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STJD Suspende Bruno Henrique: Entenda a Decisão e o Impacto no Flamengo

Por Redação Flapress em 04/09/2025 17:41

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) proferiu uma decisão de peso que impacta diretamente o Clube de Regatas do Flamengo. Em uma sessão da 1ª Comissão Disciplinar, realizada nesta quinta-feira (4) no Rio de Janeiro, o atacante Bruno Henrique foi penalizado com uma suspensão de 12 jogos, além de uma multa pecuniária de R$ 60 mil. A sanção está diretamente ligada à sua atuação em uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023 contra o Santos, onde a Polícia Federal aponta que o jogador teria agido de forma a forçar o recebimento de um cartão amarelo, visando beneficiar apostadores.

Imediatamente após a divulgação do veredito, tanto o Clube de Regatas do Flamengo quanto a equipe jurídica de Bruno Henrique anunciaram que irão interpor recurso contra a determinação junto ao Pleno do STJD. A defesa do camisa 27, conduzida pelos advogados Alexandre Vitorino e Michel Asseff Filho, havia pleiteado a absolvição completa do jogador.

A suspensão de doze partidas deverá ser cumprida integralmente no Campeonato Brasileiro. A equipe carioca, atualmente na liderança da Série A, tem 17 rodadas restantes para disputar na competição. A ausência de um jogador de tal calibre, mesmo que temporária, naturalmente impõe um desafio tático e estratégico ao elenco, que terá de se adaptar a esta nova realidade.

A Fundamentação da Sanção Disciplinar

A Procuradoria do STJD havia denunciado Bruno Henrique com base em diversos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), incluindo o art. 243, §1º; art. 243-A, parágrafo único; art. 184 e art. 191, III. Adicionalmente, foi invocado o artigo 65, II, III e V, do regulamento geral de competições da CBF de 2023.

Os cinco membros da 1ª Comissão Disciplinar, em sua deliberação, optaram por absolver Bruno Henrique do art. 243. Contudo, a maioria, com quatro votos favoráveis, decidiu pela aplicação da suspensão de 12 partidas e da multa de R$ 60 mil, especificamente em relação ao art. 243-A. É notável que apenas Guilherme Martorelli, vice-presidente da 1ª CD, votou pela absolvição do atacante em ambos os artigos.

As penalidades máximas previstas para as infrações poderiam ser significativamente mais severas, abrangendo suspensões que variam de 360 a 720 dias, suspensões de 12 a 24 partidas e multas que poderiam chegar a R$ 100 mil. As sanções aplicadas a Bruno Henrique pela Primeira Comissão Disciplinar podem ser resumidas na seguinte tabela:

Artigo do CBJD Decisão da 1ª Comissão Disciplinar
Artigo 243 Absolvido
Artigo 243-A 12 partidas de suspensão e multa de R$ 60 mil

O Desenrolar do Julgamento e a Defesa do Atleta

A sessão de julgamento teve início com a leitura da denúncia da Procuradoria e a apresentação do relatório da investigação criminal pelo auditor relator Alcino Guedes. Durante este momento inicial, foram detalhadamente lidas as transcrições das mensagens que teriam sido trocadas entre Bruno Henrique e um indivíduo identificado como Wander.

Após essa etapa, as defesas de Bruno Henrique , Claudinei Vitor e Douglas Ribeiros, estes últimos amigos de Wander ? irmão de Bruno Henrique ?, argumentaram pela prescrição do processo. O advogado Michel Asseff Filho, representando o Flamengo , iniciou sua intervenção com uma declaração de princípios do clube:

?O Flamengo reitera seu posicionamento de cumprimento às regras, de reprovação total a qualquer ato de manipulação de resultados. É exatamente por isso que o Flamengo está aqui. Demonstrar apoio ao seu atleta. E fazer com que, no final desse processo, façamos justiça. Até hoje, talvez nunca em caso como esse, de manipulação de resultados, um clube tenha dado as mãos ao seu atleta. O Flamengo está aqui para isso?

O relator auditor, Alcino Guedes, defendeu a validade da denúncia, argumentando que a Procuradoria havia utilizado 58 dos 60 dias de prazo legal para apresentar a acusação após o recebimento das informações da Polícia Federal. Seu voto foi acompanhado por William Figueiredo e Carolina Teixeira Ramo. Em contrapartida, Marcelo da Rocha Ribeiro Dantas e Guilherme Martorelli, respectivamente presidente e vice-presidente da 1ª CD, acolheram o pedido de prescrição. Com um placar de 3 a 2 contra a prescrição, o Tribunal deu prosseguimento à análise do mérito do processo.

Durante a fase de testemunhas da Procuradoria, foram ouvidos Daniel Cola, delegado da Polícia Federal e responsável pelas operações ?Jogo Limpo? e ?Sport-Fixing?, e Pedro Lacaz, representante da empresa de apostas KTO. Bruno Henrique , participando virtualmente da sessão, optou por não depor, mas fez um breve pronunciamento:

?Boa tarde, presidente. Boa tarde a todos. Gostaria de reafirmar minha inocência e dizer que confio na Justiça Desportiva. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado. Meus advogados estão aí e vão falar por mim durante a defesa do processo. Faço questão de mostrar meu respeito e minha total confiança no Tribunal e desejo um excelente julgamento a todos. Que tudo transcorra de forma leve e justa. Uma boa tarde a todos?

A Linha de Defesa do Flamengo e a Esfera Criminal

Em um ponto crucial da sessão, o advogado Michel Asseff Filho solicitou a leitura de um posicionamento oficial do Flamengo , previamente submetido ao STJD. Neste documento, o clube afirmava categoricamente que ?não teve prejuízo esportivo em decorrência do cartão? recebido por Bruno Henrique . Essa tese foi reiterada na sustentação final de Michel Asseff Filho, que, em conjunto com Alexandre Vitorino, pleiteou a absolvição do atleta de todas as acusações. O documento do clube detalha:

?Prezados auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o Clube de Regatas do Flamengo, por meio de seus representantes legais, em atenção aos fatos ocorridos na partida disputada entre Flamengo e Santos, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, ocorrida no dia 1º de novembro de 2023, vem respeitosamente, ciente de que a presente declaração servirá como prova nos autos do presente processo, informar e declarar que não teve prejuízo esportivo em decorrência do cartão amarelo recebido pelo atleta Bruno Henrique nos momentos finais da mencionada partida. Isso porque, dentro do planejamento estabelecido pelo clube para a temporada de 2023, o melhor interesse esportivo do Clube de Regatas do Flamengo não foi afetado ou prejudicado na hipótese de o atleta receber, como de fato recebeu, o terceiro cartão amarelo naquela ocasião. Muito ao contrário, o mencionado cartão amarelo, terceiro cartão amarelo, não aconteceu esportivamente de forma inesperada considerando o calendário dos torneios em disputa à época. Ademais, é relevante destacar que o atleta Bruno Henrique é um ídolo histórico do Clube de Regatas do Flamengo e sempre cumpriu suas obrigações profissionais de modo irretocável. Por fim, o Flamengo reitera seu compromisso com fairplay no futebol, repudiando toda e qualquer forma de manipulação de resultados, adverte que anualmente faz apresentações sobre regras vigentes no Brasil, inclusive sobre mercados de apostas, e se coloca à disposição do STJD do futebol para prestar eventuais esclarecimentos adicionais acerca dos referidos fatos.?

Paralelamente à esfera desportiva, a mesma investigação que levou à denúncia no STJD também resultou na transformação de Bruno Henrique em réu na Justiça Comum. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), especificamente na 7ª Vara Criminal de Brasília.

A Investigação da Polícia Federal e a Denúncia Central

A acusação formal contra Bruno Henrique deriva das informações coletadas no inquérito 107/2025. Esta investigação da Polícia Federal focou na suposta conduta do atacante do Flamengo de forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores durante uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023.

Segundo os detalhes apurados pela PF, o jogador teria agido de forma deliberada para receber um cartão amarelo na partida entre Flamengo e Santos, realizada em novembro de 2023, no Mané Garrincha. O objetivo seria favorecer apostadores, entre os quais estavam seu irmão, Wander Pinto Junior, e sua cunhada, Ludymilla Araújo Lima. Inicialmente, a investigação contava apenas com indícios de uma correlação entre uma anomalia observada no mercado de apostas e o cartão recebido pelo jogador, sem elementos concretos de causalidade entre o evento esportivo e uma ação ilícita.

O panorama da investigação alterou-se significativamente após a conclusão das apurações da Polícia Federal e o subsequente compartilhamento das provas com a Justiça Desportiva. As evidências revelaram que Bruno Henrique de fato forçou o cartão amarelo, uma vez que essa conduta teria sido previamente comunicada ao seu irmão, Wander Nunes Pinto Junior, por meio de trocas de mensagens em um aplicativo.

A autoridade policial concluiu que Bruno Henrique teria atuado intencionalmente para fraudar o jogo ao repassar informações privilegiadas a seu irmão Wander. De posse dessa informação, Wander teria realizado apostas na véspera da partida, utilizando tanto sua conta quanto a de sua esposa. Além disso, o irmão do jogador teria disseminado essa informação a amigos, incentivando-os a também realizarem apostas, com o intuito de obterem uma vantagem indevida em detrimento dos interesses das operadoras de apostas.

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Comentado em 04/09/2025 22:20 SLK STJD, quer ferrar o Mengão outra vez!
Ana

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Comentado em 04/09/2025 20:50 Galera, vamos focar no time! Sem Bruno Henrique é ruim, mas nosso elenco é forte. Vai Flamengo!
Matheus

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Comentado em 04/09/2025 19:20 Bruno é brabo, STJD tá doido kkkk
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