Flamengo: Virada Magnífica Contra Corinthians Consolida Liderança Absoluta no Brasileirão

O confronto entre Corinthians e Flamengo, pela 25ª rodada do Brasileirão 2025, ilustrou a capacidade do Mais Querido de transcender adversidades. O que se viu no primeiro tempo foi uma equipe rubro-negra irreconhecível, marcada pela desorganização tática. Contudo, na etapa complementar, o time de Filipe Luís orquestrou uma retomada de controle com notável eficiência, culminando em uma virada por 2 a 1. Este resultado não apenas consolidou a liderança do Flamengo no Campeonato Brasileiro, mas também reforçou sua posição como um dos principais candidatos ao título.

A intensa jornada da quinta-feira anterior, contra o Estudiantes pela Libertadores, impôs ao técnico Filipe Luís a necessidade de rotacionar o elenco, promovendo cinco alterações na equipe titular. Royal, Viña, De la Cruz, Carrascal e Bruno Henrique foram as novidades. A principal aposta do treinador foi a escalação de Carrascal em uma função geralmente ocupada por Plata ou Luiz Araújo. Embora o colombiano tenha se revelado um dos grandes destaques da partida, sua influência demorou a se manifestar no decorrer do jogo.

A dificuldade inicial do Flamengo em neutralizar a saída de bola do Corinthians foi um fator determinante. Com Raniele se aproximando dos zagueiros, o adversário formou um trio defensivo que conseguiu orquestrar a posse de bola sem ser efetivamente pressionado pelos atacantes rubro-negros. A desarticulação na marcação permitiu ao time paulista superar a primeira linha de defesa com facilidade e explorar os espaços nas costas dos defensores cariocas, gerando volume de jogo e criando perigo constante.

A Desconexão Tática Inicial e a Resiliência Rubro-Negra

A análise pós-jogo de Filipe Luís sobre os momentos iniciais foi incisiva:

? Não controlamos a profundidade e foi o que eles exploraram com bola nas costas da nossa linha defensiva e acabaram machucando bastante a nossa defesa. Fomos mal nesses primeiros minutos ? analisou Filipe Luís.

De fato, raramente o Flamengo apresentou um primeiro tempo tão desajustado taticamente na Neo Química Arena. A equipe não conseguiu se encontrar em campo, posicionando-se de maneira inadequada e sendo forçada a perseguir o Corinthians por grande parte dos 40 minutos iniciais. A notável desconexão entre os jogadores rubro-negros, no entanto, não se traduziu em um prejuízo maior devido à ineficácia do Corinthians em converter seu volume em gols.

A oportunidade mais clara do Corinthians surgiu aos 13 minutos, quando Yuri Alberto cobrou um pênalti de "cavadinha" diretamente nas mãos de Rossi, que defendeu a bola sentado, demonstrando frieza. O goleiro do Flamengo teve uma atuação crescente, enquanto o atacante corintiano acumulou chances desperdiçadas, chegando à área em boas condições pelo menos três vezes sem conseguir concluir com êxito. Os desafios do Fla no flanco direito da marcação facilitaram as investidas adversárias, com Carrascal ainda se adaptando à nova função ofensiva, deixando os defensores sobrecarregados e permitindo a Yuri Alberto explorar aquele setor.

Se a equipe rubro-negra falhou na pressão sem a posse de bola, com a bola nos pés o desempenho do Flamengo também foi inexpressivo. Arrascaeta e Saúl tiveram pouca participação no jogo e, quando acionados, cometeram erros de passe que interromperam as transições ofensivas.

Foto: (Miguel Schincariol/Getty Images)

A Virada de Chave: Ajustes Estratégicos e a Retomada do Controle

O técnico Filipe Luís reconheceu as dificuldades e a posterior melhora:

? A frustração por não poder recuperar a bola fazia com que nossa posse também fosse ruim por erros técnicos, erros individuais, pela perna pesada, pelo desgaste de correr para trás. A partir da correção, passamos a controlar melhor e, nos últimos minutos, fomos melhor do que quando começamos ? avaliou o treinador rubro-negro.

Essa mudança de cenário ficou evidente na estatística de finalizações. Das cinco tentativas do Flamengo no segundo tempo, quatro foram registradas após os 40 minutos. Arrascaeta e Samuel Lino, em particular, criaram boas oportunidades. A transformação teve início com os ajustes de Filipe Luís na pressão sobre a saída de bola do Corinthians e na movimentação do trio de ataque. Lino, por exemplo, começou a liberar o corredor e a se deslocar para o centro, abrindo espaços cruciais para a criação ofensiva rubro-negra.

Mesmo após o gol de Yuri Alberto no primeiro minuto da segunda etapa, o Flamengo não se desestabilizou. Pelo contrário, manteve a evolução em seu desempenho, capitalizando a superioridade técnica do elenco com as substituições inteligentes de Filipe Luís . A equipe conseguiu encaixar a pressão na saída de bola do Corinthians, dificultando a vida dos zagueiros adversários, aumentou a troca de passes e aprimorou a movimentação ofensiva. O mais importante foi a reativação de Arrascaeta e Carrascal, que passaram a ser protagonistas no jogo.

Desempenho em Números: Uma Análise Comparativa

A diferença na postura e na eficiência do Flamengo entre as duas etapas pode ser ilustrada pelos dados de finalizações: