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Deivid, Ex-Flamengo, Expõe Luxa Como O Melhor e Desabafa Sobre Futebol Atual
Por Redação Flapress em 10/09/2025 17:01
O ex-atacante Deivid, com passagens marcantes por diversos clubes brasileiros, incluindo o Flamengo, e títulos nacionais como os Campeonatos Brasileiros pelo Santos e Cruzeiro, recentemente trouxe à tona análises contundentes sobre sua carreira e o cenário atual do futebol. Em um diálogo franco, o ex-jogador e atual empresário não hesitou em eleger Vanderlei Luxemburgo como o técnico mais influente de sua trajetória, além de tecer duras críticas ao modelo contemporâneo do esporte.
Luxemburgo: A Maestria Tática e Humana
Deivid, bicampeão ao lado de Luxemburgo, enfatizou a singularidade do treinador. Ele o descreveu como um estrategista capaz de alterar o rumo de partidas antes mesmo de a bola rolar, um verdadeiro mestre na arte de ler o jogo e motivar o elenco.
"Luxemburgo foi o melhor treinador que eu tive. Foi o único que eu via ganhar jogo no vestiário, porque ele cantava o jogo o tempo todo. O que aparece nas preleções de hoje, ele já fazia há 20 anos atrás"
Essa capacidade de antecipação e gestão de grupo, segundo Deivid, diferenciava Luxemburgo de seus pares. A chegada de Luxemburgo ao Santos em 2004 é um testemunho dessa habilidade. Após uma contratação inicial por pedido do técnico Leão, a transição para Luxemburgo foi imediata. O time, que lutava contra o rebaixamento, engatou uma sequência impressionante de 15 vitórias consecutivas, culminando na conquista do Campeonato Brasileiro. Deivid relembrou a sintonia instantânea com o técnico, que foi crucial para a reviravolta.
Um episódio ilustrativo da perspicácia de Luxemburgo ocorreu na última rodada do Brasileirão de 2004. Com a volta de Robinho no dia do recreativo, o técnico já havia planejado sua escalação, mas manteve a suspense até a preleção, demonstrando seu domínio sobre a psicologia do elenco .
"No último jogo contra o Vasco, o Robinho voltou no dia do recreativo e o Vanderlei tinha montado o time com o Basílio, mas ele já tinha combinado que o Robinho seria o titular. No dia da preleção, ele bota uma música de fundo e chama o Basílio, que avisa o Robinho sobre a sua volta ao time. Aí já sabe, vestiário pegou fogo e partimos com tudo"
O Futebol Atual: Um Jogo Robotizado e Despersonalizado
Além de exaltar seu antigo mentor, Deivid não poupou críticas ao cenário futebolístico contemporâneo. Ele categorizou o esporte atual como excessivamente previsível e sem brilho, lamentando a perda da espontaneidade e da criatividade em campo.
"O futebol de hoje em dia é muito robô e chato, tanto que você não vê mais algumas jogadas diferentes e gols de falta. Além disso, tem muita gente incompetente nos clubes, que tratam igual prefeitura. É muito amigo, parente etc"
A ausência de lances inusitados e a raridade de gols de falta são, para Deivid, sintomas de um jogo que se tornou excessivamente tático e menos individualista. Ele também apontou para a gestão dos clubes, comparando-a a práticas burocráticas e nepotistas, o que, em sua visão, compromete a meritocracia e a eficiência do esporte.
Lições do Passado: A Semifinal de 2001
Deivid também revisitou momentos marcantes de sua carreira, como a derrota do Santos para o Corinthians nas semifinais do Paulistão de 2001. Aquele jogo, que ficou marcado por uma jogada específica do atacante Gil, teve bastidores revelados pelo ex-jogador , que detalhou a frustração do elenco .
Na ocasião, o então técnico santista, Geninho, teria previsto o desenrolar de certos lances. Deivid havia marcado o gol da partida, com um prêmio significativo em jogo.
"Eu tinha feito o gol do jogo e o prêmio era de R$ 30.000,00 para comprar a casa da minha mãe. Aí o Geninho cantou a bola no vestiário: 'Zagueirada bota a trava de alumínio, porque começou a chover'. E no banco também comentou que se o Gil for para cima, ele joga o cara na arquibancada. Naquele momento se faz a falta, o jogo acabava e estávamos na final. Aí quando acaba o jogo ficamos puto, porque não escutou duas vezes"
A narrativa de Deivid oferece um olhar aprofundado sobre a evolução do futebol, contrastando a genialidade tática e a gestão de pessoas de um Vanderlei Luxemburgo com a visão de um esporte que, para ele, perdeu parte de sua essência e paixão.
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