Filipe Luís Expõe Início Ruim do Flamengo em Goleada Contra Sport: Entenda as Críticas

O Clube de Regatas do Flamengo assegurou uma vitória expressiva de 5 a 1 sobre o Sport em um confronto atrasado da 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os gols rubro-negros foram marcados por Luiz Araújo, Juninho, Bruno Henrique, Ayrton Lucas e Douglas Telles. Contudo, o placar dilatado não impediu que o técnico Filipe Luís emitisse uma avaliação crítica sobre o desempenho inicial de sua equipe, apontando falhas significativas que precederam a virada.

A partida, inicialmente, desenhou um cenário adverso para os rubro-negros, com o Sport inaugurando o placar através de Pablo. Os anfitriões mantiveram a vantagem até a expulsão de Matheus Alexandre, um ponto de inflexão que culminou no gol de empate de Luiz Araújo . Poucos minutos depois, a exclusão de Ramon Menezes deixou o Flamengo com uma vantagem numérica de dois atletas, alterando drasticamente a dinâmica do confronto.

A Análise Fria: O Início "Abaixo do Nível" do Flamengo

Apesar da goleada, a postura de Filipe Luís na coletiva de imprensa foi de um observador atento aos detalhes táticos, revelando a insatisfação com a forma como o time começou a jogar. Ele detalhou as deficiências iniciais da equipe, que permitiram ao adversário tomar a iniciativa.

- Entramos muito abaixo do nosso nível, do nosso ritmo. Parece que estávamos abaixo do que a partida pedia. Por muitas circunstâncias. Nossa pressão não estava encaixando, eles conseguiam sair com certa facilidade. Com a bola o time não estava fino, estava lenta, circulação lenta. Perdemos bolas e contra-ataque até sofrer o gol. Depois começamos a acelerar mais, circular melhor. Mesmo assim muitos erros. Chegamos até com certa facilidade na área do Sport, mas não conseguimos aproveitar. Principalmente onde acho que estávamos melhor, que era do nosso lado direito. Com as expulsões é claro que o jogo ficou melhor. Dava para ver com o volume que eles iam continuar sofrendo e a gente precisava insistir - analisou o treinador.

A crítica do treinador evidencia uma busca incessante pela excelência, mesmo quando o resultado final é positivo. A lentidão na circulação de bola e a ineficácia na pressão foram pontos cruciais que permitiram ao Sport surpreender o gigante carioca nos primeiros momentos.

O Caso Bruno Henrique: Defesa Incisiva e Crítica à Mídia

Um dos temas abordados na entrevista de Filipe Luís foi a absolvição de Bruno Henrique , que havia sido alvo de investigações no STJD por uma suposta manipulação de cartão amarelo em 2023. O técnico, com veemência, defendeu o jogador e criticou a cobertura midiática do caso.

Bruno Henrique foi penalizado com uma multa de R$ 100 mil por ter compartilhado com familiares a intenção de receber um cartão amarelo em uma partida do Brasileirão de duas temporadas atrás. Filipe Luís expressou sua frustração com a disparidade na atenção dada à acusação e à posterior absolvição.

- O Bruno não se falará que ele foi absolvido das acusações do mesmo jeito que foi falado que ele foi acusado. Que sirva de aprendizado, porque muitas vezes crucificamos uma pessoa antes que ela seja julgada e condenada em última instância. Duvido que ele vá ficar oito minutos no Fantástico falando que foi absolvido no julgamento.

A declaração do técnico ressalta uma preocupação com a justiça da imagem pública dos atletas, que muitas vezes sofrem com o julgamento antecipado e a falta de destaque para a resolução favorável de seus casos.

Liderança Provisória e Desafios Táticos

Com os 71 pontos conquistados, o Flamengo assume provisoriamente a primeira colocação do Campeonato Brasileiro, aguardando o desfecho do confronto entre Palmeiras e Santos. A posição de liderança, no entanto, não minimiza os desafios enfrentados pela comissão técnica, incluindo a gestão do elenco diante de um calendário apertado.

- Nenhum treinador gosta de ter desfalques. Eu gosto de ter todos à disposição. Alguns desfalques são forçados pelo calendário espremido, mas sinceramente, do jeito que foi a semana de treinamentos, sabia que poderíamos ganhar o jogo. Só não esperava que fosse dessa forma ruim.

Filipe Luís também comentou sobre a importância de ver jovens talentos, como Douglas, ascenderem e marcarem. O treinador manifestou grande satisfação com o gol do garoto, destacando seu potencial e o bom desempenho nos treinos.

- Sabia do nível que o Douglas treinou durante a semana. Ele foi meu jogador no sub-17 e estou muito feliz pelo gol dele. Ele tem talento e futuro pela frente.

Escolhas Táticas e a Integração da Base

Ao comparar o início do jogo contra o Fortaleza com o do Sport, o técnico reiterou sua metodologia de preparação, mas reconheceu que o contexto pode influenciar a performance inicial, ainda que não justifique a falta de atenção.

- Eu preparo o jogo sempre da mesma forma. Eu sempre aviso o que pode acontecer. O Sport no último jogo abriu 2 a 0 contra o Atlético-MG e levou a virada, numa situação até similar, mas não com expulsões. O que aconteceu contra o Fortaleza foi diferente de hoje. Tentamos nos proteger na saída de bola e cometemos um erro. Eles acabaram saindo e criaram algum perigo. Sim, hoje perdemos a bola e gerou o gol. Não acho que entraram desligados. O contexto do jogo, num estádio que eles não conhecem, a forma do jogo, pode ter causado alguma surpresa, mas isso não pode acontecer. Vou trabalhar até o final para que não aconteça.

Na segunda etapa do confronto contra o Sport, Filipe Luís realizou ajustes táticos, explicando a substituição de João Victor e a entrada de Michael. A decisão visava otimizar a formação em campo, considerando as condições dos jogadores e a dinâmica da partida.

- Tirei João Victor porque ele estava com amarelo. Erick e Saúl também estavam com amarelos, mas eles são mais experientes então optei por tirar o João, segurei o Emerson mais atrás e deixei todo o corredor para o Michael , que era como ele jogava na Arábia. João estava sem jogar há muito tempo. Jogar no sub-20 não é a mesma coisa, o ritmo de circulação não é a mesma coisa. Ele começou bem mas depois sentiu, ele foi se desenvolvendo durante o jogo. É um jogador que confio.

Por fim, o treinador abordou o dilema de dar oportunidades à base sem expor desnecessariamente os jovens atletas. Sua filosofia é clara: a meritocracia prevalece, e a entrada de um jogador não depende da idade, mas sim do momento e da adequação tática.

- Primeiro que sempre coloco o jogador que acho que está melhor e que a característica encaixa, independente da idade. Tanto que Wallace Yan jogou primeiro que o Juninho hoje. Eu acredito que o Wallace performa melhor nessa função específica e está em um momento melhor que o Juninho . Se algum jogador da base estiver melhor que o profissional terá espaço, mas isso não está acontecendo. Temos jogadores como Arrascaeta, que está no melhor momento da carreira, então não tem nesse momento ninguém da base colocando jogadores do profissional no banco. Estou sempre olhando. Mas jogos do sub-20 para profissional são outro nível. Conheço todos e sei que posso contar.

A visão de Filipe Luís demonstra uma gestão estratégica do elenco , onde a experiência e o alto nível dos profissionais são valorizados, mas o potencial da base é constantemente monitorado para futuras transições.