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Maracanã Lucrativo: CEO do Flamengo Detalha Projeções Financeiras e Ambição por Naming Rights
Por Redação Flapress em 12/08/2025 14:31
A gestão do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, tem sido um ponto central nas discussões internas do Flamengo, culminando em uma recente reunião estratégica e uma entrevista reveladora. Em uma rara aparição pública, o CEO rubro-negro Paulo Dutra, que comanda a gestão desde o início da era Bap, concedeu uma entrevista para detalhar as recentes transformações operacionais e apresentar as projeções financeiras ambiciosas para o icônico palco do futebol carioca.
Dutra delineou uma perspectiva de rentabilidade sem precedentes, estimando que o Maracanã poderá gerar um lucro de R$ 30 milhões até o final de 2025. Este valor, segundo a diretoria, representa um incremento de 60,7% em relação ao desempenho esperado para o ano de 2024, sinalizando uma guinada significativa na saúde financeira da operação do estádio.
A Nova Trajetória Financeira do Maracanã
A otimização do contrato de concessão do Maracanã foi um dos pilares para esta projeção otimista. O executivo explicou as mudanças implementadas, destacando a reavaliação da precificação e venda de camarotes, que, por si só, já resultou em um aumento de receita de aproximadamente R$ 30 milhões. Além disso, a revisão do modelo de visitação do estádio também contribuiu para a expectativa de um lucro substancialmente maior no ano corrente.
Em suas palavras, o CEO do Flamengo enfatizou a transformação do estádio em um empreendimento altamente lucrativo:
? Começamos a fazer um trabalho de como melhorar o contrato de concessão do Maracanã. A gente fez uma nova premissa para venda de camarotes e aumentou a receita em torno de R$ 30 milhões. Também refez a visitação do Maracanã e espera esse ano lucro muito maior. Com tudo isso, o Maracanã tornou-se uma empresa bastante rentável e estima que no orçamento de 2025 vai dar um lucro de R$ 30 milhões.
As projeções e as medidas adotadas para alcançar tais resultados podem ser sumarizadas na seguinte tabela:
Indicador Financeiro/Operacional | Detalhe |
---|---|
Lucro Projetado Maracanã (2025) | R$ 30 milhões |
Crescimento de Lucro (2025 vs. 2024) | 60,7% |
Aumento de Receita (Camarotes) | R$ 30 milhões |
Redução Custo Energia Elétrica | 25% |
Redução Contratos Fornecedores (Inicial) | 10% |
Redução Contratos Fornecedores (Adicional) | 20% (em alguns contratos) |
Otimização Operacional e Redução de Custos
A busca por uma gestão mais eficiente não se limitou ao aumento de receitas. Severiano Braga, CEO do Maracanã, revelou que o clube também obteve êxito na contenção de despesas, exemplificando com uma notável redução de 25% na conta de energia elétrica. Adicionalmente, o estádio se prepara para implementar, a partir de setembro, duas salas sensoriais, um avanço em inclusão para atender pessoas com necessidades específicas, como indivíduos no espectro autista.
Paulo Dutra reforçou o compromisso com a otimização contínua, mencionando a revisão minuciosa de todos os aspectos do "match day", desde a precificação dos ingressos até a gestão dos custos de entrada. A negociação com fornecedores também foi um ponto crucial. Inicialmente, houve uma redução de 10% em todos os contratos, com uma nova fase de renegociação visando cortes adicionais de 20% em alguns acordos, demonstrando um foco incisivo na autossuficiência do complexo.
A Ambição dos Naming Rights e os Obstáculos Governamentais
A visão de Dutra para o Maracanã vai além da mera rentabilidade operacional, almejando a plena autossuficiência e a maximização de todas as fontes de receita, incluindo patrocínios e, eventualmente, a comercialização dos "naming rights" do estádio. Essa última ambição, no entanto, enfrenta consideráveis resistências.
O Consórcio Fla-Flu, responsável pela gestão, projeta obter o maior valor de "naming rights" do Brasil, mas a ideia esbarra em objeções por parte do Governo do Estado. Em junho, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, expressou seu ceticismo e as dificuldades inerentes à proposta:
? Até agora não teve conversa alguma. Não obtive resposta, mas já pedi um estudo do edital (de licitação do Maracanã) para ver se isso é possível. Fiquei sabendo pela imprensa. Até agora os clubes não formalizaram. Eu vejo com um pouco de ceticismo e dificuldade pelo fato de o Maracanã ser todo tombado. Tem que ver na legislação. O Maracanã é a casa do futebol brasileiro. Não sei se a torcida se acostumaria a chamar de outro nome. Mas o diálogo está 100% aberto.
A posição do governador sublinha os desafios legais e simbólicos que envolvem a alteração do nome de um patrimônio tão significativo para o futebol brasileiro. Apesar da abertura para o diálogo, a natureza tombada do Maracanã e a forte identificação popular com sua denominação original representam barreiras consideráveis para a concretização dessa ousada iniciativa de monetização.
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