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Filipe Luís Desabafa: Análise da Queda de Rendimento do Flamengo e a Busca por Títulos

Por Redação Flapress em 03/08/2025 21:10

O Club de Regatas do Flamengo, em sua jornada pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, não conseguiu mais do que um empate em 1 a 1 contra o Ceará, no desafiador ambiente do Castelão. Apesar do resultado que o mantém na liderança da competição, mesmo com um jogo a menos, a partida deixou um sabor amargo. Na coletiva pós-jogo, o técnico Filipe Luís não hesitou em expressar seu desconforto com a performance da equipe, especialmente na segunda etapa, classificando o desfecho como uma profunda decepção.

Com a paixão que lhe é característica, o comandante rubro-negro fez questão de se manifestar imediatamente após o apito final, ainda com as emoções à flor da pele. ?Eu gosto de vir logo depois do jogo ainda com o coração quente porque eu falo o que está aqui dentro. Sentimento de decepção. Depois de ter feito um grande primeiro tempo, criado chance de gol e finalizado muitas vezes no gol do adversário. Mas nos segundo tempo tivemos uma queda muito grande e, por um descuido nosso, na bola parada, sofremos o empate. Claro que o sentimento é de decepção. Não temos outro caminho se não trabalhar e continuar evoluindo", declarou o treinador, em um desabafo que ecoa a insatisfação de grande parte da torcida.

O Declínio na Segunda Etapa e o Desafio da Adaptação

A análise de Filipe Luís sobre o jogo revela uma dicotomia clara entre os dois tempos. O Flamengo , segundo ele, demonstrou solidez e agressividade nos primeiros 45 minutos, com um volume considerável de finalizações ? nove chutes apenas na primeira metade. Contudo, a equipe não conseguiu manter a intensidade e a concentração, permitindo que o adversário reagisse e, em um lance de bola parada, alcançasse a igualdade. Esse cenário de oscilação levanta questões sobre a capacidade do time em sustentar um alto nível de performance ao longo dos 90 minutos, algo crucial para uma equipe que almeja todos os títulos.

A entrada de novos rostos, como Emerson Royal e Samuel Lino, ambos titulares contra o Ceará, adiciona uma camada de complexidade à dinâmica da equipe. Filipe Luís abordou a questão do entrosamento, ponderando que alguns reforços chegaram com pouca ou nenhuma carga de treinos com seus clubes anteriores, ou mesmo vindos de período de férias. "É verdade que temos incorporações novas. Uma janela extraordinária do clube e que alguns jogadores chegaram sem ter tempo de treino na equipe onde estavam. Alguns estavam de férias. Hoje o Lino jogou 90 minutos. Não sei se era indicado para ele, mas vai se adaptar e já se adaptou rápido ao nosso modelo de jogo", pontuou o técnico, indicando que o processo de assimilação é contínuo e exige paciência.

Ao comparar a atuação contra o Ceará com o revés anterior contra o Atlético-MG pela Copa do Brasil, o treinador fez questão de ressaltar o mérito do adversário mineiro, que "nos causaram dificuldades". Ele negou que a queda de rendimento seja um problema puramente físico, atribuindo-a ao calendário apertado e à influência do momento do jogo, incluindo o apoio da torcida adversária. "Não acredito que seja um problema físico. Acredito que todos estamos na mesma situação por causa do calendário. Acredito que é muito pelo momento do jogo, apoio da torcida, nos deu dificuldade de ocupar espaços. Acabamos dando uma chance para o adversário, que foi de escanteio. O time estava defendendo bastante bem a nossa área. Vamos continuar trabalhando e evoluindo", frisou, reiterando a necessidade de aprimoramento constante.

Ambição Multifacetada: O Flamengo em Busca de Todas as Taças

Com o empate no Brasileirão em segundo plano, a atenção do Flamengo se volta agora para o decisivo confronto pela Copa do Brasil, onde a equipe precisa reverter o placar de 1 a 0 contra o Atlético-MG em Belo Horizonte. Questionado sobre as prioridades do clube diante de um calendário tão exigente, Filipe Luís foi categórico ao afirmar que o Flamengo persegue todos os objetivos simultaneamente, uma postura condizente com o investimento e a qualidade de seu elenco.

?O objetivo é disputar todos os títulos. Hoje o Flamengo te permite isso. Com esse elenco altamente qualificado que temos, te dá a possibilidade de disputar os títulos. Brigar para ser campeão do Campeonato Brasileiro, de ter um elenco para chegar na Libertadores e na Copa do Brasil. Eu repito, para mim é um privilégio ter esse número de jogos para jogar. Não reclamo porque os melhores jogam mais jogos. Isso quer dizer que somos dos melhores. Eu quero ganhar todos os jogos que vierem pela frente. Nunca vou escalar um time para perder. Da mesma forma vamos na Copa do Brasil para tentar vencer o Atlético", garantiu o técnico, afastando qualquer especulação sobre abdicar de uma competição em favor de outra.

Táticas, Erros e o Olhar do Treinador

A coletiva de Filipe Luís também permitiu uma incursão mais profunda em aspectos táticos e análises individuais. Sobre a suposta falta de ambição em "matar a partida" após o gol inicial, o técnico refutou a ideia de recuo. ?Você diz chutes a gol ou no gol? No gol é precisão. O time continuou chutando, criando. Eu não diria que a gente quis defender o resultado. Pelo contrário. Tentamos continuar propondo o jogo. O adversário mudou o seu sistema, começou a jogar bola longa nas nossas costas, alguns escanteios. Então, essas jogadas foram levando nosso time para trás, tivemos dificuldade para sair. Ainda vou rever depois, Mas realmente baixamos o nosso nível de concentração e intensidade no segundo tempo e tivemos essa dificuldade de dominar o jogo outra vez. Acabando sofrendo o gol. Tentamos, mas não é fácil jogar contra um time que se fecha tanto. Mas no fim, ficou o empate e, como falei, com um gosto amargo", detalhou, evidenciando as dificuldades impostas pela mudança tática do Ceará.

Em relação à posse de bola, um elemento frequentemente debatido, Filipe Luís explicou que o Ceará adotou uma estratégia de bloco médio e baixo, priorizando contra-ataques. O Flamengo , por sua vez, buscou espaços contra um adversário fechado, o que naturalmente torna a criação mais complexa. ?Sobre a posse de bola, o Ceará optou por não pressionar e esperar em bloco médio e baixo, tentando sair no contra-ataque. Tentamos neutralizar isso no primeiro tempo e criar chances que pudéssemos ter dependendo desses espaços que tivemos no bloco muito fechado. É mais complicado encontrar os espaços em um bloco compacto e fechado, mas ainda assim conseguimos criar chances. No segundo tempo baixamos bastante nosso estado de concentração e tivemos dificuldades", reiterou, novamente apontando para a falha na concentração.

Ao abordar a atuação de Victor Hugo e uma possível falha do goleiro Rossi no gol sofrido, Filipe Luís demonstrou uma postura de proteção e responsabilidade coletiva. Sobre Victor Hugo , ele destacou a qualidade e inteligência do jovem atleta, que pode atuar em diversas funções, sendo uma peça valiosa para o futuro. Já quanto a um eventual erro individual, o treinador foi taxativo: ?Eu revi o gol, mas ainda não fizemos a análise calma. Sempre que se toma um gol, existe quase sempre falha. Muito difícil ser somente mérito do adversário. Se foi o Rossi , se foi o Léo, não me interessa. Os erros acontecem. Às vezes, durante outras jogadas que não acabam em gol. Os erros existem no futebol. Jamais como treinador, vou apontar o dedo e dizer que foi falha desse ou do outro. Foi falha da equipe e quem perde somos nós. Para isso, estou aqui para treiná-los para que não voltem a acontecer esses erros". Uma clara demonstração de liderança, assumindo a falha como um todo e não individualizando culpas.

Por fim, ao comentar a visita ao Ceará, Filipe Luís expressou seu apreço por jogar no Nordeste, reconhecendo a força dos clubes da região. ?Faço 40 anos semana que vem, bem lembrado. É um prazer vir jogar aqui no Nordeste. É um prazer jogar contra o Fortaleza e o Ceará, sempre muito complicado, difícil. Estádio sempre está lotado, é uma grande festa e criam muitas dificuldades. São times que se estruturaram muito bem e tem poder econômico para contratar e lutar para ficar vários anos na Série A. Acredito que tanto o Fortaleza quanto o Ceará têm a dificuldade de fazer viagens longas nesse campeonato. Portanto, muito mérito desses times para se manter tantos anos na Série A", concluiu, em um tom de respeito e admiração pelas equipes e pela paixão do torcedor nordestino.

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