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José Boto: Salário Surpreendente, Regalias e Polêmicas no Flamengo
Por Redação Flapress em 08/07/2025 08:30
O cenário político nos bastidores do Flamengo tem se mostrado cada vez mais efervescente. Desde o revés na disputa do Mundial de Clubes, o diretor de futebol José Boto tem sido o epicentro de uma crescente onda de insatisfação, vinda especialmente de aliados do presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap. Os motivos são claros: seus vencimentos, as escolhas no mercado de transferências e as benesses pessoais que, para muitos, são incompatíveis com o momento e a filosofia do clube, gerando desconforto entre aqueles que apoiaram a atual gestão.
Chama a atenção, em particular, que os rendimentos de Boto hoje superam os do técnico Filipe Luís. Enquanto o comandante da equipe recebe um valor significativamente menor, o dirigente português ainda usufrui de uma série de benefícios custeados pelo clube, incluindo um imóvel na Barra da Tijuca com aluguel estimado em R$ 50 mil, um veículo blindado e a escolta de quatro seguranças. Tal disparidade e os privilégios concedidos intensificaram de forma notável o mal-estar nos corredores da Gávea, fomentando um debate sobre a gestão de recursos.
Privilégios e Salários: O Peso de Boto na Folha Rubro-Negra
Para ilustrar a discrepância de remuneração que tem gerado tantos questionamentos, é fundamental observar os valores envolvidos. A diferença salarial entre o diretor e o técnico é um dos pontos mais sensíveis da atual conjuntura, conforme detalhado abaixo:
Profissional | Posição | Remuneração Comparada |
---|---|---|
José Boto | Diretor de Futebol | Salário Superior |
Filipe Luís | Treinador | R$ 240 mil a menos que Boto |
Além do salário, os encargos adicionais com o diretor são motivo de debate. O custo mensal com o aluguel do imóvel, a manutenção do veículo blindado e o quadro de seguranças representam uma despesa considerável que, para uma parcela da diretoria e dos apoiadores, não se justifica diante do desempenho e das decisões tomadas pelo profissional.
Decisões Controversas no Mercado: As Escolhas de Boto em Xeque
Paralelamente à questão financeira, as decisões tomadas por Boto no departamento de futebol sem um consenso mais amplo têm sido veementemente questionadas. Um episódio emblemático foi a tentativa, que felizmente não se concretizou, de trazer o atacante irlandês Mikey Johnston, do West Bromwich. A negociação foi abortada após forte pressão interna, mesmo com o atleta já tendo viagem marcada para o Rio de Janeiro. A perplexidade de alguns dirigentes foi expressa de forma contundente:
"Quem deixou ele trazer um jogador que ninguém conhece, de 26 anos, que está na Segunda Divisão da Inglaterra?"
Outro ponto de grande sensibilidade envolveu as renovações contratuais de atletas importantes. A extensão do vínculo de Gerson até 2030, por exemplo, trouxe à tona uma redução drástica na multa rescisória, que caiu de 200 milhões de euros para 25 milhões ? valor exato pago pelo Zenit em sua transferência anterior. Uma situação similar foi observada com Erick Pulgar, cuja cláusula de saída foi de ?60 milhões para US$ 6 milhões. Embora a direção, apesar das críticas, tenha considerado os valores aceitáveis, a percepção interna é de que houve uma desvalorização patrimonial.
Futuro Incerto: A Base Rubro-Negra e o Caso Victor Hugo
Ainda na esfera das negociações, o iminente desfecho do caso do jovem Victor Hugo, que estaria a caminho do Famalicão com o Flamengo mantendo apenas 30% dos direitos em futura venda e sem compensação imediata, intensificou ainda mais o desconforto. Essa particularidade na condução das negociações de talentos da base tem sido objeto de vigilância redobrada e de questionamentos sobre a estratégia adotada pelo diretor.
No que tange às categorias de base, as mudanças abruptas também geraram atrito. A saída do técnico Cleber dos Santos, campeão da Libertadores sub-20, e a chegada e posterior saída relâmpago do português Nuno Campos, são exemplos que contribuíram para um ambiente de instabilidade. Tais episódios reforçam a crescente pressão para que o presidente Bap reavalie o grau de autonomia concedido ao diretor de futebol, que parece agir de forma demasiadamente independente.
A Tensão Política Aumenta: O Dilema de Bap e o Futuro da Diretoria
Dessa forma, a cobrança política sobre Luiz Eduardo Baptista atingiu o patamar mais elevado desde o início de sua gestão. O presidente, que nutre a ambição de trazer Jorge Jesus de volta ao comando técnico, se vê em uma encruzilhada, pois o treinador português notadamente não mantém um bom relacionamento com José Boto. Este cenário impõe a Bap a necessidade imperativa de um diálogo franco e de uma redefinição de papéis.
Portanto, o panorama no Flamengo aponta para um período de maior tensão e de escrutínio minucioso sobre cada decisão e movimento da diretoria de futebol. A Gávea se torna um palco de disputas internas, onde a eficiência e a transparência da gestão de José Boto serão constantemente postas à prova, exigindo respostas claras e resultados concretos para aplacar as vozes dissonantes.
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