde também, eles falam: 'Poxa, Adriano, brincadeira'. Mas eu não estou nem jogando mais (risos). Para você ver como eles se identificam e esse sentimento é eterno."

Seleção Brasileira e Inter de Milão: O Reconhecimento Internacional

O ex-jogador valoriza as conquistas com a Seleção Brasileira, como a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações de 2005, que o projetaram para o cenário internacional. Em relação à Inter de Milão, clube onde mais atuou e foi apelidado de "Imperador", Adriano expressa gratidão e surpresa com o carinho dos torcedores italianos: "Até hoje, realmente não acredito. Só Deus mesmo, não tem jeito. Quando eles começaram a cantar a música do Imperador, eu não entendia. Tinha feito um gol e eles começaram a cantar, até que depois do jogo o chefe da torcida falou que eu seria o Imperador deles dali em diante. Quando vou à Itália, o pessoal me ama. Não só o torcedor da Inter."

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