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Walter Machado da Silva: O Ícone do Flamengo que Fez História no Racing e Mantém Recorde Há 50 Anos

Por Redação Flapress em 29/10/2025 09:01

A história do futebol sul-americano é repleta de personagens que transcendem as fronteiras de seus clubes e países. Entre eles, destaca-se a figura de Walter Machado da Silva, um atacante cujo legado ressoa até hoje, unindo o Flamengo e o Racing em uma narrativa de talento e um recorde que perdura por mais de cinco décadas. Campeão carioca pelo Rubro-Negro em 1968, Silva deixou uma marca indelével também no futebol argentino, tornando-se um ícone para a torcida de Avellaneda.

Conhecido carinhosamente como "Batuta", Silva desembarcou no Racing em 1969, trazendo consigo um currículo impressionante. Sua trajetória incluía passagens por gigantes brasileiros como Corinthians e Santos, onde atuou ao lado de Pelé, além de sua participação na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966. Esse histórico o consolidava como um reforço de peso, um verdadeiro "grande reforço" para a equipe argentina.

A chegada do atacante a Avellaneda, conforme detalhado por Marcelo Schwob em sua biografia "Silva, o batuta", foi um processo de adaptação cuidadoso. Inicialmente, ele residiu em um hotel em Buenos Aires antes que sua família se juntasse a ele. Posteriormente, a família estabeleceria residência na Rua Añasco, esquina com a Avenida Rivadavia, no bairro de Caballito, em um espaçoso apartamento de quatro quartos, pronto para receber os parentes que frequentemente o visitavam.

Walter Machado da Silva: O Batuta que Conquistou a Argentina

Naquela década de 1960, a Argentina, em meio a uma admiração quase irrestrita, expressava um lamento bem-humorado por não poder contar com o talento de um atacante brasileiro e negro que brilhava intensamente com a camisa do Racing. "Pena que ele não é nosso!", exclamava o título de uma reportagem do suplemento Sport da revista El Gráfico em agosto de 1969, referindo-se a Walter Machado da Silva.

Suas credenciais foram rapidamente confirmadas em campo. No Metropolitano de 1969, disputado no primeiro semestre, Silva demonstrou sua veia artilheira ao balançar as redes 14 vezes, consolidando-se como o artilheiro da competição. Um feito singular, tornando-o o único jogador brasileiro a alcançar tal distinção em um Campeonato Argentino, um recorde que permanece intocado até os dias atuais.

Curiosamente, em meio a essa campanha vitoriosa, o Racing empreendeu uma viagem ao Rio de Janeiro para um amistoso contra o Flamengo , no Maracanã. O objetivo, segundo o biógrafo Schwob, era angariar fundos para custear parte dos direitos econômicos do atacante. Nesse confronto, a equipe de Avellaneda venceu por 3 a 2, e o "Batuta" deixou sua marca, anotando um dos gols.

O Artilheiro Inédito e o Legado no Futebol Sul-Americano

Apesar do sucesso retumbante e da adoração da torcida, a trajetória de Silva no Racing teve um desfecho inesperado. No segundo semestre de 1969, mesmo mantendo sua fase goleadora, a família do jogador não conseguiu se adaptar à vida em Buenos Aires, o que o levou a decidir pelo retorno ao Brasil. Sua passagem pela equipe argentina, embora breve, foi impactante, somando 28 gols em 39 partidas.

Desempenho de Walter Machado da Silva no Racing (1969)
Partidas Gols Marcados Média de Gols/Jogo
39 28 0,72

A admiração por Silva transcendeu sua partida. O próprio site oficial do Racing, em sua seção dedicada a ídolos, mantém um verbete em sua homenagem, exaltando suas qualidades:

"Técnica, personalidade e olfato. Tudo junto em uma mesma pessoa. Tudo junto em um mesmo futebolista. Quem o viu jogar confirma: era um verdadeiro fenômeno com a bola nos pés"
. Essa frase encapsula a grandiosidade de seu futebol.

Após a experiência argentina, Walter Machado da Silva continuou a trilhar uma carreira de sucesso no Brasil, defendendo o Vasco da Gama, onde conquistou o Campeonato Carioca em 1970. Sua jornada profissional o levou ainda por Botafogo, do Rio; Rio Negro, de Manaus; Junior Barranquilla, da Colômbia; e Tiquire Flores, da Venezuela, onde encerrou sua carreira como jogador profissional.

O Retorno ao Ninho do Urubu e a Despedida de um Ícone

No período pós-campo, Silva manteve sua ligação com o Flamengo , atuando como auxiliar técnico e treinador nas categorias de base do clube. A partir da década de 1990, sua contribuição se estendeu ao setor social do clube, dedicando-se à área de eventos, um testemunho de sua duradoura relação com o Rubro-Negro.

Em 2020, após uma semana de internação devido à Covid-19, Walter Machado da Silva faleceu no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, aos 80 anos. Sua memória permanece viva, celebrando um atleta que, com a camisa do Flamengo , ergueu troféus e, no Racing, estabeleceu um recorde de artilharia que desafia o tempo, unindo dois gigantes do futebol sul-americano em sua história singular.

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Bruno

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Comentado em 29/10/2025 13:50 Walter Batuta foi mito no Flamengo e no Racing vamos manter a memória viva e garra
Matheus

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Comentado em 29/10/2025 12:20 Vamo que vamo esse duelo é nosso time no gabarito
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Comentado em 29/10/2025 10:40 Vamos com tudo hoje torcida do Flamengo, Batuta inspira vamos pra cima com brio e raça rs
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