Marcos Braz Detalha Impacto da Agressão a Pedro na Temporada do Flamengo

O Ponto de Inflexão na Temporada Rubro-Negra

Em uma entrevista recente ao programa 'Benja Me Mucho', Marcos Braz, o vice-presidente de futebol do Flamengo, compartilhou uma perspectiva crucial sobre um evento que, segundo ele, marcou um ponto de inflexão na trajetória do clube em 2023. Ele se refere ao episódio da agressão física sofrida pelo atacante Pedro, perpetrada por um integrante da comissão técnica, como o momento que alterou o curso da temporada.

Braz descreve que, antes do incidente, o Flamengo demonstrava um desempenho consistente, com um histórico de apenas uma derrota em aproximadamente 20 partidas. Ele menciona um jogo particularmente forte contra o Grêmio e uma vitória sobre o Atlético Mineiro, antes que o ambiente fosse drasticamente alterado.

A Violência no Vestiário e suas Consequências

O incidente ocorreu após a vitória do Flamengo sobre o Atlético Mineiro, por 2 a 1, no estádio Independência, pelo Campeonato Brasileiro. Contrariando o clima de vitória, o vestiário se tornou palco de uma agressão quando o preparador físico Pablo Fernández desferiu um soco no rosto de Pedro . O caso foi levado à delegacia em Belo Horizonte, com o atacante formalizando queixa contra o preparador.

A repercussão do caso levou à demissão de Pablo Fernández e, posteriormente, à saída do técnico Jorge Sampaoli, após uma sequência de resultados insatisfatórios. Braz enfatiza como esse evento, aparentemente isolado, teve um impacto profundo na dinâmica do time e em seus resultados subsequentes.

A Versão de Braz sobre o Incidente e suas Implicações

Ao detalhar o ocorrido, Braz relata: "Quem era a pessoa que deu o soco? O auxiliar principal da comissão técnica do Sampaoli. Eu não vi a cena. Eu estava tendo um problema com o pessoal da Federação, do lado de fora. Quando entrei no vestiário, achava que eram dois jogadores. Depois que fui entender. Os jogadores falaram: ?Esse cara não pode continuar?. Eu falei: ?Não pode continuar o que??".

O dirigente descreve o vestiário do Independência como um espaço reduzido, onde jogadores e comissão técnica estavam todos juntos. Segundo Braz, o episódio ocorreu em um momento crucial, com o Flamengo se preparando para as fases decisivas da Libertadores e da Copa do Brasil. Diante disso, a diretoria se viu em uma encruzilhada: demitir todos ou tentar convencer Sampaoli de que o preparador não poderia permanecer.

Gestão de Crise e Decisões Difíceis

Braz narra que, no dia seguinte ao incidente, foi à residência de Sampaoli para discutir a situação. "?Esse não dá mais?", teria dito ao técnico, referindo-se ao preparador. Ele também revela que o filho do auxiliar trabalhava na comissão e que houve um acordo para que o jovem continuasse, pois não era justo que ele pagasse pelos erros do pai. "Ajeitei com os jogadores: ?O garoto vai continuar, porque não vai pagar pelo erro do pai. O rapaz é trabalhador, o primeiro a chegar aqui. Um bom profissional?. O cara que agrediu não", compartilhou Braz.

Ele acredita que a compreensão dos jogadores facilitou a conversa com Sampaoli, mas reitera que o episódio foi um divisor de águas, interrompendo a boa fase do time nas competições mata-mata. "Essa foi a tragédia desse ano. Agora, é um fato incontrolável, que não acontece, mas aconteceu", concluiu.

Repercussão na Torcida e Rivalidades

O dirigente também comentou sobre a relação com a torcida e a hostilidade que enfrenta em alguns jogos, especialmente contra o Atlético Mineiro. "Você nunca gosta de um torcedor do Flamengo te xingando. Lógico que não gosto. Alias, vou jogar contra o Atlético e querem me matar. Não é por causa desse título agora, não. Sei lá (se tem relação com 1981). Eu sei que querem me matar. No Athletico-PR? Me xingam muito. No Palmeiras e Corinthians não tive problema. Lógico que xingam, mas não é tão raivoso. (Contra o Atlético), você sente que é raivoso", disse Braz.