Reformulação no Flamengo: Bap assume controle e redefine contratações

Nova Gestão no Futebol Rubro-Negro

O Flamengo, sob a liderança de Rodolfo Landim, realizou 39 contratações distintas ao longo de seis anos, investindo mais de R$ 1,3 bilhão. A estrutura organizacional do clube passou por diversas alterações nesse período. Agora, com a chegada de Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, o clube pretende implementar uma mudança radical na forma como define seus reforços para o elenco.

Durante a gestão de Landim, algumas contratações marcaram época, enquanto outras caíram no esquecimento. No total, foram 41 contratações, considerando que Gerson e Michael tiveram duas passagens pelo clube. O meio-campista foi contratado inicialmente em 2019 e retornou em 2023, enquanto o atacante chegou em 2020 e voltou em 2024.

O Fim do "Conselhinho" e a Centralização das Decisões

As decisões sobre contratações passaram por diferentes mãos e sofreram alterações nos dois mandatos de Landim. Na fase final, Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e Bruno Spindel, diretor executivo, eram as figuras centrais. Eles analisavam os nomes indicados pelo departamento de scout do clube, discutiam com o treinador e o presidente, e, por fim, concretizavam as contratações. Era comum que a dupla viajasse para a Europa com o intuito de fechar acordos pessoalmente.

Um Conselho de Futebol, apelidado de "conselhinho", sempre esteve presente para auxiliar no processo de indicação de jogadores. Na etapa final, Braz e Landim contavam com o apoio de Diogo Lemos (VP de gabinete), Reinaldo Bellotti (CEO do clube), Bernardo Amaral (VP de planejamento) e José Luiz Correa (Comissão de Finanças do Conselho Deliberativo).

A formação inicial do conselho, em 2019, era bem diferente. Além de Braz e Landim, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, Dekko Roisman, Fabio Palmer e Diogo Lemos integravam o grupo. Felipe Bueno também fez parte em 2022, mas se desligou por conta de sua ligação com Bap.

Críticas e Rupturas Internas

O "conselhinho" foi alvo de críticas desde sua criação, principalmente por ser formado por pessoas sem experiência profissional no futebol tomando decisões cruciais. A ideia era auxiliar o departamento de futebol, mas as divergências na condução da pasta geraram conflitos internos, culminando na ruptura entre Landim e Bap.

Novo Modelo de Gestão e a Chegada de José Boto

Bap prometeu que durante seu mandato o "conselhinho" não existirá mais. Ele está implementando uma reformulação geral no departamento de futebol. A mudança mais relevante é o enfraquecimento da figura do vice-presidente de futebol. Embora o estatuto do clube preveja a existência de 19 vice-presidências, Bap não quer que essa pessoa seja a responsável pelo departamento. A intenção é que o vice-presidente apenas estabeleça as diretrizes, sem interferir na execução do trabalho dos profissionais contratados.

José Boto será o principal nome no futebol rubro-negro. Ele chega para assumir as decisões e, ao lado do técnico Filipe Luís, atuar no mercado de transferências. Bruno Spindel ainda poderá permanecer no clube, mas com uma participação reduzida no dia a dia. Boto traz consigo um auxiliar e um chefe de scout.