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Bap do Flamengo: Arbitragem Não É Muleta e Clubes Precisam Propor Soluções

Por Redação Flapress em 10/10/2025 13:31

Em um evento recente realizado na capital fluminense, o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, apresentou uma perspectiva mais ponderada a respeito das contestações à arbitragem no Campeonato Brasileiro. Sua abordagem diverge da linha mais incisiva adotada anteriormente pelo diretor de futebol, José Boto, que chegou a insinuar desempenhos "suspeitos" por parte dos juízes. Bap, por outro lado, optou por uma retórica mais diplomática, buscando evitar novos conflitos com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Ao abordar a recente derrota para o Bahia, resultado que custou ao Rubro-Negro a liderança da Série A, o dirigente enfatizou que a equipe da Gávea não deve buscar "muletas" para justificar seus resultados, abstendo-se de culpar a arbitragem pelo insucesso. "Como dirigente, a gente também tem que parar de buscar muletas quando a gente não joga bem. Eu não acho que o Flamengo perdeu para o Bahia por causa da expulsão do Danilo ", declarou.

Baptista prosseguiu, reconhecendo o impacto de decisões arbitrais, mas relativizando sua influência exclusiva sobre o placar. "A expulsão do Danilo compromete uma estratégia de jogo? Compromete. Atrapalha o plano que foi montado? Atrapalha. Mas não é verdade que o Flamengo perdeu aquele jogo e a liderança apenas por causa disso", acrescentou. Ele argumentou que as derrotas são multifatoriais. "Nunca é um fator só, são vários fatores. Parte deles são de responsabilidade nossa, parte tem a ver com o imponderável do futebol, que faz que a gente tenha essa paixão, e parte tem a ver com a primeira parte, que é eventualmente o erro do árbitro", detalhou.

A Visão de Bap: Derrotas do Flamengo e a Responsabilidade do Clube

Para ilustrar seu ponto, o presidente citou exemplos de superação no futebol. "O Botafogo perdeu um jogador expulso com um minuto na final da Libertadores, dominou e ganhou o jogo. Quem viu o jogo achava que o Botafogo não tinha um jogador a menos em campo. Eles conseguiram achar alternativas e soluções para uma perda naquele momento. A derrota nunca é por um fator só", observou. Ao revisitar a expulsão de Wallace Yan, Bap manteve a mesma linha de raciocínio. "A expulsão do Wallace Yan atrapalhou o Flamengo ? Claro que atrapalhou. A gente já estava perdendo por 1 a 0 naquela altura. A expulsão dele foi no final do jogo. Isso foi determinante para a derrota? Se ele tivesse ficado em campo, talvez a gente pudesse ter buscado um empate, uma virada, mas também não é garantido", complementou, reforçando que a complexidade do jogo transcende um único evento.

Na sequência de sua fala, Bap dedicou-se a uma profunda reflexão sobre a atual conjuntura da arbitragem nacional, reconhecendo os esforços da CBF para mitigar as falhas. Contudo, o presidente do Flamengo ressaltou uma lacuna significativa: embora os clubes frequentemente apresentem reclamações à entidade sobre os juízes, eles raramente conseguem oferecer propostas concretas para aprimorar o cenário.

Ele descreveu o dilema da arbitragem, onde a subjetividade humana se cruza com a pressão do jogo. "A comissão de arbitragem diz (aos clubes): 'Os árbitros são seres humanos, eles são impactados pelo calor do jogo, pela maneira como os jogadores tratam eles', e é tudo verdade. Vou contar um segredo para vocês: os jogadores também são seres humanos, também são impactados pelas atitudes dos árbitros. E também têm o direito de achar que, em situações semelhantes, ele está tratando supostamente iguais de maneira diferenciada, e isso gera um desafio", discursou Bap. A questão, segundo ele, reside na busca por soluções efetivas. "Como é que você resolve isso? Com acompanhamento, com critério, com treinamento, e isso é um processo que leva tempo. A gente critica a CBF a respeito disso. Os clubes têm uma alternativa, uma solução melhor para isso? Não temos", admitiu, colocando a responsabilidade também sobre os próprios clubes. "Isso significa dizer que a gente não possa ter? Não, a gente pode ter, a gente deve ter. Mas isso demanda o quê? Tempo, dedicação, trabalho, esforço. Isso não é feito de dia para noite", pontuou o dirigente.

Bap do Flamengo: Arbitragem Não É Muleta e Clubes Precisam Propor Soluções
Foto: (Mariana Sá/CRF)

O Diálogo do Flamengo com a CBF: Em Busca de Critérios Uniformes

O cartola rubro-negro também revelou que o Flamengo mantém um diálogo semanal com a CBF especificamente sobre a arbitragem, buscando continuamente promover melhorias. De acordo com Bap, a principal demanda, não apenas do Flamengo , mas também de outros clubes, é a necessidade de uniformidade nos critérios aplicados em campo pelos árbitros.

"O Flamengo discute e conversa com a CBF todas as segundas-feiras, onde há um foro especificamente em relação à arbitragem. Eu entendo que o maior desafio que a gente tem hoje em termos de arbitragem é a parte de critérios", observou. Ele destacou a importância de gerenciar a emoção envolvida no processo. "A primeira coisa é: existe um quê de incontrolável neste processo e que a gente tem que tirar a emoção disso. Como é que você faz isso? Com postura, por um lado. E por outra, com o VAR, que chega e diga, 'olha, essa tua decisão não pode ser essa, eu estou vendo uma coisa diferente'", prosseguiu, enfatizando o papel do árbitro de vídeo.

A coordenação eficiente entre o VAR e o árbitro de campo é, para Bap, um pilar fundamental para a minimização dos problemas. "A coordenação entre o VAR e o árbitro de campo é absolutamente fundamental. Não para eliminar esse problema, mas para minimizar os problemas... E esse é um trabalho que eu reconheço que a CBF, por meio da Comissão de Arbitragem, tem tentado fazer", insistiu. No entanto, ele concluiu reconhecendo a complexidade da tarefa. "Mas é um trabalho difícil. Não é simples, não é rápido, não é fácil. E as nossas emoções são todas complexas e imediatas. Então, você precisa fazer esse equilíbrio entre essas coisas", finalizou o presidente do Flamengo , delineando os desafios inerentes à busca por uma arbitragem mais consistente e equitativa.

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