BAP do Flamengo Rejeita Divisão Igualitária de Receitas na Liga Brasileira

O cenário do futebol brasileiro se agita com as discussões sobre a formação de uma liga entre os clubes, e as declarações do vice-presidente de finanças do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (BAP), trouxeram à tona a complexidade do tema. O dirigente rubro-negro manifestou veementemente seu descontentamento com a ideia de uma distribuição equitativa dos ganhos provenientes das competições, caso a nova estrutura seja implementada.

Em entrevista à Flamengo TV, BAP foi categórico ao rejeitar qualquer cenário que implique em uma redução significativa da participação financeira do clube. Ele enfatizou que o Flamengo não abrirá mão de seus direitos econômicos, que considera um ativo fundamental.

Sabe quando vou aceitar receber 3,5 vezes a mais do que os clubes pequenos? Nunca!

Apesar de se posicionar a favor da criação de uma liga para aprimorar a gestão e organização do futebol nacional, o cartola manteve sua postura irredutível quanto à questão financeira. Para BAP, a adesão do Flamengo a um modelo que desvalorize sua receita atual seria inaceitável e prejudicial.

Se o Flamengo abrir mão desse direito, não vai haver liga no Brasil. Não somos idiotas. Eu não vou endossar isso.

Flamengo: A Defesa Irredutível do Patrimônio Financeiro

A posição de BAP reflete uma preocupação central com o patrimônio do clube. Ele argumenta que o Flamengo não pode ser ?desapropriado? de um ativo construído com mérito e investimento. A proposta de uma divisão de receitas que não leve em conta o valor de mercado e a representatividade do clube é vista como um ataque direto à sua sustentabilidade financeira.

Sabe quando vou aceitar receber 3,5 vezes a mais do que os clubes pequenos? Nunca! Não vai acontecer acordo nessas condições. O Flamengo não será desapropriado. Isso é a desapropriação de um ativo que é nosso por nenhuma razão, nenhum critério, nenhum mérito que possa ser aventado.

O dirigente sublinhou a importância de uma governança sólida para o futebol brasileiro, abrangendo aspectos como a organização dos campeonatos, a arbitragem e o fair play financeiro. Ele ressaltou que o Flamengo cumpre rigorosamente suas obrigações financeiras, em contraste com outros clubes e até mesmo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, segundo ele, possuem pendências com o Rubro-Negro.

?Uma liga é importante no Brasil? Claro. Toda parte de governança, de organização do campeonato, de arbitragem, de fair play financeiro. O Flamengo para todo mundo em dia. Tá cheio de clubes aí pousando de bonzinhos que não paga o Flamengo . A própria CBF tem casos pendentes nossos lá. Esta parte extracampo é claro que o Flamengo é completamente à favor?, explicou BAP.

O Dilema da Liga Brasileira e a Visão da CBF

A discussão sobre a liga ganha ainda mais relevância diante da promessa de Samir Xaud, presidente da CBF. Ao ser eleito, Xaud se comprometeu a permitir que os próprios clubes assumam a organização das principais competições do futebol masculino de elite. Atualmente, a gestão de torneios como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil é de responsabilidade total da CBF.

Apesar do discurso favorável à autonomia dos clubes na gestão das competições, a questão da divisão de receitas permanece como o principal entrave. A postura firme do Flamengo , expressa por BAP, indica que o caminho para a formação de uma liga unificada e financeiramente justa ainda será permeado por intensas negociações e divergências entre os principais protagonistas do futebol nacional.