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Estádio do Flamengo: Custos Explodem para R$ 3,1 Bilhões e Inauguração em 2036
Por Redação Flapress em 17/09/2025 21:01
O futuro estádio do Clube de Regatas do Flamengo, planejado para o terreno do Gasômetro, teve seus horizontes de tempo e financeiros significativamente reavaliados. Em uma reunião recente do Conselho Deliberativo, realizada na última quarta-feira, a diretoria apresentou um cenário muito mais complexo e dispendioso do que o inicialmente divulgado, indicando que a conclusão do empreendimento não deve ocorrer antes de junho de 2036.
A apresentação, conduzida pelo presidente Bap, detalhou as novas estimativas, que apontam para um custo total que pode chegar a R$ 3,1 bilhões. Essa cifra contrasta acentuadamente com a previsão anterior de R$ 1,9 bilhão, demonstrando a magnitude da revisão. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi responsável por calcular o valor atualizado, considerando fatores como inflação, contingências e insumos, resultando em R$ 2,66 bilhões, ao qual se somou o custo de capital para atingir o montante final.
O encontro contou com a presença de figuras chave, incluindo Alexandre Rangel, sócio da RRA Consultoria, e Ricardo Simonsen, Henrique Castro e Bauer Rachid, da FGV Conhecimento. O propósito central foi compartilhar os resultados de estudos de campo minuciosos, que abrangeram sondagem, análise arbórea, topografia, patrimônio histórico e descontaminação do terreno, conduzidos por cinco empresas especializadas. Estes estudos serviram de base para as correções nas projeções.
A Nova Realidade Financeira do Estádio Rubro-Negro
A gestão atual defende que o projeto original, elaborado pela administração anterior, subestimou consideravelmente os custos envolvidos. A equipe de especialistas dedicou-se a criar um plano mais realista, corrigindo as que foram classificadas como "distorções de origem".
Nesse período, uma equipe de especialistas se dedicou a desenvolver um projeto viável, corrigindo distorções de origem que envolviam custos subestimados, prazos irreais, receitas superestimadas e um modelo de financiamento insustentável.
A revisão não se limitou apenas aos custos brutos. O projeto otimizado prevê um estádio com capacidade para 72 mil espectadores, com uma redução estratégica no número de assentos premium. O custo revisado para o projeto, incluindo o estádio, contingências, terreno, custo de capital e melhorias no entorno, foi fixado em R$ 2,2 bilhões. A estratégia de financiamento agora se baseia na geração de recursos internos, como a poupança do clube, e no aumento de receitas orçamentárias, visando a rentabilidade sem comprometer o desempenho esportivo.
Para facilitar a compreensão das mudanças significativas nas projeções, apresentamos um comparativo:
Item | Estimativa Anterior | Revisão Atual (FGV/Projeto) |
---|---|---|
Custo Total (com capital) | R$ 1,9 bilhão | R$ 3,1 bilhões (FGV) |
Custo Projeto Otimizado | N/A | R$ 2,2 bilhões |
Inauguração Prevista | Dezembro 2029 | Julho 2036 (mínimo) |
Ingresso Médio Previsto | R$ 195,44 | Menos que o dobro atual |
Assentos VIP/Premium | 30% | Redução (menos que 30%) |
Valor CEPAC Estimado | R$ 552 milhões | R$ 194 milhões |
Cronograma de Conclusão: Anos à Frente do Esperado
As projeções de receitas também sofreram ajustes importantes. O plano inicial considerava um valor médio de ingresso de R$ 195,44, mais que o dobro da média atual, e previa 30% dos assentos como VIP ou Premium, o dobro da proporção existente hoje no Maracanã. Além disso, os valores dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac), originalmente estimados em R$ 552 milhões, foram recalculados pela FGV para R$ 194 milhões, uma redução expressiva.
No que tange aos prazos, a diretoria anterior havia projetado a inauguração para 2029. Contudo, a análise da gestão atual revelou que o cronograma original desconsiderava etapas cruciais, como o remanejamento da Naturgy. Esta empresa ocupa 55% do terreno com uma subestação de bombeamento de gás, essencial para a região metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo comunicado da Naturgy, datado de 10 de setembro de 2025 e enviado ao Flamengo , o tempo estimado para o remanejamento da subestação é de quatro anos, prazo que só começa a contar após a obtenção de um novo endereço para a instalação, a cargo da Prefeitura. A estimativa anterior era de apenas cinco meses, o que evidencia a irrealidade das projeções passadas.
Na prática, isso significa que a obra não poderia começar em menos de seis a sete anos, aos quais se somariam outros três anos de construção ? projetando a entrega do estádio a partir de 2034, o que torna o prazo de inauguração em dezembro 2029 previsto pela gestão anterior completamente irreal. A fim de viabilizar o estádio, os especialistas da FGV e Arena apresentaram proposta de novo projeto, baseado em premissas mais realistas e com perfil mais popular e identificado ao Flamengo.
Próximos Passos e Desafios para a Concretização
Diante desse cenário, o foco da diretoria no curto prazo estará no acompanhamento do processo de remanejamento da Naturgy junto à Prefeitura, na demolição e limpeza do terreno sob a responsabilidade do Flamengo , e na supervisão da aprovação legislativa das CPACs. A assinatura do Termo Definitivo com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura também figura como prioridade imediata.
Para o médio e longo prazo, a principal meta será a estruturação do projeto executivo para a construção do estádio. As imagens do projeto do estádio do Flamengo , apresentadas durante a reunião, buscam ilustrar a visão otimizada para o futuro lar rubro-negro, um empreendimento que, conforme as novas estimativas, demandará uma década e meia de planejamento e execução até sua efetivação.
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