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Brigitte Bardot e Flamengo: O dia em que a musa se declarou Rubro-Negra
Por Redação Flapress em 28/12/2025 19:40
A frase "Eu sou Flamengo " ecoou nos jornais cariocas em 1964 e, desde então, tornou-se um marco na interseção entre o glamour internacional e a cultura popular brasileira. A declaração partiu de Brigitte Bardot, o maior ícone do cinema europeu da época, que consolidou sua ligação com o clube da Gávea durante uma histórica passagem pelo Rio de Janeiro. Naquele momento, a atriz não apenas visitava o país, mas mergulhava na identidade rubro-negra por influência direta de seu círculo pessoal.
O vínculo de Bardot com o Mais Querido foi arquitetado por meio de seu relacionamento com Bob Zagury. O franco-marroquino-brasileiro, que namorava a estrela, possuía raízes profundas no clube, tendo atuado como jogador de basquete e conquistado títulos pela agremiação. Essa proximidade com os bastidores esportivos da Gávea permitiu que a musa francesa compreendesse a magnitude do Flamengo em um período de extrema euforia para a torcida, logo após conquistas memoráveis no futebol.
A exposição midiática da atriz no Brasil foi avassaladora, forçando-a a um isolamento inicial na residência de Zagury para evitar o assédio dos fotógrafos. Para negociar sua privacidade, Brigitte aceitou realizar uma conferência de imprensa no Copacabana Palace. Durante quase uma hora, ela respondeu a diversos questionamentos, mas foi a resposta sobre sua preferência clubística que garantiu sua imortalidade no folclore do Rio de Janeiro.
A influência do título de 1963 na declaração da estrela
A afirmação de Brigitte não ocorreu em um vácuo político ou esportivo. O Flamengo havia acabado de conquistar o Campeonato Carioca de 1963, apenas algumas semanas antes da chegada da atriz. Aquele título foi selado no emblemático Fla-Flu que registrou o maior público da história entre clubes no Maracanã, com mais de 194 mil espectadores. A atmosfera de celebração que tomava as ruas da cidade certamente influenciou a percepção da artista sobre a relevância do clube.
Embora Bardot tenha buscado o refúgio de Armação de Búzios para escapar dos holofotes ? local onde hoje existe uma estátua em sua homenagem ?, sua fala no salão nobre do Copacabana Palace permaneceu como o registro mais forte de sua passagem pela capital. O jornal "A Última Hora" eternizou o momento em que, de mãos dadas com seu companheiro rubro-negro, ela selou seu apoio ao time que detinha a maior massa de torcedores do país.
| Evento Histórico | Detalhes da Conexão |
|---|---|
| Data da Declaração | Janeiro de 1964 |
| Local do Anúncio | Copacabana Palace, Rio de Janeiro |
| Intermediário | Bob Zagury (Ex-atleta de basquete do CRF) |
| Contexto Esportivo | Flamengo campeão carioca de 1963 |
O adeus a Brigitte Bardot e o legado na Gávea
Neste domingo (28), o cenário cultural global registrou a perda da lendária atriz, que faleceu aos 91 anos em Saint-Tropez, na França. Bardot foi uma figura que desafiou convenções e moldou o comportamento de gerações. Para o torcedor flamenguista, no entanto, sua partida também remete àquela tarde de 1964, quando uma das mulheres mais influentes do planeta reconheceu a grandeza da instituição rubro-negra diante de toda a imprensa nacional.
É importante ressaltar que, mesmo sem registros de visitas frequentes ao estádio, a simbologia de sua fala permanece intacta. Em um período onde o Brasil buscava se projetar internacionalmente, ter Brigitte Bardot afirmando "Eu sou Flamengo " serviu como um selo de prestígio para o clube. A nação rubro-negra se despede não apenas de um mito do cinema, mas de uma personalidade que, em um breve momento de sinceridade e romance, vestiu metaforicamente as cores do clube.
A trajetória de Brigitte no Rio de Janeiro e sua subsequente predileção por Búzios mostram uma mulher que buscava autenticidade. Ao escolher o Flamengo como seu time no Brasil, ela se alinhou ao movimento das massas e à energia vibrante que o clube representava na década de 60. O luto na arte francesa encontra eco na memória esportiva carioca, celebrando uma união improvável entre o requinte europeu e a paixão popular brasileira.
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