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Flamengo: Indenização por Agressão a Atleta no Judô – Detalhes da Condenação
Por Redação Flapress em 21/10/2025 19:02
O Club de Regatas do Flamengo foi recentemente alvo de uma decisão judicial que o obriga a indenizar um jovem atleta. O incidente, ocorrido em 2022 nas instalações do clube, envolveu um adolescente, então com 14 anos, que teria sido vítima de agressões por colegas durante um ritual conhecido como "batizado" na equipe de judô. A condenação levanta importantes questionamentos sobre a segurança e o ambiente de formação de atletas em instituições de grande porte.
A situação foi inicialmente registrada em 19 de março de 2022, com a ocorrência formalizada na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha, e posteriormente encaminhada para a 15ª DP, localizada na Gávea, bairro onde se situa a sede rubro-negra. Os registros policiais, aos quais veículos de imprensa tiveram acesso, descrevem lesões resultantes de "ação contundente", detalhadas pela própria vítima no inquérito como enforcamento com quimono, obstrução do nariz, tapas e chutes.
O suposto agressor foi identificado como Daniel Nazaré, um judoca de 21 anos, residente em Nova Iguaçu. O laudo do exame de corpo de delito, emitido pelo Instituto Médico Legal, corrobora as informações do registro, apontando que "um outro atleta começou a fazer brincadeiras agressivas como tapas no rosto, apertando o nariz, enforcando, no dia 17.03.2022", enfatizando que o episódio ocorreu dentro das dependências do clube.
Detalhes da Agressão e as Provas no Processo
A vítima, que pratica judô desde os três anos de idade e treina no Flamengo desde os cinco, já possuía a faixa roxa. Devido ao seu avanço na arte marcial, era comum que treinasse com atletas mais experientes e graduados. O jovem declarou que já conhecia Daniel Nazaré, que detém a faixa preta, e que já havia treinado com ele em diversas ocasiões. Um trecho do registro da ocorrência detalha a "lesão corporal provocada por socos, tapas e pontapés", mencionando que o atleta quase chegou a perder a consciência durante os atos violentos.
As evidências médicas corroboram a gravidade das agressões. O exame de corpo de delito detectou as seguintes lesões:
| Tipo de Lesão | Localização | Dimensões | Observação |
|---|---|---|---|
| Equimose arroxeada | Ponta do nariz à esquerda | 10mm x 10mm | |
| Escoriação | Região temporal esquerda | 10mm x 10mm | Com crosta hemática |
Após as agressões, o atleta foi prontamente atendido no Hospital Getúlio Vargas, conforme indicado no laudo do exame de corpo de delito. Uma tomografia computadorizada foi realizada no atendimento, não revelando alterações significativas. O documento médico foi assinado por Ana Carolina Braz de Lima.
A Decisão Judicial e a Responsabilidade Institucional
A condenação do Flamengo , divulgada inicialmente pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, estabelece uma indenização de R$ 6 mil. A decisão foi proferida pela 18ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio, que deliberou por unanimidade. O entendimento da corte foi que o clube falhou em seu dever de zelar pela segurança e bem-estar de seus atletas, especialmente os menores de idade. A instituição ainda possui a prerrogativa de recorrer da determinação.
O desembargador Paulo Wunder, relator do caso, expressou em seu voto a expectativa que se tem de uma entidade esportiva:
"O que se espera do clube e de seus funcionários é que cumpram o contrato cuidando de seus atletas de maneira profissional e humana ? ainda mais o Flamengo, referência na formação de atletas olímpicos"A fala do relator ressalta a importância da responsabilidade e do cuidado que clubes de alto rendimento devem ter com seus jovens talentos.
O Posicionamento do Flamengo e as Implicações Futuras
Questionado sobre a decisão, o Club de Regatas do Flamengo comunicou que acatará a determinação judicial. Em nota oficial, o Rubro-Negro reiterou seu repúdio a qualquer forma de violência, com especial atenção aos casos que envolvem menores de idade. O clube também informou que "apurará responsabilidades e intensificará campanha educativa entre seus atletas e funcionários".
Este episódio serve como um lembrete contundente da vigilância constante que se exige de grandes instituições esportivas. A proteção dos jovens atletas, tanto física quanto psicológica, deve ser uma prioridade inegociável, garantindo que o ambiente de desenvolvimento esportivo seja sempre seguro e propício ao crescimento humano e profissional.
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