Flamengo na ONU: Arnaldo Ribeiro Desvenda a Polêmica da "Soberba Clubística"

Em uma iniciativa que eleva o debate sobre identidade clubística para a esfera global, o Clube de Regatas do Flamengo formalizou um pedido à Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é obter o reconhecimento de sua vasta torcida como a primeira "Nação simbólico-cultural" do mundo, um movimento que, embora ambicioso, já repercute intensamente no cenário esportivo nacional.

Entre as vozes que prontamente se manifestaram sobre a proposta, destaca-se a do jornalista Arnaldo Ribeiro. Durante sua participação em um programa da Band, Ribeiro não hesitou em classificar a audaciosa requisição rubro-negra como um exemplo de "soberba clubística".

O comentarista aprofundou sua perspectiva, sugerindo que a busca por uma distinção tão singular pode, paradoxalmente, gerar um efeito de afastamento em vez de aproximação. Sua análise crítica sobre a pretensão do Flamengo foi expressa com clareza:

"Aquela coisa de ser maior que os outros, ou de sentir maior que os outros, é uma certa soberba clubística, e não acho que não é mensurado apenas com o número de torcedores e tal. Mas enfim, eu nunca entendo isso quando o público toma essa iniciativa popular. Quando ele pretende se separar e ser uma coisa única e não admirada pelos outros. Isso afasta outras pessoas, ao invés de aproximar outras pessoas", disse.

A Visão Crítica: "Soberba Clubística" em Debate

Para Ribeiro, a verdadeira grandiosidade de um clube não se mede exclusivamente pela quantidade de seus seguidores. A tentativa de se posicionar como uma entidade única e descolada das demais, segundo ele, pode gerar um efeito reverso, criando barreiras em vez de pontes com outros apaixonados por futebol, e levantando questionamentos sobre a percepção de si mesmo por parte da instituição e de seus torcedores.

Independentemente da interpretação sobre a iniciativa junto à ONU, a dimensão da torcida do Flamengo é um fato inquestionável. Recentes levantamentos confirmam o domínio rubro-negro no panorama nacional. Uma pesquisa atualizada no final de julho, encomendada aos institutos Ipsos-Ipec em colaboração com o jornal O Globo, reafirmou a liderança do clube carioca, considerando não apenas o volume, mas também o grau de fanatismo e engajamento dos torcedores.

Os dados revelam que o Rubro-Negro mantém uma vantagem considerável sobre seus rivais. Confira a distribuição percentual das maiores torcidas do Brasil:

Foto: (Paula Reis/Flamengo)

A Inquestionável Força da Nação Rubro-Negra

Este estudo, realizado entre 5 e 9 de junho de 2025, aponta para um aumento significativo na diferença entre os dois clubes, que saltou de 6,3 para 9,3 pontos percentuais desde a última medição em 2022. No cenário regional do Rio de Janeiro, a supremacia flamenguista é ainda mais acentuada. A distância para o segundo colocado, o Vasco da Gama, atinge quase 20%, com os vascaínos alcançando 3,4% do total.

A controvérsia gerada pelo pedido do Flamengo à ONU, portanto, transcende a mera formalidade burocrática. Ela instiga uma reflexão mais profunda sobre a identidade dos grandes clubes, a percepção de sua própria magnitude e o impacto de suas ações na dinâmica do futebol e na relação com outras torcidas. A discussão levantada por Arnaldo Ribeiro coloca em pauta o limite entre o orgulho legítimo e aquilo que pode ser interpretado como um excesso de autoconfiança no universo esportivo.