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Abel Braga: Flamengo x Inter na Libertadores - Análise Exclusiva do Ex-Técnico

Por Redação Flapress em 13/08/2025 05:10

O aguardado confronto pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores entre Flamengo e Internacional, agendado para esta quarta-feira, às 21h30, no Maracanã, foi objeto de uma análise perspicaz por Abel Braga. O experiente treinador, com passagens marcantes por ambos os clubes, ofereceu uma perspectiva direta sobre o embate, classificando-o como um duelo de forças equiparadas, longe dos seus melhores momentos.

A avaliação de Abel Braga, figura emblemática para o torcedor colorado pela conquista da Libertadores em 2006, é incisiva: "É um jogo extremamente igual". Ele prosseguiu, detalhando as razões para sua percepção: "O Flamengo não está tendo uma sequência positiva de quatro, cinco, seis jogos. Também vem de uma eliminação. O Inter não vinha bem, botou uma sequência de três, quatro jogos ganhando por 1 a 0. Deu um salto muito bom. Tem tudo para ser um grande jogo. Mas a grande verdade é que nem um nem o outro atravessa um grande momento".

Aos 73 anos, e afastado da beira do campo desde o final de 2022, Abel Braga expressa o desejo de assumir um cargo de perfil diretivo no futebol, função que exerceu brevemente no Vasco em 2023. Embora um retorno esteja sendo cogitado para 2026, ele recusou recentemente uma proposta para ser consultor técnico de uma SAF, cujo nome não foi revelado. Mesmo com a distância do dia a dia dos clubes, a paixão pelo esporte permanece inabalável, dedicando-se a assistir a partidas constantemente.

A Visão Crítica de um Mestre do Futebol

Em um encontro com a equipe de reportagem no escritório de seu filho, Fábio, que atua na gestão de carreiras, Abel Braga compartilhou seu desapontamento com o cenário atual do futebol, definindo-o como "feio". Sua crítica vai além do desempenho das equipes, abrangendo a dinâmica do jogo e a relação com a arbitragem.

"Não ando feliz. Tá feio. Não tem juiz que suporte como está. Todo mundo reclama. Quem faz a falta, reclama. Quem sofre a falta, reclama. O cara vai para o VAR, tem que quase pedir para segurança entrar no campo. Tá um negócio difícil, sabe? E a gente vê que está se aproximando da Copa do Mundo. Com jogadores de qualidade, jogadores jovens. Ainda bem que a maioria joga lá fora. Mas nós temos que melhorar a educação futebolística. E de respeito, até com o torcedor. Porque aqui o torcedor não está compreendendo. Tenho ficado, estou sendo sincero, um pouco decepcionado."

Apesar de sua aposentadoria como treinador, a saudade do ambiente futebolístico é palpável. Abel relembrou os convites para retornar à função, que prontamente recusou devido às intensas viagens. "Logo que eu parei, teve. Muitos convites. Mas como treinador. Eu falei que parei. Justamente por essas viagens loucas que se fazia. Mas é saudade. Porque eu vejo futebol todo dia. Às vezes meu filho está lá em casa e fala: 'vamos botar uns pagodes'. Eu falo: 'não, tem jogo do...'. 'Pô, pai, segunda divisão'. Falo: 'qual é o problema, cara?' (risos). Eu vivi isso aí 57 anos. É muito tempo. Mas às vezes dá uma saudadezinha."

A Essência da Libertadores e a Memória de 2006

Abel Braga também discorreu sobre a atmosfera singular da Conmebol Libertadores, destacando a rivalidade intrínseca ao continente sul-americano. Para ele, a competição adquire um sabor distinto pela paixão e pelo histórico de confrontos entre as nações.

"Primeiro, pelo próprio continente. Geograficamente falando, você tem na América do Sul uma grande rivalidade com o Brasil. Principalmente argentino e uruguaio. Paraguai já teve um pouco, mas hoje nem tanto. Mas existe entre Chile, Uruguai e Argentina. Então, isso tudo mexe. Agora o título anda aqui pelo Rio. Bom para caramba para o time carioca. Mas então essa rivalidade vai para dentro do campo. Porque isso não importa se é do Rio, se é o Inter, se é o São Paulo, se é o Santos. Entrou o time brasileiro para jogar a Libertadores, acirra a rivalidade. A coisa fica pegada."

As recordações da Libertadores de 2006, onde liderou o Internacional ao título, são vívidas. Essa conquista, segundo ele, teve um peso histórico para o clube gaúcho, apagando a frustração de derrotas anteriores, como a semifinal de 1989 contra o Olimpia. A vitória não apenas marcou a história do Inter, mas também a carreira de Abel, que vinha de dois vice-campeonatos da Copa do Brasil.

"(Os colorados) Tinham anteriormente uma recordação frustrante, com aquela derrota para o Olimpia (semifinal de 1989). Então, isso apagou. Apagou não, tirou muito o peso. Me deu uma satisfação muito grande. Já falei isso várias vezes. É aquele papo de esquina, que se tem em outro lugar, colorado e gremista. Onde a discussão com o colorado ia até determinado lugar. Porque a partir dali o gremista falava 'nós temos Libertadores'. Eu vinha de dois vice campeonatos do Copa do Brasil com clubes diferentes: 2004 com o Flamengo e 2005 com o Fluminense. O Fernando Carvalho (ex-presidente) me ajudou: 'Vamos lá, vamos lá, vai ajudar a ganhar essa Libertadores. É um título que eu não tenho'. Muito menos eu (risos)."

Expectativas Táticas e a Evolução de Alan Patrick

Ao projetar o embate entre Flamengo e Internacional, Abel Braga prevê um jogo de alta intensidade e poucas surpresas táticas. Ele acredita que ambas as equipes possuem o potencial para oferecer um espetáculo convincente, marcado pela combatividade.

"Tomara que seja um jogo legal. Tanto o Flamengo como o Inter têm equipes para proporcionar um espetáculo convincente. Vai ser aguerrido, pegado. Não acredito que vá ter mudança. O Flamengo fazendo uma marcação alta, como faz. O Inter com aquela rodada de bola de um lado e do outro, que surpreende bem, principalmente com o Wesley. É um jogo interessante. A gente não acredita que tenha uma marcação individual no Alan Patrick contra o Flamengo ."

O ex-treinador também fez questão de destacar a evolução de Alan Patrick , com quem trabalhou no Inter em 2014. Naquela época, o jogador não gozava do mesmo prestígio que tem hoje junto à torcida, mas Abel já reconhecia seu potencial e inteligência em campo. "Nós tínhamos o Willians, volante, às vezes o Alex e o Patrick . Eu falava para os caras: 'vocês roubam a bola, não precisa inventar, toca para o Patrick , ele sabe onde vai dar a direção'. E naquela altura ele não era um cara querido pelo torcedor como é hoje. A maneira dele jogar, que a equipe também estava ali meio oscilando e tal. O Patrick hoje é fenomenal. Um cara diferente.'"

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Matheus

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Comentado em 13/08/2025 10:00 Se Abel acha igual, tamo fácil de ganhar, rsrs!
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Comentado em 13/08/2025 08:30 Abel Braga fica falando, mas o Flamengo tá firme!
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Comentado em 13/08/2025 06:50 Flamengo vai mostrar nossa pegada no Maraca, SLK!
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