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Flamengo Cede Empate ao Ceará: Morosidade Tática Custa Vantagem no Brasileirão
Por Redação Flapress em 03/08/2025 20:41
A liderança do campeonato foi preservada, apesar do empate em 1 a 1 com o bem-postado Ceará, em confronto realizado neste domingo à noite, no Castelão. Contudo, o desempenho do Flamengo gerou insatisfação entre sua apaixonada torcida. Embora a equipe tenha controlado as ações no primeiro tempo e inaugurado o marcador, a gestão do ritmo de jogo se revelou uma característica marcante da exibição, cobrando um preço elevado na etapa complementar.
O Vozão demonstrou uma clara evolução após as alterações táticas promovidas no intervalo, adquirindo maior poderio ofensivo e uma postura mais incisiva. Em contrapartida, a reação rubro-negra mostrou-se inconsistente, resultando na perda gradual do controle do embate. Pelo lado flamenguista, Arrascaeta encerrou um jejum de cinco rodadas sem balançar as redes no Campeonato Brasileiro, mas foi substituído no intervalo, queixando-se de desconforto na coxa. Uma notícia preocupante para o Rubro-Negro. O gol do time cearense foi assinalado por Pedro Raul.
Formações Táticas: Os Onze Iniciais em Campo
A estratégia adotada pelos treinadores foi um ponto crucial na partida. Léo Condé, comandante do Ceará, manteve a base vitoriosa do confronto anterior contra o Cruzeiro, reforçando o setor de meio-campo com a presença de três volantes: Richardson, Lourenço e Dieguinho. Lucas Mugni permaneceu como opção no banco. Na linha defensiva, Marllon, poupado na rodada anterior, reassumiu sua posição, ocupada previamente por Marcos Victor.
Do lado carioca, Filipe Luís enfrentou desfalques importantes, como Pedro e Wallace Yan, e optou por preservar Luiz Araújo, que sequer foi incluído entre os relacionados. Emerson Royal e Samuel Lino fizeram sua estreia como titulares. Nomes como Bruno Henrique, Jorginho, Alex Sandro e Arrascaeta retornaram à equipe principal. Plata foi escalado para atuar na ponta-direita.
Para maior clareza sobre as escalações, observe os detalhes na tabela a seguir:
Ceará (Léo Condé) | Flamengo (Filipe Luís) |
---|---|
Esquema: Povoou o meio com 3 volantes | Retornos: Bruno Henrique, Jorginho, Alex Sandro, Arrascaeta |
Volantes: Richardson, Lourenço, Dieguinho | Estreias como titulares: Emerson Royal, Samuel Lino |
Zagueiro: Marllon (retomou posição) | Posição de Plata: Ponta-direita |
Banco: Lucas Mugni | Desfalques/Preservados: Pedro, Wallace Yan, Luiz Araújo |
O Domínio Rubro-Negro e a Abertura do Placar
Conforme o script previsto, o Flamengo ditou o ritmo do jogo, assumindo o controle da posse de bola no gramado do Castelão. O Ceará, por sua natureza reativa frente a oponentes de maior calibre técnico, optou por retrair suas linhas de marcação, buscando anular os espaços do Rubro-Negro. A intenção era explorar transições rápidas pelos lados com Pedro Henrique e Galeano, mas essa estratégia se concretizou apenas uma vez. Em uma rara oportunidade, Pedro Henrique recebeu um lançamento de Lourenço após uma perda de bola de Léo Pereira no campo de ataque, invadiu a área e finalizou cruzado, exigindo defesa de Rossi. A carência de apoio para o camisa 7 do Vozão nos contra-ataques foi uma das dificuldades do time alvinegro antes do intervalo, que, ao marcar de forma muito recuada, recuperava poucas bolas em zonas que favorecessem a rápida ofensiva.
Na fase ofensiva, a intenção do Ceará era lançar bolas longas para Pedro Raul, buscando duelos aéreos contra Léo Ortiz e Léo Pereira . Quando os donos da casa recuperavam a posse, a ideia era acionar rapidamente os pontas ou laterais para cruzamentos na área, mas essa abordagem não gerou frutos. O Ceará se viu encurralado por um adversário que sequer precisou imprimir intensidade máxima em suas ações.
O Flamengo , por sua vez, demonstrou um controle deliberado sobre o ritmo da partida. Evitou forçar jogadas ou conduções de bola contra a compacta defesa cearense, buscando não conceder as transições rápidas que o oponente tanto almejava. Pela direita, Emerson Royal atuou com liberdade, construindo boas triangulações com Plata, que alternava sua posição de ataque, ora entre Matheus Bahia e Willian Machado, ora mais aberto. Na ala esquerda, Samuel Lino proporcionava amplitude, enquanto Alex Sandro oferecia apoio por trás da linha da bola. Jorginho destacou-se como um dos jogadores mais produtivos do meio-campo rubro-negro.
Embora a equipe tenha, por vezes, confundido paciência com lentidão, passando mais de vinte minutos sem criar perigo real ao goleiro Bruno Ferreira, os dois momentos de maior criatividade na primeira etapa evidenciaram a superioridade da estratégia flamenguista. Arrascaeta , em particular, levou vantagem sobre Richardson, que frequentemente tardava em compreender os movimentos do camisa 10 entre as linhas adversárias. Recebendo de Jorginho na intermediária, o uruguaio serviu Plata na jogada mais promissora dos cariocas nos primeiros minutos. Pouco depois, cobrou uma falta perigosa que passou por cima, e em seguida, concretizaria o gol que deu a vantagem provisória. Ele finalizou dentro da área, após assistência de Plata, que apenas escorou um belíssimo passe aéreo de Léo Ortiz . Essa foi uma rota de ataque consistentemente explorada pelo Mais Querido. O Ceará exercia pouca pressão sobre os zagueiros e sobre Jorginho, que recuava para escapar da marcação de Dieguinho e Lourenço, concedendo, inadvertidamente, espaços nas costas da defesa para passes em profundidade ? uma combinação desastrosa.
O Alerta da Lesão e as Mudanças de Rumo
Além do tento de Arrascaeta , seu décimo na competição, o Flamengo ainda criou outras três oportunidades claras de gol nos instantes finais da primeira etapa. Bruno Henrique , Emerson Royal e o próprio Arrascaeta estiveram próximos de ampliar o placar. Contudo, o uruguaio foi substituído no intervalo, dando lugar a Saúl, após sentir um desconforto na parte posterior da coxa esquerda ao término do primeiro tempo. Com essa alteração, Plata foi deslocado para a posição de meia-central.
A Reação Cearense e a Queda de Ritmo Rubro-Negra
Léo Condé, técnico do Ceará, realizou uma dupla substituição, retirando Lourenço e Pedro Henrique para as entradas de Lucas Mugni e Aylon. Essa movimentação tática resultou na inclusão de um meio-campista com maior capacidade de criação e na transição para um esquema 4-2-3-1. Pouco antes dos dez minutos da etapa final, Richardson sentiu-se e foi substituído por Fernando Sobral. Finalmente, o Vozão conseguiu imprimir uma postura mais agressiva em campo, elevando suas linhas de marcação e permanecendo por mais tempo na intermediária adversária.
A equipe cearense esteve muito próxima de igualar o placar em uma cabeçada de Mugni que acertou o travessão. No rebote, Rossi realizou uma intervenção crucial, negando o gol de Aylon. Essa chance foi fruto de uma jogada bem construída por Pedro Raul e Fabiano Souza pelo flanco direito. O Rubro-Negro, apesar da pressão adversária, também gerou perigo em duas ocasiões na primeira metade do segundo tempo, com Samuel Lino e Plata parando em boas defesas de Bruno Ferreira ao finalizarem de dentro da área.
O Gol de Pedro Raul e a Inoperância Final do Flamengo
A crescente intensidade do Alvinegro, no entanto, acabou por ser recompensada. Fernando Sobral demonstrou persistência ao lutar por uma bola próxima à área, garantindo um escanteio. Na cobrança de Mugni, Rossi falhou em sua saída, ficando indeciso no meio do caminho, o que permitiu a Pedro Raul subir livre para cabecear ao gol desprotegido, selando o empate.
Embora o Flamengo tenha tentado retomar a intensidade ofensiva, a dinâmica da partida já havia se alterado irremediavelmente. O Ceará recuou suas linhas, fortaleceu sua confiança e aprimorou seu poder de desarme, articulando contra-ataques eficazes. Aos trinta minutos da segunda etapa, Filipe Luís promoveu as saídas de Jorginho e Bruno Henrique , substituindo-os por Allan e Juninho. Contudo, a criatividade e a fluidez demonstradas em momentos pontuais do primeiro tempo não se manifestaram novamente até o apito final.
Nos minutos derradeiros, Vitor Hugo fez sua reestreia pelo Flamengo , e Varela também foi acionado, entrando nos lugares de Plata e Emerson Royal, respectivamente. Entretanto, tais mudanças não surtiram o efeito desejado. Do lado do Vozão, as entradas de Lucas Lima e Nicolas contribuíram para solidificar a segurança defensiva, assegurando que o placar não sofresse mais alterações.
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