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O Futuro do Flamengo: Desafios e Dúvidas na Construção do Novo Estádio
Por Redação Flapress em 20/12/2024 05:40
O Caminho Incerto para o Novo Estádio do Flamengo
A concretização do novo estádio do Flamengo, situado no terreno do Gasômetro, ainda se encontra envolta em incertezas e debates acalorados, tanto dentro quanto fora da esfera do clube. Após o processo eleitoral, a gestão liderada por Bap terá a responsabilidade de transformar a construção em realidade. Contudo, o processo de aquisição do terreno gerou intimidações a alguns conselheiros e ainda suscita questionamentos internos.
Ricardo Lomba, presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo , expressou preocupação em entrevista ao UOL: "Compramos o terreno. Foi um processo muito acelerado, era uma votação em que estávamos amarrados. Não tinha como votar contra porque é o sonho da Nação. Mas pouquíssimas pessoas tinham conhecimento melhor daquilo tudo. Nós tínhamos pouca informação".
Uma das principais queixas nos últimos meses reside na ausência de informações detalhadas sobre a construção do estádio. Conselheiros, sócios e candidatos do clube tiveram acesso a poucos documentos que explicassem como a diretoria, sob a liderança de Rodolfo Landim, pretendia financiar a construção da arena. Essa falta de clareza levanta sérias dúvidas e alimenta a apreensão entre os membros do clube.
Falta de Detalhes e o Processo de Aprovação
Ricardo Lomba, eleito presidente do Conselho Deliberativo para o próximo triênio, esclareceu que várias etapas ainda precisam ser cumpridas. Até o momento, a votação dos conselheiros aprovou apenas a compra do terreno. Posteriormente, Landim enviou convites para apresentar os primeiros detalhes do projeto, pouco antes das eleições. No entanto, essa apresentação ainda não dissipou as dúvidas.
Lomba questiona: "O que temos de concreto de estádio? Nesse período eleitoral recebi convites para conhecer o plano do estádio da chapa que foi derrotada, mas não há um projeto, não há uma coisa concreta para vermos que já existe um estudo de solo, descontaminação, uma série de informações que eu não tenho conhecimento. Tudo será discutido. Como estão as licenças? Como vamos trabalhar em cima do cronograma do edital? Quais as receitas para ficar de pé? Tem muita coisa para ser discutida, um caminho extenso de muitas questões no Conselho Deliberativo para que isso tudo avance".
Ameaças e Intimidações Durante a Votação
A votação para a compra do terreno foi marcada por um clima de tensão, com vários conselheiros relatando terem sido ameaçados. Dos votos, 602 foram favoráveis, 33 contrários e houve 4 abstenções. Fora da sede da Gávea, faixas estendidas por torcidas organizadas expressavam: "Quem é contra o estádio é contra a Nação".
Durante o período eleitoral, a situação chegou a mencionar a divulgação dos nomes dos 33 conselheiros que votaram contra a aquisição do terreno. O tema foi recorrente nos debates, sendo frequentemente usado para atacar a candidatura de Bap. Essas ações revelam um ambiente de polarização e pressão sobre os membros do conselho.
Democracia em Risco e a Necessidade de Transparência
Um conselheiro, que preferiu não se identificar, desabafou: "A gente não pode sofrer perseguição ou qualquer tipo de intimidação em função do voto que eu pretendo fazer. Se voto para o lado A e a diretoria quer o lado B, sou perseguido de alguma forma. Isso não é democracia, é um absurdo e que tem que ser rejeitado. Acho que houve, no mínimo, uma falta de habilidade na condução disso tudo. Chegou-se até a falar de divulgar o nome dos 33 'traidores da Nação' que votaram contra o estádio. Não é uma forma correta de agir. Foram muitas mensagens dizendo que quem votasse contra estaria votando contra o Flamengo . Isso é jogar baixo".
O mesmo conselheiro acrescenta: "A questão política do município coincidiu com a do Flamengo e virou uma bola de neve para acelerar a votação e induzir bastante o conselheiro a votar 'sim'. Acho que a gente tinha que comprar o terreno, mas todos ficariam mais confiantes e tranquilos se tivessem mais tempo para analisar, fazer perguntas. Todos nós estamos com uma pulga atrás da orelha". A falta de transparência e o clima de pressão geram um sentimento de desconfiança e apreensão em relação ao futuro do projeto.
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