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Grêmio Ataca Flamengo: Entenda a Polêmica da Libra e o Novo Calendário CBF
Por Redação Flapress em 03/10/2025 19:11
O cenário do futebol brasileiro vive momentos de intensas discussões, tanto no âmbito esportivo quanto no político-financeiro. Recentemente, Alberto Guerra, presidente do Grêmio, manifestou-se sobre duas pautas cruciais que impactam diretamente os clubes: as alterações propostas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no calendário nacional e a complexa disputa envolvendo a Libra e o Flamengo.
A avaliação do dirigente gremista sobre o novo modelo de calendário é majoritariamente positiva. Ele destacou o equilíbrio alcançado entre a necessária redução na quantidade de partidas e a preservação da importância dos campeonatos estaduais, além do papel fundamental das federações locais. Segundo Guerra, as mudanças representam um avanço significativo para o esporte.
A Reconfiguração do Calendário Nacional: A Visão Gremista
Em contato com a imprensa, Guerra expressou sua satisfação com o resultado das negociações. "Foi o melhor que a gente conseguiu chegar, privilegiando todos, sem acabar com nada. Da parte do Grêmio, posso te dizer que a avaliação é que ficou muito bom. Agora, vamos testar", declarou o presidente. Entre as principais inovações, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro passarão a integrar a Copa do Brasil apenas a partir da quinta fase, e as quatro primeiras etapas da competição de mata-mata terão confrontos únicos.
O mandatário tricolor enfatizou que as reivindicações de seu clube foram consideradas no processo de reforma. Ele citou o exemplo emblemático de fevereiro deste ano, quando o Grêmio teve que enfrentar o São Raimundo, em Roraima, pela primeira fase da Copa do Brasil ? uma viagem de quase 10 mil quilômetros de Porto Alegre. "O exemplo do Grêmio foi levado em consideração. Não tem como um clube jogar em Porto Alegre e ir a Roraima, onde tu gasta mais que tu arrecada. Então, privilegiou essa redução de jogos", acrescentou.
O Novo Formato da Copa do Brasil e o Início Antecipado do Brasileirão
Apesar da aprovação geral, a decisão de tornar a final da Copa do Brasil um jogo único gera sentimentos ambíguos em Guerra. "Gosto de receber uma final em casa, é bacana, mas reconheço que para, a organização do evento, possa ser benéfico. Mas que seja compartilhado com os clubes. É bom saber com antecedência onde vai ser, para questões de passagens, logística. É uma pena que não vamos ter mais aqueles festas no nosso estádio como tínhamos antes", ponderou. Essa mudança, embora prática para a organização, retira a emoção de uma decisão em casa para os torcedores.
No que tange à antecipação do início do Campeonato Brasileiro para 28 de janeiro, em meio aos estaduais, o presidente do Grêmio não prevê grandes impactos negativos. Ele ressaltou que a medida pode, inclusive, abrir portas para jovens talentos das categorias de base. "O Grêmio, como todos os clubes, jogava meio de semana e final de semana, igualmente, só que com jogos dos regionais. O Brasileirão, neste ano, vai terminar em 7 de dezembro, para ter férias a partir do dia 8. Vai ter 20 dias para começar todos os trabalhos", explicou. Guerra ainda projetou a possibilidade de utilizar diferentes elencos no início da temporada: "Provavelmente tenha que se jogar com um grupo no início do Brasileiro e outro no estadual, mesclando. A base já tinha e vai ter uma boa oportunidade".
O Embate Bilionário: Grêmio e Libra Contra a Postura do Flamengo
Paralelamente às discussões sobre o calendário, o Grêmio observa com grande atenção os desdobramentos da Libra em relação ao bloqueio de verbas provocado pelo Flamengo . O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a retenção de R$ 77 milhões, montante que corresponde a uma parcela dos lucros de audiência, conforme o acordo firmado entre os clubes da Libra e a emissora Globo. A entidade que representa 16 clubes, incluindo o Grêmio, já apresentou recurso contra a decisão.
Alberto Guerra acompanha de perto as movimentações jurídicas e não descarta a possibilidade de o Grêmio iniciar uma ação individual para reaver seus direitos. Contudo, o clube aguarda os próximos passos do posicionamento coletivo da Libra. O presidente gremista foi enfático em sua crítica à postura do Flamengo : "Ninguém vai levar o Flamengo de barbada. Estamos lutando. Trancaram R$ 77 milhões em um contrato de R$ 6 bilhões. Eles poderiam receber muito mais ali na frente. Estão fazendo um efeito midiático, para a atual gestão questionar um acordo firmado pelo (Rodolfo) Landim", declarou, revelando a tensão nos bastidores da liga.
Os Argumentos do Flamengo e a Reação do Palmeiras na Disputa da Libra
O Flamengo , por sua vez, sustenta que foi prejudicado pelo contrato, assinado em 2024 e com validade até 2029. O compromisso foi firmado por Rodolfo Landim, então presidente do clube. No entanto, seu sucessor na liderança da Libra, Luiz Eduardo Baptista, tem se posicionado contra os termos acordados por Landim e busca uma revisão na distribuição das cotas de televisão dentro da liga, alegando desigualdades.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também se manifestou publicamente sobre o assunto. Em declaração ao ge, ela afirmou que os advogados do clube paulista buscarão indenização na Justiça, classificando a ação do Flamengo como "individualista e predatória". Este cenário jurídico e financeiro promete ser um dos grandes embates do futebol brasileiro nos próximos anos, com implicações significativas para todos os envolvidos.
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