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Flamengo: Mitos e Verdades sobre Gols e Queda no Segundo Tempo

Por Redação Flapress em 15/08/2025 04:10

A percepção de que o Flamengo experimenta uma notável queda de rendimento na etapa final de suas partidas tem ganhado força entre a torcida, impulsionada por debates acalorados nas redes sociais e até mesmo por memes que comparam a atuação da equipe sob diferentes comandos técnicos. Contudo, uma análise rigorosa dos dados revela uma realidade que, em certos aspectos, diverge do senso comum. Conforme observado por Arthur Muhlenberg, em referência a certas reclamações: "Isso não existe". Longe de ser um time que concentra sua produção ofensiva no primeiro tempo, o Rubro-Negro demonstra uma capacidade de balançar as redes que se acentua na fase complementar dos confrontos, ao contrário do que muitos imaginam.

Onde o Flamengo Brilha Mais: Uma Análise dos Gols

Um levantamento detalhado dos 79 tentos assinalados pelo elenco principal do Flamengo nesta temporada, desconsiderando os oito gols marcados pela equipe sub-20 no Campeonato Carioca, desmistifica a teoria de que o time é mais efetivo nos 45 minutos iniciais. Os números são inequívocos: a equipe tem sido significativamente mais prolífica após o intervalo. Antes da Copa do Mundo de Clubes, por exemplo, o Rubro-Negro havia construído uma marca de 26 gols no primeiro tempo contra 42 no segundo. Essa proporção se manteve em um recorte mais recente, após o retorno dos Estados Unidos, com quatro gols na etapa inicial e sete na metade final dos jogos.

A tabela a seguir consolida o desempenho ofensivo do Flamengo ao longo da temporada, evidenciando a distribuição dos gols por período de jogo:

Etapa da Partida Gols Marcados (Total Temporada)
Primeiro Tempo 30
Segundo Tempo 49

A Flutuação de Produtividade: Um Olhar Recente

Apesar de o histórico de gols favorecer a segunda etapa, a sensação de um decréscimo na performance não é totalmente infundada. Ela se manifesta de maneira mais acentuada em um recorte específico dos confrontos mais recentes, onde o Flamengo tem exibido uma diminuição no volume de finalizações e, consequentemente, uma maior vulnerabilidade defensiva na etapa complementar. Nas últimas cinco partidas disputadas, por exemplo, o time só conseguiu balançar as redes uma única vez no segundo tempo, enquanto a quantidade de conclusões a gol da equipe rubro-negra diminuiu, e a dos adversários, por sua vez, aumentou.

Em confrontos chave, como a derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG no Maracanã pela Copa do Brasil, o Flamengo registrou nove finalizações no primeiro tempo, mas apenas oito no segundo. O Galo, em contraste, elevou suas tentativas de cinco para oito após o intervalo, culminando no gol da vitória. No empate em 1 a 1 com o Ceará no Castelão, o Rubro-Negro viu suas finalizações caírem de oito para seis, enquanto o adversário cearense subiu de duas para sete, alcançando o gol que garantiu a igualdade. Na partida de volta contra o Atlético-MG, na Arena MRV, o Flamengo dominou o primeiro tempo com 10 finalizações, mas reduziu para seis no segundo, enquanto o Galo aumentou de sete para 11, levando a decisão para os pênaltis, onde sagrou-se vitorioso.

Mesmo em vitórias, a tendência se manteve. No triunfo por 2 a 1 sobre o Mirassol, no Maracanã, o Rubro-Negro finalizou 13 vezes na primeira etapa e 11 na segunda. O time paulista, por sua vez, elevou suas finalizações de cinco para oito no segundo tempo, inclusive marcando um gol. Mais recentemente, na vitória por 1 a 0 sobre o Internacional pela Libertadores, as finalizações do Flamengo despencaram de nove para apenas duas no segundo tempo, enquanto as do Colorado aumentaram de uma para quatro. Apesar de não ter sofrido grandes sustos, a equipe não conseguiu ampliar a vantagem para o jogo de volta.

As Razões por Trás da Variação de Intensidade

A explicação para essa oscilação de desempenho na segunda etapa raramente se resume a um fator isolado. O cansaço físico emerge como uma causa óbvia. O Flamengo , em sua essência, busca impor um ritmo de jogo intenso desde o apito inicial, um nível de energia que é praticamente insustentável de ser mantido por 90 minutos, mesmo para equipes historicamente dominantes, como o time de 2019 sob o comando de Jorge Jesus.

Conforme observado pelo zagueiro Léo Pereira, em uma de suas declarações pós-jogo:

Acredito que se passa muito pelo desgaste dos nossos atacantes, que fazem um esforço muito grande pela equipe. Mas a equipe do outro lado tem grandes jogadores também e tentam fazer jogadas e gols. Isso é normal, em algum momento você vai sofrer, não vai ser todo jogo que vamos ter 100% do controle, até porque não jogamos contra cone (risos). É entender essa fase do jogo e saber sofrer também e depois atacar

Dentro da temática do desgaste, outras variáveis se somam, como a ausência de jogadores-chave que impedem uma rotação mais ampla do elenco? a dupla de zaga composta pelos Léos, Ortiz e Pereira, que atuou oito jogos consecutivos por 90 minutos, é um exemplo claro. Sacrifícios táticos na marcação, como Pedro recuando para auxiliar na lateral no segundo tempo contra o Mirassol, podem levar à exaustão, comprometendo a capacidade do jogador de participar ativamente das jogadas ofensivas posteriormente. Além disso, substituições que por vezes chegam tardiamente podem impedir a renovação do fôlego da equipe no momento certo.

O mérito do adversário também é um componente crucial. Quando um time se encontra em desvantagem no placar, é natural que o técnico realize ajustes no intervalo, alterando a estratégia para tentar surpreender o Flamengo . Em muitas ocasiões, tanto a comissão técnica quanto os próprios jogadores só conseguem decifrar a nova dinâmica do oponente com a bola rolando, o que pode atrasar a adaptação em campo. Como bem pontuou o comentarista Carlos Eduardo Mansur, do Grupo Globo, ao analisar o confronto contra o Internacional:

Tem algumas hipóteses, e a maior delas é: o Inter muda sua forma de encarar o jogo, sem a bola passa a fazer pressão na saída de bola, o que conseguiu incomodar o Flamengo . No primeiro tempo não que não tenha incomodado, ele praticamente não tentou. Defendia muito da sua intermediária para trás, dando aos defensores do Flamengo mais tempo com a bola para, a partir daí, se organizar ofensivamente. Ao se estabelecer mais tempo no campo de ataque, isso dificulta um pouco.

Outra questão que pode ser uma hipótese: o Flamengo é um time que muitas vezes tenta impor um ritmo muito alto, amassar e empurrar os adversários para trás. É possível, dentro do que é o calendário do futebol brasileiro, que isso cobre o preço em relação à pressão. O Flamengo chegava atrasado no segundo tempo, quando tentava pressionar os volantes do Inter. Acho que é um pouco de tudo, queda física e técnica e uma mudança do Inter.

Perspectivas Futuras: O Caminho para a Consistência

A vitória por 1 a 0 sobre o Internacional na Libertadores oferece ao Flamengo a vantagem de jogar pelo empate no Beira-Rio para avançar na competição. Antes disso, as duas equipes se reencontram no mesmo estádio pelo Campeonato Brasileiro. A busca pela vitória para manter a liderança isolada da Série A é imperativa. Independentemente do momento em que os gols são marcados, seja no primeiro ou no segundo tempo, a consistência na performance ao longo dos 90 minutos será fundamental para o Rubro-Negro atingir seus objetivos e consolidar sua posição como protagonista no cenário nacional e continental.

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Camila

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Comentado em 15/08/2025 08:50 Mano, querer gol todo segundo tempo só pq meme? Flamengo é brabo 90 min, kkkkk
Bruno

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Comentado em 15/08/2025 07:20 Time tem raça demais, só falta melhorar a pegada depois do intervalo, tamo junto!
Matheus

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Comentado em 15/08/2025 05:41 Segundo tempo tá em digestão, vamo que vamo rs
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