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Fratura de Pedro: Entenda a Lesão, Tempo de Recuperação e Desfalques Cruciais no Flamengo
Por Redação Flapress em 24/10/2025 15:31
Pedro, atacante do Flamengo, está confirmado como desfalque para os próximos compromissos do clube. A notícia, que abala a preparação rubro-negra, decorre de uma fratura no antebraço sofrida durante a semifinal da Libertadores contra o Racing, na última quarta-feira (22). A lesão, que afeta a ulna ? um dos ossos da região ?, demanda um período de imobilização e observação que pode se estender por várias semanas, com a consolidação óssea levando até um mês e meio.
A ausência do centroavante é particularmente sentida em um momento crucial da temporada, com o Flamengo enfrentando desafios decisivos, incluindo o embate de volta pela Libertadores. A cautela médica é imperativa, e o clube adota uma postura de prudência diante dos riscos de um agravamento da condição, que poderia, inclusive, exigir uma intervenção cirúrgica.
A Fratura da Ulna: Detalhes da Lesão de Pedro
Para compreender a natureza da lesão de Pedro , é fundamental entender a estrutura do antebraço. Esta seção do membro superior, localizada entre o cotovelo e o punho, é composta por dois ossos longos e dispostos paralelamente: o rádio, situado no lado do polegar, e a ulna, no lado do dedo mínimo. A interação desses ossos é vital para os movimentos de rotação da mão, permitindo girar a palma para cima ou para baixo. Assim, uma fratura nessa região pode comprometer um ou ambos os elementos.
O laudo médico que avaliou o caso de Pedro revelou um trauma direto na face ulnar, sem, contudo, apresentar um desvio significativo. Segundo o Dr. Renato Moretto, ortopedista do Hospital Ortopédico AACD, esse diagnóstico aponta para uma fratura parcial, indicando que a força do impacto não foi suficiente para comprometer o rádio.
Essa condição, também conhecida como "fratura bastão", é tipicamente resultado de um trauma direto, um cenário comum em modalidades esportivas de contato, como o futebol. Pedro lesionou-se nos instantes iniciais do segundo tempo do confronto contra o Racing, após um choque com o volante Sosa em uma disputa de bola. O atacante, ao estender o braço para se proteger, acabou levando a pior.
O Dr. Marcelo Nogueira Kokis, médico ortopedista e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), esclarece que as fraturas de antebraço frequentemente resultam de impactos severos, como acidentes. No contexto esportivo, essas lesões são eventuais e, geralmente, manifestam-se como fraturas isoladas da ulna. O Dr. Moretto detalha as causas mais comuns no futebol:
- Choque direto do antebraço contra outro jogador ou chute;
- Torção forçada do antebraço durante disputa de bola;
- Trauma de alta velocidade, como choque com o chão ou a trave.
Tratamento e Prognóstico: O Caminho para a Recuperação
O protocolo de tratamento e o período de recuperação para uma fratura de antebraço são variáveis, dependendo da tipologia e do alinhamento da lesão. Em quadros sem desvio, como o observado em Pedro , a abordagem é conservadora. Isso implica na imobilização do membro por meio de gesso, órtese ou tala, por um período que oscila entre quatro e oito semanas.
| Etapa | Duração Estimada (Semanas) |
|---|---|
| Imobilização no cotovelo | 4 a 8 |
| Consolidação óssea | 6 a 8 |
| Retorno ao esporte competitivo | 6 a 10 |
A consolidação óssea em fraturas sem desvio costuma se concretizar em um prazo de seis a oito semanas. O retorno à atividade competitiva, por sua vez, geralmente ocorre entre seis e dez semanas, condicionado à plena recuperação da força, mobilidade e confiança funcional do atleta. O Dr. Moretto ressalta que "Esse tempo pode ser maior se houver retardo de consolidação."
Primariamente, não há indicação cirúrgica para o caso de Pedro . Tal procedimento é reservado para situações específicas, como a presença de desvio significativo, instabilidade óssea ou comprometimento de ambos os ossos do antebraço. Importante salientar que a intervenção cirúrgica não acelera o processo de consolidação óssea, mas garante a estabilização e o posicionamento adequados para que o corpo execute a reparação de forma natural.
Em se tratando de atletas profissionais, o Dr. Renato Moretto observa que, por vezes, "indicações mais agressivas no tratamento cirúrgico ocorrem com o intuito de permitir o retorno precoce às atividades físicas e evitar perda de condicionamento, mas isso depende de cada caso." Contudo, no presente cenário, o caminho conservador é o escolhido.
O Dilema de Jogar com a Lesão: Riscos e Precauções
Dada a localização da fratura em um membro superior ? menos exigido no futebol ?, muitos torcedores questionam a possibilidade de Pedro atuar com o braço imobilizado. Contudo, a equipe médica adverte para os riscos inerentes a tal decisão. Pedro faz uso considerável dos braços para proteção de bola e execução de pivôs, e uma exposição precoce em campo poderia agravar severamente a lesão.
As regras da Fifa permitem o uso de proteções acolchoadas e leves em diversas partes do corpo, incluindo o braço, desde que não representem perigo para outros jogadores. Embora Pedro pudesse, teoricamente, utilizar uma proteção de polipropileno adaptada, essa possibilidade estaria condicionada à liberação médica e a uma fase avançada de consolidação.
O Dr. Renato Moretto enfatiza que "Durante o período de consolidação óssea, o retorno é gradual e monitorado por uma equipe multidisciplinar ? médico, fisioterapeuta, preparador físico e técnico. As etapas se mesclam para permitir o retorno mais precoce possível, mas a consolidação da ulna exige, no mínimo, seis semanas."
Para o Dr. Marcelo Nogueira Kokis, a antecipação do retorno é perigosa:
"Na prática esportiva, especialmente no futebol, dificilmente um jogador com fratura de ulna ou rádio consegue atuar. Além da dor, há o risco de a fratura incompleta se tornar completa ou, se for sem desvio, passar a ter desvio. E, nesse caso, o tratamento passa a exigir cirurgia, com fixação por placa e parafusos."
Kokis sublinha a indispensabilidade do período de imobilização e afastamento, embora o atleta possa manter o condicionamento físico através de exercícios específicos. "Isso não impede treinos de musculação ou atividades aeróbicas leves. O que deve ser evitado é qualquer esporte de contato, porque uma nova queda ou impacto pode transformar uma fratura simples em uma lesão muito mais grave", conclui o especialista.
A postura do Flamengo reflete essa cautela. O acompanhamento radiográfico contínuo é fundamental para assegurar a consolidação óssea sem encurtamento ou rotação anormal, conforme apontado pelo Dr. Moretto. A prioridade é a recuperação plena do atleta, garantindo seu retorno em condições ideais e minimizando riscos futuros.
Em suma, a ausência de Pedro representa um desafio tático considerável para o Flamengo . A lesão, embora não exija cirurgia imediata, impõe um rigoroso calendário de recuperação que forçará o clube a buscar alternativas para seus próximos confrontos.
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