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Justiça Baniu Torcida Jovem do Flamengo: Entenda as Razões e Implicações da Suspensão
Por Redação Flapress em 16/09/2025 19:11
A paisagem dos estádios cariocas testemunha, mais uma vez, uma medida de rigor judicial. Na última terça-feira, dia 16, o Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio de Janeiro proferiu uma decisão que impacta diretamente a Torcida Jovem do Flamengo: a suspensão de sua presença em quaisquer eventos esportivos pelo período de dois anos. Esta determinação surge como consequência da não homologação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) previamente acordado com o Ministério Público.
A retomada das atividades da organizada, ocorrida em 31 de agosto, foi breve e marcada por uma série de acontecimentos que, aparentemente, selaram seu destino judicial.
Impacto Imediato: O Retorno Turbulento e a Nova Proibição
Os episódios subsequentes ao retorno da Torcida Jovem aos estádios foram cruciais para a recente deliberação. Relatos detalham uma sequência de atos que variam desde tumultos generalizados e pichações até vandalismo contra a infraestrutura da Supervia, incluindo invasões à linha férrea. Adicionalmente, foi registrada a tentativa de acesso ao Maracanã por indivíduos sem ingresso e denúncias de roubos a ambulantes no setor Norte do complexo esportivo.
A Polícia Militar, através de seus relatórios, também destacou cenas de 'torcedores' identificados com a camisa da organizada praticando o perigoso 'surf' em ônibus na Cidade de Deus e em Niterói. Conflitos foram igualmente reportados na movimentada Avenida Brasil, nas proximidades de São Cristóvão, evidenciando um padrão de comportamento desordeiro que extrapolou os limites dos estádios.
Escalada da Violência e o Posicionamento das Autoridades
O Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) trouxe à tona outro incidente grave: a agressão a torcedores do Vasco em um estabelecimento na Rua Alfredo Valadão, em Copacabana. Diante do acúmulo de ocorrências, a Justiça encaminhou um ofício à Procuradoria de Tutela Coletiva, detalhando novos episódios de violência que envolviam não apenas a Torcida Jovem, mas também outras facções como a Fúria, a Força Jovem do Vasco e a Jovem do Botafogo, indicando uma preocupação mais ampla com a segurança nos eventos esportivos.
A Controvérsia da Defesa: Perseguição ou Consequência?
Em resposta à decisão, o advogado da Torcida Jovem do Flamengo , Clhysthom Thayllon, manifestou-se, argumentando que a medida judicial configura uma perseguição histórica contra a organizada. Em suas palavras, o advogado detalhou o esforço da entidade em cumprir as exigências das autoridades:
"Durante o ano inteiro fora diversas reuniões com o BEPE com intuito de ajudar a solucionar transtornos e demais situações que fosse prejudicial ao g.r.c. Torcida jovem do Flamengo. Assinamos o TAC e seguimos todas as exigências determinadas. No dia 31 de agosto quando retornamos ao estádio algumas situações ocorreram porém nada fora do normal e a diretoria da torcida conseguiu verificar e ajudar ao BEPE quem praticou atos de vandalismo contudo mesmo cumprindo todas obrigações houve solicitação pelo BEPE a suspensão de 30 dias. Foi aberto vista ao MP para dar um parecer e o mesmo se manifestou pedindo suspensão de 60 dias. Entretanto, sem direito de defesa, saiu a decisão logo após com a decisão de suspensão de 2 anos"
A narrativa da defesa contrasta com o rigor da decisão judicial, levantando questões sobre o processo e a possibilidade de defesa. A suspensão por dois anos, sem a oportunidade de contraditório, é o ponto central da contestação do advogado, que vê na medida uma desproporcionalidade frente aos esforços de colaboração e às ações corretivas internas da torcida.
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