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Fla x Racing: Gol Anulado Gera Polêmica e Divide Ex-Árbitros na Libertadores

Por Redação Flapress em 23/10/2025 09:01

O palco do Maracanã, em um confronto decisivo da semifinal da Libertadores entre Flamengo e Racing, presenciou um lance que reverberou além das quatro linhas, gerando um intenso debate. A vitória mínima do rubro-negro por 1 a 0 foi ofuscada por um gol anulado dos visitantes que, até hoje, provoca questionamentos e divisões entre especialistas da arbitragem.

A jogada contestada ocorreu no início da etapa complementar, durante a execução de um escanteio para a equipe argentina. O árbitro principal, Jesús Valenzuela, prontamente sinalizou uma infração, alegando uma cotovelada desferida por Sosa na nuca de Carrascal, no exato instante em que o atacante do Racing se elevava para concluir o cruzamento de Martirena. Embora a bola tenha encontrado as redes do goleiro Rossi, o apito do juiz soou milésimos antes de sua trajetória final, invalidando a conclusão e provocando veementes protestos por parte dos jogadores e comissão técnica do Racing. Curiosamente, o sistema de Árbitro de Vídeo (VAR) optou por não intervir na decisão de campo.

A Polêmica Decisão Arbitral no Maracanã

A controvérsia em torno da anulação do gol ganhou ainda mais força com as análises de ex-árbitros renomados, cujas interpretações sobre o incidente se mostraram diametralmente opostas. Essa divergência sublinha a complexidade inerente às decisões em alta velocidade e a subjetividade que, por vezes, permeia o julgamento em campo.

Manoel Serapião, por exemplo, defendeu a marcação do árbitro. Em sua avaliação, ele declarou:

"Houve falta por uso indevido do braço no rosto do Carrascal. O Sosa impulsionou o braço quando deveria recolhê-lo. Houve ação imprudente."
Serapião pondera, contudo, que o procedimento ideal seria aguardar a conclusão do lance para, então, assinalar a falta, permitindo a checagem e eventual correção pelo VAR. Já Alfredo Loebeling, embora também reconheça a existência da falta pelo cotovelo de Sosa, destaca positivamente a postura do VAR. Para ele:
"Mais do que o acerto, porque existe a falta com o cotovelo do Sosa, me alegra o papel do VAR: ele não se meteu porque viu que o árbitro estava próximo e interpretou o lance, sem querer apitar o jogo."
Loebeling vê a ausência de intervenção do VAR como um exemplo de sua aplicação perfeita neste cenário.

Divergência dos Especialistas: Foul ou Jogo?

Em contrapartida, outros especialistas apresentaram visões que invalidam a decisão de Valenzuela. Guilherme Ceretta foi categórico ao afirmar:

"Não foi nada."
Ele criticou a atuação do árbitro por ter apitado antes do desfecho da jogada, o que impediu qualquer possibilidade de revisão pelo VAR. Ceretta ainda acrescentou um comentário sobre o nível da arbitragem na região, indicando um período de fragilidade na condução das partidas no futebol sul-americano.

João Paulo Araújo corroborou a tese da não-falta, contextualizando o lance como uma ocorrência comum no futebol. Ele observou:

"É um lance muito difícil porque isso acontece em toda bola alta. O Sosa coloca o braço no ombro do Carrascal e faz a alavanca ? até por isso ele sobe mais alto."
Araújo argumenta que essa prática é frequente em jogadores de certas nacionalidades sul-americanas e que, se tal infração fosse marcada consistentemente, a maioria dos gols de cabeça em escanteios seria anulada. Para ele:
"Para mim, não foi falta. O gol foi legal. Se os árbitros forem marcar este lance toda hora, em todas precisarão dar falta. Os jogadores estão acostumados a fazer essa alavanca com o braço, que para mim é falta, mas ninguém marca. Então, eu diria que o gol foi legal."

O Legado da Decisão e a Arbitragem Sul-Americana

A pluralidade de opiniões entre ex-árbitros sublinha a natureza interpretativa do futebol e a constante busca por um padrão de julgamento que satisfaça a todos. Enquanto alguns veem a decisão como correta e a não-intervenção do VAR como um acerto, outros a consideram um erro que privou uma equipe de um gol legítimo. O episódio em Flamengo 1x0 Racing permanece como um marcante exemplo da linha tênue que separa o jogo limpo da infração, e como a interpretação humana continua sendo um fator preponderante nos resultados das grandes competições.

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