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Bruno Henrique: Depoimento Crucial no STJD | Investigação de Apostas e o Futuro do Atacante do Flamengo
Por Redação Flapress em 29/05/2025 17:10
O cenário do futebol brasileiro volta a ser palco de discussões que transcendem as quatro linhas, com o atacante Bruno Henrique, peça fundamental do Flamengo, no centro de uma complexa investigação. O atleta compareceu para prestar depoimento ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na tarde da última quinta-feira, um passo significativo em um inquérito que apura suposta manipulação de resultados por meio de apostas esportivas. As acusações, que remetem a 2023, sugerem que o jogador teria provocado um cartão amarelo de forma intencional, beneficiando um esquema de apostadores.
A gravidade das alegações impõe um olhar crítico sobre a integridade do esporte e o papel das entidades reguladoras. A audiência, inicialmente agendada para o início da semana, foi remarcada a pedido do próprio jogador, que justificou a impossibilidade de comparecimento devido à rotina de treinamentos no Ninho do Urubu. Em um desdobramento que demonstra a seriedade do processo, Bruno Henrique participou da sessão de forma virtual, aproveitando um dia de folga, e agora aguarda as deliberações futuras do órgão judiciário esportivo.
O Inquérito do STJD e as Implicações Legais
O STJD, após a abertura de um inquérito detalhado, tem como missão analisar as evidências coletadas pela Polícia Federal. A partir desse material, a entidade está finalizando um relatório que será determinante para os próximos passos: se haverá uma denúncia formal contra o atacante ou se o caso será arquivado. É importante ressaltar que, até o momento, não foi solicitada nenhuma suspensão preventiva, permitindo que Bruno Henrique continue atuando normalmente pelo Flamengo , embora sob o escrutínio da investigação.
As acusações contra o jogador não se limitam ao âmbito esportivo. Ele foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que estabelece penalidades severas para quem ?fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado?, prevendo reclusão de dois a seis anos. Adicionalmente, Bruno Henrique também foi indiciado por estelionato, crime que pode resultar em pena de um a cinco anos de prisão. A Polícia Federal, em abril, já havia formalizado o indiciamento, e essa investigação serve de alicerce para que o Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) decida se apresentará ou não uma denúncia à Justiça Comum.
A Estratégia da Defesa: Buscando Anulação e Reversão
Em meio a esse cenário de incertezas, a defesa do atacante tem adotado uma postura proativa. Foi protocolado um pedido de arquivamento do inquérito policial, cuja análise ainda está pendente no MPDF. Paralelamente, em uma manobra jurídica de peso, foi impetrado um Habeas Corpus em segunda instância, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, com o objetivo de anular todo o processo em curso na Justiça Estadual. A principal alegação da defesa é que a competência para julgar o caso deveria ser da Justiça Federal do Distrito Federal, e não da esfera estadual.
Em síntese, as requisições da defesa são claras e ambiciosas: a transferência da condução do caso da Justiça Estadual para a Justiça Federal do DF; a anulação de todas as decisões e atos processuais já tomados pela Justiça Estadual; e, por consequência, a exclusão das provas obtidas a partir dessas decisões do processo. Essa estratégia busca desqualificar o caminho legal que a investigação tem seguido até o momento, na tentativa de reverter a situação do jogador.
Os Envolvidos na Rede de Apostas
A investigação policial revelou a existência de dois grupos de indivíduos supostamente envolvidos nas apostas que teriam se beneficiado da ação de Bruno Henrique . Além do próprio atleta, o primeiro núcleo de indiciados inclui membros de sua família: Wander Nunes Pinto Júnior, seu irmão, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do jogador. Segundo as apurações, esses três teriam realizado apostas diretamente ligadas ao caso.
Um segundo grupo de apostadores também foi identificado, composto por Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos. As investigações apontam que esses indivíduos são amigos de Wander, o irmão do atacante, sugerindo uma rede de conexões que merece ser minuciosamente esmiuçada pelas autoridades. O desenrolar dessas apurações é crucial para entender a extensão e a profundidade da alegada manipulação, lançando luz sobre as complexas relações entre esporte, apostas e integridade.
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