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Ex-Árbitro da Máfia do Apito Critica Leveza do STJD em Casos de Bruno Henrique e Paquetá

Por Redação Flapress em 12/09/2025 14:10

O futebol brasileiro, por vezes, revisita seus capítulos mais sombrios para iluminar debates contemporâneos. É nesse contexto que as declarações de Edílson Pereira de Carvalho, ex-árbitro banido do esporte em 2005 devido ao escândalo da Máfia do Apito, reacendem uma discussão crucial sobre a integridade e a severidade das sanções aplicadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em casos de suposta manipulação.

A Máfia do Apito, um episódio que marcou profundamente o cenário nacional, veio à tona em setembro de 2005, quando uma investigação revelou um esquema de árbitros que manipulavam resultados do Campeonato Brasileiro a serviço de apostadores. Edílson, então um árbitro com chancela da FIFA, foi detido ao lado do empresário Nagib Fayad. O escândalo culminou na anulação de onze partidas e redefiniu o desfecho da competição, com o Corinthians superando o Internacional por três pontos, justamente nas partidas que ele havia apitado.

Naquela época, embora o processo penal tenha sido arquivado por ausência de previsão legal específica para punir a manipulação esportiva, o episódio gerou uma onda de mudanças legislativas. Em 2010, o Estatuto do Torcedor foi atualizado, incorporando o artigo 41-C, que tipifica a manipulação de resultados como crime, sujeitando os infratores a penas de dois a seis anos de reclusão. Este marco legislativo permanece como um pilar na contínua batalha pela ética no esporte.

O Sombrio Legado da Máfia do Apito e a Evolução Legislativa

Recentemente, Edílson Pereira de Carvalho retornou ao centro das atenções, desta vez como crítico das decisões recentes do STJD. Sua participação em um podcast serviu de plataforma para contestar a percepção de "leveza" nos julgamentos de casos que envolvem conduta antidesportiva e suspeitas de manipulação, utilizando o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, como um exemplo paradigmático de uma régua de avaliação que ele considera equivocada.

A experiência pessoal de banimento confere a Edílson uma perspectiva singular para abordar a questão das punições. Ele argumenta que, em contraste com a sua própria exclusão definitiva do futebol, as sanções aplicadas atualmente a atletas em situações comparáveis parecem desproporcionais, levantando dúvidas sobre a eficácia de tais medidas para coibir futuras infrações.

Essa análise crítica, vinda de alguém que vivenciou as consequências mais extremas de um escândalo de manipulação, provoca uma reflexão necessária sobre a consistência e a severidade das decisões tomadas pelos órgãos disciplinares do esporte, especialmente em um momento onde a integridade das competições é constantemente desafiada.

Edílson Pereira de Carvalho: A Crítica Contundente do Banido

O caso de Bruno Henrique , atacante rubro-negro, ilustra bem o ponto de Edílson. O jogador foi suspenso por 12 jogos em torneios nacionais por conduta antidesportiva, em uma investigação que conectou seu comportamento a apostas esportivas. O Flamengo , por sua vez, está empenhado em reverter a sanção, buscando um efeito suspensivo para garantir a presença do atleta nos próximos compromissos cruciais da equipe.

A acusação contra o camisa 27 detalha que ele teria antecipado a familiares a informação de que receberia o terceiro cartão amarelo em uma partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro. Aparentemente, havia um acordo prévio com o clube para que ele fosse advertido e cumprisse suspensão em um jogo específico, mas a revelação dessa estratégia ao irmão gerou a controvérsia.

Após um julgamento, o STJD determinou a suspensão de 12 jogos em competições organizadas pela CBF para o atacante. A gravidade da pena é amplificada pela possibilidade de sua internacionalização pela FIFA, o que poderia impactar severamente sua participação na Copa Libertadores, um dos objetivos mais ambiciosos do clube.

Bruno Henrique e Paquetá: A Controvérsia da 'Leveza' nos Julgamentos

Edílson não poupou palavras ao expressar sua perplexidade com a punição de Bruno Henrique , traçando um paralelo com sua própria experiência de banimento.

Bruno Henrique pegou só 12 jogos? Por qual motivo? Por que nenhum jogo, então? Já que é para ser punido, que puna com criminal. Se pegou 12 aqui, tem que responder criminalmente. Se ele foi punido, é porque pecou, errou, ludibriou. Para mim, ele teria que ser banido. Banido.

O ex-árbitro estendeu sua crítica ao meio-campista Lucas Paquetá, que foi absolvido pela federação inglesa em circunstâncias semelhantes de suspeita de manipulação. Edílson afirmou ter assistido a partidas do jogador e enxergado o que ele descreveu como "indícios escancarados" de conduta irregular.

Eu vi os jogos, com ele forçando o cartão, e o juiz não dava. Dando pontapé a todo lado. Os dois têm que ser banidos. Porque vão continuar. Eu fui banido, naquela sexta-feira lá em casa, chegou a Polícia Federal, eu já sabia que tinha acabado minha carreira.

As declarações de Edílson Pereira de Carvalho servem como um lembrete contundente da importância da vigilância e da intransigência na defesa da integridade esportiva. Enquanto o Flamengo aguarda uma definição sobre o futuro de Bruno Henrique , o debate sobre a adequação das punições no futebol brasileiro e a necessidade de uma régua mais uniforme e rigorosa permanece em aberto, ecoando as lições de um passado que não pode ser esquecido.

Integridade Esportiva: O Futuro Incerto de Punições no Futebol

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Gustavo

Gustavo

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Comentado em 12/09/2025 19:01 Se é pra banir já era, 12 jogos? Parece piada, SLK! Flamengo gigante na raça!
Bruno

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Comentado em 12/09/2025 17:30 STJD vacilou demais com o Bruno, na moral. Nosso mlk precisa estar em campo firmeza!
Ana

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Comentado em 12/09/2025 15:50 Bruno é brabo, merece apoio total sempre!
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